domingo, 19 de junho de 2011

O fradinho da prateleira e os grãos de um outro modelo agrícola

Não sei se foi pelo conto que escrevi ontem, mas tive vontade de comer feijão ao anoitecer. No fim de semana, raramente ligo para isso. Mas, como coinscidia com algumas compras básicas, aproveitei para passar na prateleira. Minha decisão rapidamente mudou a enxergar algo mais atraente por esses dias de frio sulista: lentilha. Ótimo. Só que não parou por aí. Ao olhar as marcas disponíveis, passei os olhos de repente pelo que me chamou mais atenção – um tal “Feijão Fradinho”. Veja só, achei que nunca encotraria isso com tanta facilidade nesses supermercados metropolitanos. E ali estava. Para a minha surpresa, é o tamanho e o tipo coincidia exatamente com o que eu imaginava, inclusive com o nome “Caupi”. Bom, o resto da história, vou deixar para um artigo que escrevi no final da década passada e publiquei em um site argentino. O objetivo, além de sistematizar um aprendizado coletivo, era concorrer uma vaga em um curso de Jornalismo Científico na Unicamp. Na minha ingenuidade, o enfoque que propunha teria chance. Nem de perto. Posteriormente, em outro momento, me foi solicitada a autorização para a reprodução do texto em uma rede de agricultura familiar da Costa Rica, isso pelo ano de 2000. Para quem se interessar, é uma experiência de extensão rural, no litoral sul do RS, onde um grupo de universitários interage, a partir da recuperação de sementes de um certo “feijão sopinha”. O que isso tem a ver com a alimentação da vida moderna, a sustentabilidade do planeta e nossa cultura? Deixo as conclusões a cada um. Por hora, reparo apenas que, em termos alimentares, vivemos a base da dependência de complexos agro-industriais, onde a uniformidade e a lucratividade ainda imperam como orientação suprema. Tudo que existe alternativo a esse cenário deveria ser digno de melhor observação, de cosmonicação. A história, então, está aqui.

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