Fico imaginando como seria a vida se os encontros ocorressem virtualmente, se as pessoas anulassem completamente a relação face a face. É exagero dizer que estamos próximos disso, mas um documentário que vi hoje na Record News, sobre a presença do vidro e da eletrônica na sociedade do futuro, em um nível imponente, me deixou um pouco impressionado. Sobretudo, chamou-me a atenção na representação dos atores a frieza estes, deslumbrados pela tecnologia, pouco apresentavam sensações tipicamente humanas (riso, choro, ternura...). Em lugar disso, apenas olhares indiferentes e sorrisos inexpressivos. Casualmente, vi o documentário por ocasião de uma visita agradável que fiz a um velho amigo. Ando, confesso, visitando poucos estimados ultimamente. Mas sempre me realizo nesses deslocamentos para contatos pessoais. Vejo, por outro lado, que há uma tendência crescente de as pessoas se concentrarem suas relações sociais em ambientes fechados e restritos, quando não elitizados, considerados sempre “mais seguros”. Além de pizzarias e bares, os shopings centers são exemplo forte dessa tendência. Nada demais, tudo que dá prazer sob equilíbrio é salutar. Mas penso que a aproximação em condições alternativas e domésticas tem um tom acolhedor, insubstituível, que e está cada vez mais rara essa prática. Outro dia, a convite de um amigo, participei de um piquenique, que me fez relembrar tempos de infância. (para os mais jovens, que não sabem, é uma saída ao campo com a realização de uma refeição coletiva ao ar livre, no chão de um parque ou praça). Saí do encontro renovado. É claro que a sofisticação das programações televisivas e de internet, além do acesso fácil à vídeos e jogos eletrônicos, contribuiu decisivamente para a mudança de hábitos e a modificação nas opções de encontros. Porém, também cresceram os recursos de mobilidade, com a multiplicação de veículos nas ruas. Então, como explicar essa progressiva dispersão entre os seres humanos? Ou seria isso apenas mera impressão minha? Gostaria.
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