Embora muitos recursos disfarcem, a condição do trabalho é apenas uma extensão da vida, dos sentimentos mais íntimos. Se isso envolve a sobrevivência, sim; mas, no plano real das subjetividades humanas – que todos absorvem e expressam em sociedade – o trabalho é muito mais. Organiza o homem também, como nota Darcy Ribeiro, mas, sobretudo, estrutura e determina uma forma de enxergar, sentir e construir (ou destruir) a vida. E, como qualquer outra instância da vida, um espaço processual sujeito a preconceitos, vitórias, humilhações e conquistas. O Brasil, como tantos outros países de herança escravocrata, carrega ao longo de séculos a transformação do conceito de trabalho. E, lógicamente, como a história não é feita de rupturas (mas de misturas culturais) a conquista do mundo do trabalho como uma possibilidade de real emancipação é um processo em construção. Talvez por isso seja tão interessante o informativo Gênero e Raça, lançado em março deste ano pela OIT. Com seis páginas, ótima apresentação visual e conteúdo diversificado, o material é uma fonte interessante para a atualização dos interessados nessa área – ou seja, seja por ofício de pesquisa ou pesquisa sobre o próprio ofício. Já no número 1, o boletim apresenta um conceito interessante sobre Trabalho Decente. Conforme o material esse é um “Conceito formalizado pela OIT, em 1999, que sintetiza a sua missão histórica de promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.”. Confira a edição aqui.
Um comentário:
Excelente texto para reflexão, não apenas sobre o Dia do Trabalho, mas sobre o trabalho em nossas vidas.
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