Estranho, me parece, essa pressão que leva as pessoas a ter a obrigação de se demonstrarem feliz. Isso é coisa só de humanos, creio.
O programa não era exatamente gaudério, mas a Lua tá irresistível essa noite.
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O programa não era exatamente gaudério, mas a Lua tá irresistível essa noite.
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Crianças do RN perdem as digitais na quebra da castanha de caju 102
Leonardo Sakamoto 20/09/2013 07:57
Texto e Foto do Blog do Sakamoto
Meninos e meninas têm as mãos queimadas por ácido e perdem as digitais
dos dedos no processo de quebra da castanha de caju. Mesmo após denúncias, o
problema persiste no Rio Grande do Norte.
Passado um primeiro momento de grande arrancada na prevenção e
eliminação do trabalho infantil no Brasil, do início dos anos 1990 a meados dos
anos 2000, o país enfrenta um novo desafio para manter o ritmo de queda.
Enquanto a primeira fase foi marcada pela retirada de crianças e adolescentes
das cadeias formais de trabalho, o novo desafio são as piores formas de
exploração, como o processamento da castanha, que o poder público tem mais
dificuldade de erradicar. O trabalho informal e precário atinge especialmente
os adolescentes e jovens e está relacionado à evasão escolar e à falta de
alternativas oferecidas pelo mercado. A erradicação requer um plano com ações,
metas e indicadores. E uma ação política coordenada.
Muitos leitores ficam irritados quando conectamos trabalho infantil ou
escravo ao nosso consumo, o que significa nos inserir como parte beneficiária
da cadeia de escoamento. Pois não deveriam. Não é culpa que se busca com a
transparência da origem dos produtos que consumimos, mas essa informação é
fundamental para pressionar governos e empresas a adotarem políticas a fim de
garantir que isso não aconteça. Afinal de contas, a ignorância é um lugar
quentinho.
A reportagem é de Daniel Santini, da Repórter Brasil, que foi a João
Camara, no Rio Grande do Norte, verificar as condições das crianças que perdem
as digitais no processamento da castanha:
Olhe a ponta do seu dedo. Repare no conjunto minúsculo de linhas que
formam sua identidade. Essa combinação é única, um padrão só seu, que não se
repete. As crianças que trabalham na quebra da castanha do caju em João Câmara,
no interior do Rio Grande do Norte, não têm digitais. A pele das mãos é fininha
e a ponta dos dedos, que costumam segurar as castanhas a serem quebradas, é
lisa, sem as ranhuras que ficam marcadas a tinta nos documentos de identidade.
O óleo presente na casca da castanha de caju é ácido. Mais conhecido
como LCC (Líquido da Castanha de Caju), esse líquido melado que gruda na pele e
é difícil de tirar tem em sua composição ácido anacárdico, que corrói a pele,
provoca irritações e queimaduras químicas. No vilarejo Amarelão, na zona rural
de João Câmara, as castanhas são torradas – além de corroer a pele, o óleo é inflamável
– e quebradas em um sistema de produção que envolve famílias inteiras,
incluindo as crianças.
colocara uma legenda aqui
Com a pele cada vez mais lisa, as pontas dos dedos perdem as digitais,
e as linhas e traços de identidade se esfacelam (Fotos Daniel Santini/Repórter
Brasil)
O óleo é pegajoso. Basta pegar uma castanha e quebrá-la para ficar com
a pele manchada por alguns dias. Nem todas as crianças e os adultos que
trabalham no processo sabem que o óleo é ácido. Muitos acham que a mão fica
assim machucada por conta da água sanitária utilizada para tirar o preto
encardido da mão depois de horas seguidas manuseando e quebrando as castanhas
torradas. “Se fosse assim, as pessoas que usam água sanitária para limpeza
estariam roubadas! É o óleo LCC que tem uma ação irritante, ele é cáustico,
produz lesões e chega a retirar as digitais”, explica o médico Salim Amed Ali,
autor de diferentes estudos sobre doenças ocupacionais para a Fundação Jorge
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), do
Ministério do Trabalho e Emprego. A perda da identidade não é permanente. Com o
tempo, as digitais voltam se a pessoa se afastar da atividade.
Sobrevivência - O médico fez pesquisas específicas sobre a saúde de
trabalhadores de unidades industriais de processamento de castanhas de caju e
diz que a atividade pode ser considerada insalubre. No caso em questão, em que
a produção é totalmente artesanal e as famílias dependem do trabalho para
sobreviver, ele destaca quão contraditória é a situação. “A subsistência está
calcada em condições de trabalho inviáveis. Para viver, o sujeito precisa se
submeter a condições inaceitáveis e as crianças acabam sacrificadas. Não dá
para aceitar isso em pleno século 21”, afirma.
Um menino e uma adolescente se revezando ao redor da mesa. A garota é
quem cuida do fogo, alimenta a lata improvisada com cascas de castanha e
controla as labaredas espirrando água com uma garrafinha. A fumaça sobe e cobre
seu rosto. Um cachorro dorme perto do fogo. Eles estão nessa atividade desde a
madrugada, começaram às 3 horas. É preciso começar cedo, no sol do sertão
nordestino, não dá para continuar com o calor de meio-dia.
Os trabalhos começam cedo, devido ao calor do sertão nordestino; ao
meio-dia, o sol é muito forte para prosseguir
O garoto tem 13 anos e, assim como a irmã, cursou até a quarta série do
ensino fundamental mas tem dificuldades para ler e escrever. Largou a escola na
quinta série porque teria de viajar uma hora de ônibus para ir até uma que
atende alunos mais velhos, localizada na área urbana de João Câmara – trabalhar
e estudar ao mesmo tempo já é difícil quando a escola é perto; quando não há
escolas perto, impossível. Ele quebra as castanhas com agilidade, seus dedos
fininhos seguram, selecionam e escapam das pancadas duras.
São poucas as palavras, ambos trabalham em silêncio e as respostas são
curtas. Na mesa vizinha, os mais velhos reclamam da falta de água – a que a
prefeitura tem entregue para abastecer as cisternas do bairro é salobra. “Dá
dor de barriga e aí a gente tem de comprar água de garrafa, vê se pode”, conta
uma mulher de 63 anos, que já passou fome e acha melhor que as crianças
trabalhem com castanhas do que colhendo algodão ou roçando pasto para o gado,
atividades que exerceu quando criança.
Meninas, meninos, pais, mães e famílias inteiras se misturam para
organizar a produção das castanhas
Em outra unidade de produção, uma família adapta o ritmo à existência
de um recém-nascido. Uma adolescente, também de 15 anos, se reveza com o marido
de 18 anos e sai, de tempos em tempos, para amamentar o bebê. “Eu lavo as mãos
bem antes de pegá-lo, para não sujá-lo”, conta a mãe, antes de fazer uma pausa
às 4 horas. O trabalho costuma ir até as 11 horas e, à tarde, todos trabalham
tirando a pele fininha.
O emprego de crianças na quebra da castanha de caju está incluído na
lista de piores formas de trabalho infantil, ao lado de atividades como
beneficiamento do fumo, do sisal e da cana-de-açúcar. A situação a que estão
submetidas as crianças de João Câmara (RN) não chega a ser novidade. A auditora
fiscal do trabalho Marinalva Cardoso Dantas, coordenadora do Fórum Estadual de
Erradicação do Trabalho da Criança e de Proteção ao Adolescente Trabalhador,
tem realizado sucessivas ações de fiscalização, denunciado a situação e cobrado
soluções. “Não dá para aceitar que as crianças continuem nessa situação, mas
não basta reprimir, é preciso oferecer alternativas”.
Além de identificar as crianças e reunir informações para relatório a
ser entregue ao Conselho Tutelar da cidade, ela também tem procurado cobrar
providências por parte da prefeitura sobre a situação das famílias. Os
programas sociais são considerados insuficientes pelos moradores, que reclamam
da atuação do poder público. “Sabemos do que está acontecendo, mas até agora
não conseguimos avançar”, admite Maria Redivan Rodrigues, secretária de
Assistência Social e primeira-dama de João Câmara, que promete solucionar o
problema em um ano, até setembro de 2014. O Brasil se comprometeu a erradicar
as piores formas de trabalho infantil até 2015, mas, mesmo com denúncias,
situações com a de João Câmara persistem.
Em 24 de fevereiro de 2012, o promotor Roger de Melo Rodrigues, do
Ministério Público Estadual, abriu o Inquérito Civil nº 06.2012.00003777-7 após
denúncias. “Ele disse que ia processar as famílias, tentou proibir as pessoas
de trabalhar, deixou todo mundo apavorado. Foi muito ruim”, diz Ivoneide Campos,
presidente da Associação Comunitária do Amarelão. “A fumaça faz mal, a gente
sabe, mas as famílias não querem mudar o método com que sempre trabalharam. E
não adianta forçar, tem de transformar em querer, ajudar na busca de
alternativas”, defende.
Procurado para comentar a reclamação, o promotor negou, em nota, que
sua atuação tem sido meramente repressiva. Ele diz que “os problemas
relacionados à queima de castanha, tais como impacto ambiental, danos à saúde
dos moradores e trabalho infantil, não têm passado desapercebidos do Ministério
Público Estadual” e que “em vez de buscar a repressão de delitos relacionados
ao caso, esta Promotoria tem priorizado o diálogo com a respectiva comunidade,
já havendo sido realizadas duas reuniões no local com todos os interessados e
representantes de órgãos municipais, estaduais e federais, objetivando a
construção de um consenso para solucionar o caso”.
O promotor reclama, porém, que embora “busque uma resposta adequada e
legítima aos problemas, tem enfrentado alguma resistência relacionada ao
costume já enraizado, da parte de algumas famílias locais, de proceder à queima
de castanhas ao alvedrio dos respectivos danos decorrentes, o que não impedirá
uma atuação isenta e efetiva para a resolução do caso”.
Potiguar - Entre as famílias que dependem do processamento de castanhas
de caju para sobreviver estão as de um assentamento localizado na região de
índios Potiguar, um dos poucos núcleos remanescentes dessa etnia que no passado
povoou o estado inteiro. Os ganhos são mínimos. A castanha crua é comprada de
pequenos produtores da região de Serra do Mel. Um saco de 50 kg rende, em
média, 10 kg de castanha processada. As famílias contam que ganham de R$ 30 a
R$ 100 por semana, vendendo a produção a intermediários que revendem em feiras
e mercados de cidades.
Assim que as castanhas estão torradas, as mãos se levantam; pancadas
quebram uma noz, depois outra e outra, e outra
legenda ae
O óleo se esparrama em torno das unhas, pela ponta dos dedos e, quando
se vê, as mãos inteiras já estão cheias de ácido
“Tentamos identificar quem lucra com isso, mas é um sistema muito
primitivo. As indústrias organizaram a produção e estão processando diretamente
as castanhas, não identificamos nenhuma envolvida. Os intermediários são
pequenos comerciantes que adquirem o produto diretamente com as famílias”,
explica o auditor fiscal José Roberto Moreira da Silva.
Criatividade na busca por soluções para as famílias não falta. Nilson
Caetano Bezerra, do Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho da Criança e de
Proteção ao Adolescente Trabalhador Aprendiz, por exemplo, sonha em fazer
parcerias com as empresas de produção de energia eólica, que fazem multiplicar
o número de torres de geração na região, para empregar adolescentes como
aprendizes. E em providenciar máquinas para que os adultos não tenham de
manusear as castanhas torradas. Experiências com mecanização já aconteceram,
mas o descasque manual ainda é o preferido porque a taxa de desperdício é
menor.
Mesmo que já exista formas de produção mecanizadas, ainda há
preferência pelas técnicas manuais, que seriam mais produtivas
Em fevereiro, o juiz Arnaldo José Duarte do Amaral, titular da 9ª Vara
do Trabalho de João Pessoa, visitou a comunidade e também encontrou as crianças
trabalhando na produção de castanhas. Ele escreveu um artigosobre a questão e,
desde então, tenta articular soluções e envolver mais interessados em resolver
o problema. “Quando estive lá como juiz, me perguntavam se ia prender alguém.
Não é esse o papel do judiciário, o objetivo não é prender ninguém, é achar
solução”, diz, defendendo a formação de cooperativas e mecanismos de economia
solidária como o melhor caminho para erradicar o trabalho infantil e melhorar a
condição de trabalho dos adultos. “A gente tenta corrigir essas questões há
séculos, sem sucesso. Não bastam ações repressivas, que vão além de tentar
punir.”
(Reportagem produzida em parceria com Promenino/Fundação Telefônica
Vivo, e publicada também no site Promenino, que reúne mais informações sobre
combate ao trabalho infantil)
Era 21 de outubro de 1967. No Teatro Paramount, centro de São Paulo, acontecia a final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. Diante de uma plateia fervorosa - disposta a aplaudir ou vaiar com igual intensidade -, alguns dos artistas hoje considerados de importância fundamental para a MPB se revezavam no palco para competir entre si. As canções se tornariam emblemáticas, mas até aquele momento permaneciam inéditas. Entre os 12 finalistas, Chico Buarque e o MPB 4 vinham com "Roda Viva"; Caetano Veloso, com "Alegria, Alegria"'; Gilberto Gil e os Mutantes, com "Domingo no Parque"; Edu Lobo, com "Ponteio"; Roberto Carlos, com o samba "Maria, Carnaval e Cinzas"; e Sérgio Ricardo, com "Beto Bom de Bola". A briga tinha tudo para ser boa. E foi. Entrou para a história dos festivais, da música popular e da cultura do País.
"É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época", resume o produtor musical, escritor e compositor Nelson Motta. O Festival de 1967 teve o seu ápice naquela noite. Uma noite que se notabilizou não só pelas revoluções artísticas, mas também por alguns dramas bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas. Foi naquele dia, por exemplo, que Sérgio Ricardo selou seu destino artístico ao quebrar o violão e atirá-lo à plateia depois de ser duramente vaiado pela canção "Beto Bom de Bola".
O documentário Uma Noite em 67, dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mostra os elementos que transformaram aquela final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil. Para tanto, o filme resgata imagens históricas e traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da festa/batalha, como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível.
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Mistura "mágica" para limpar rejunte:
7 Copos de água
1/4 de um copo de vinagre
1/3 de um copo de limão
1/2 de um copo de bicarbonato de sódio
Misture os ingrediente em um recipiente. Esfregue a mistura com uma escova sobre o rejunte, retire o excesso com uma toalhinha, enxágue após o processo.
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39 obras de Hannah Arendt, Adorno, Benjamin, Habermas e disponíveis para download, aqui.
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Internacionalmente respeitado, os livros do educador foram traduzidos em mais de 20 línguas. No Brasil, tornou-se um clássico, obrigatório para qualquer estudante de pedagogia ou pesquisador em educação. Detentor de pelo menos 40 títulos honoris causa (concedidos por universidades a pessoas consideradas notáveis), Freire recebeu prêmios como Educação para a Paz (Nações Unidas, 1986) e Educador dos Continentes (Organização dos Estados Americanos, 1992).
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“Defendo a educação desocultadora de verdades. Educando e educadores funcionando como sujeitos para desvendar o mundo”, dizia Freire. A educação como prática da liberdade, defendida por ele, enxerga o educando como sujeito da história, tendo o diálogo e a troca como traço essencial no desenvolvimento da consciência crítica.
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