Viver plenamente é aproveitar o máximo possível a própria existência em termos de tempo ou de intensidade? É uma pergunta, penso, pertinente, nesses tempos em que a tudo temos acesso, mesmo com recursos escassos, mas o que é mais precioso – o tempo – tem limite bem definido. Então, a questão da intensidade se coloca ante a questão da quantidade. Talvez por isso a questão do transporte e mobilidade nos grande centros tenha se tornado tão preciosa. De fato, transporte, muito além de sobrevivência, tem a ver com lazer, segurança, e sustentabilidade. Infelizmente, o Brasil, ainda tem muito que avançar nesse campo. Especificamente com relação ao transporte a pé (que é o meio que mais freqüento ultimamente), achei curioso o termo “Pedestrianismo 2.0”, do colunista do Estadão Matthew Shorts. Consiste, segundo ele, em “consultar sempre o Google maps pela internet. Ele ensina os melhores caminhos. Cabe ao pedestre fazer uma combinação de ônibus, metrô, trem (sim, é ótimo) e táxis para chegar ao destino”. Uma tendência a mais na mobilidade urbana, antes mais restrita aos veículos motorizados. Então, o tempo e o seu aproveitamento mais intenso, tem levado à tecnologização das formas de mobilidade nas grandes cidades. Até então, tudo era imagem. Agora, bem mais que isso, tudo pode ser imagem identificada e localizada no tempo e no espaço. Comecei falando sobre o tempo na vida e terminei com mobilidade por meio da tecnologia. É assim, inescapável. A vida e a tecnologia estão intrinsecamente ligadas em nossos dias. Talvez porque vida seja tempo e tecnologia tem sido um instrumento que tem afrontado Deus – seja lá o que for – no sentido de problematizar a sua duração e intensidade. Em resumo, a vida tecnologizou-se pelo ser humano, em busca do tempo não lhe resta.
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