segunda-feira, 16 de abril de 2012

Foi Gilberto Velho e já quase o primeiro quadrimestre de 2012


Foto: Último Segundo
Mais duas semanas e se vai o primeiro quadrimestre de 2012, os dias andam rápidos quando são consumidos por atribuições que fogem a nossas metas maiores. Já tive mais pressa em perseguir certos objetivos, hoje tendo a crer que é mais útil ajustar o foco e agregar paciência à perseverança. Se a morte inexistisse, a perspectiva de prazos e limites também seria outra, de modo que considero salutar certa urgência nos projetos que gerimos. Mas há, por outro lado, o acaso e a imprevisibilidade dos destinos. O primeiro nos pega repentinamente, ainda que com fatos que deveríamos saber trabalhar. É o caso do esgotamento de um tipo de relação ou a ausência de um ente querido. O segundo tem a ver com os caminhos que tomam nossa existência, a revelia de nossa vontade. Pesa aí fatores estruturais da sociedade e opções inconscientes que fazemos. São dimensões presentes em nosso percurso que, mesmo alheia ao nosso desejo, podem nos cegar ou despertar em momentos de nossa vida, dando a ela um percurso inimaginável. De qualquer modo, como dizia Clarice Lispector, o tempo também é feito de partículas infinitamente pequenas, sobre as quais a literatura dá vida. Acho que a ciência, assim como o ativismo libertário, também tem esse potencial. E quando se combinam, é o ideal. Adeus, Gilberto Velho; como Bordieu e Darcy, destes tua contribuição para a interpretação das sociedades complexas. Que o Brasil e a humanidade instrumentalize teu legado teórico sempre para a realização do bem.

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