"Eu não sei dizer o que aconteceu com o meu sonho, mas ele não é mais o mesmo, definitivamente. Eu estou em uma fase de avaliação, estou refletindo", declara a professora Amanda Gurgel, em matéria publicada no Diário de Natal, em 20.5 - Amanda, para quem ainda desconhece, foi a brasileira que tem se projetado como um cometa da mídia, após a veiculação de um vídeo no youtube, em que denuncia o óbvio, mas necessário ser dito: a educação é estratégica para o País, mas um dos principais atores de seu desenvolvimento ainda é desvalorizado, e até abandonado, entre a prática e o discurso das políticas públicas. Acredito que o estado de sonhar se constitui ainda um mistério por ser devidamente desvendado e racionalmente compreendido. O que efetivamente envolve os sonhos? Um momento de despertar para o que não conseguimos enxergar na vida “acordada”? Uma passagem breve por um tempo inalcansável? A possibilidade de nos vermos interiormente? E o sonho com a realidade concreta da experiência, o que tem a ver? Quando ele se perde nesse espaço de tempo entre sua aspiração e sua realização no plano material, onde está a linha condutora? No caso de Amanda, que inspirou seu “sonho” para o ofício do magistério a partir da referência em uma ex-professora sua, a árdua vida em sala de aula, provavelmente aliada às frustrações de sindicalista na luta pela mudança desse quadro, tornou seu sonho um pesadelo. Que sonhemos, e trabalhemos, para que os sonhos do professor brasileiro se recuperem, ou nem cheguem a passar por isso no futuro. É justo observar que muito foi feito pela educação nos últimos oito anos. Porém, descontando a demagia da mídia - cuja generalização acrítica pouco contribui para que se enxergue os desvios - O País precisa acordar, para poder sonhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário