sábado, 30 de abril de 2011

Seria o medo uma face da liberdade não controlada?


Estamos mergulhados em constantes possibilidades de expressar idéias e desejos, mas há limites bem definidos nesse entremeio. A condição de suportabilidade física, psicológica e financeira, por exemplo. “Querer é sofrer”, dizia certa psicóloga, em artigo que li tempos atrás – contrariando a máxima da cultura capitalista, que vende o resultado material de um objetivo como valor único da vida. De fato, o desejo por algo constitui também a consciência sobre a sua ausência. Assim, queremos o que não temos, uma parte que falta, cuja busca vai envolver um contínuo deslocamento para um fim. E, este esforço, se não for revestido de uma consciência sobre o mérito de todo o processo da conquista, tem mais chances de se refletir em frustração do que satisfação. Tudo isso tem a ver com uma dimensão espiritual que opera anônima e silenciosamente em nossa vida. Como ela tem sido hoje apropriada, reproduzida e devolvida aos seres humanos, sob a forma de consumo – e constante sofrimento – especialmente pela indústria cultural e a publicidade (sua técnica mais visível) é digno de reflexão. 

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