segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Doiderinhas e algumas dicas

Estamos mesmo em tempos de tudo ao mesmo tempo. Isso, todavia, nunca foi e nunca será motivo para abandonar os sonhos.

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Aventurei-me em uma experiência de cinegrafista experimentação, sem edição. Veremos o resultado no pequeno trabalhinho. Se prestar, posto aqui.

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GENTE ORGANIZADA TEM SOLUÇÃO, SIM; E SE O ESTADO FOR MAIS LUZ DO QUE MEDO, TUDO SE EQUACIONA MELHOR. "Há seis meses a prefeitura vem trabalhando no diálogo pacífico com os usuários de crack da região para a criação do Braços Abertos. Com a atitude repressora da Polícia Civil, porém, a operação agora fica ameaçada, uma vez que os usuários podem associar a violência policial ao trabalho de assistência social realizado por meio do programa." Fonte e Foto: Revista Fórum.






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Há também um documentário, que vi, com Paulo Betti. Esse filme, desconhecia. Mas, de fato, esse é um tema ainda a ser melhor explorado, como tantos tantos outros interessantes da nossa história não-oficial.

La Cecillia, anarquismo no Brasil.

Jean-Louis Comolli, Itália - 1975



Interessante registrar que La Cecillia é um filme italiano, dirigido por Jean-Louis Comolli e que, em meio a tanta tralha produzida já há mais de uma década no Brasil, nenhum realizador brasileiro tenha produzido um filme sobre a Colonia Cecília.

Assista completo, com outras informações, na Cinemateca Dálogos do Sul.




sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Noites e reencontros

Pelo novo ritmo que adotei, tenho andado pelo Centro da cidade no avançado da noite, oportunidades e que dá para enxergar uma vida diferenciada que, de fato, existe. Essas passadas me levam sempre a um certo passeio no passado. Um pouco de nostalgia, sim. Acho que juventude, por certo, é um estado de espírito. Mas vejo, como permanente nesse estágio de mente-corpo um permanente anseio de aproximação, que o modo de vida predominante em nossa sociedade ainda apresenta obstáculos para superação. Por outro lado, há avanços perceptíveis em uma maneira de viver que brota nessa pedreira chamada cotidiano. E flores de vida insistem em brotar entre a multidão, em prol de novos espaços e relações. Permanentemente, tenho me aproximado mais disso. Sem alienar-se do que importa, dá para recriar a vida. E precisamos ocupar esse tempo em um sentido transformador. Para tudo valer a pena.


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Feiras e outros eventos em prol da bicharada - reproduzido do Olhar Animal.



25 Janeiro 2014
Rio de Janeiro
Sábado 25 Janeiro 2014 10:00 - 18:00
Projeto Resgate de Animais - Catete - Rio de Janeiro/RJ
Sábado 25 Janeiro 2014 11:00 - 16:00
Feirinha de Adoção de Animais dos Focinhos da Luz - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro/RJ
Sábado 25 Janeiro 2014 09:00 - 15:00
Adote um Focinho Carente - Glória - Rio de Janeiro/RJ

Rio Grande do Sul
Sábado 25 Janeiro 2014 08:00 - 12:00
Feira de Adoção - Centro - Osório/RS

São Paulo (Grande SP)
Sábado 25 Janeiro 2014 10:00 - 15:00
Adoção em São Bernardo - Centro - São Bernardo do Campo/SP
Sábado 25 Janeiro 2014 14:30 - 18:00
Feira de Adoção Toca dos Gatinhos - Bela Vista / Consolação - São Paulo/SP

São Paulo (interior)


Sábado 25 Janeiro 2014 10:00 - 16:00
Centro de Adoção de Cães e Gatos do CAV - Clube Amigo Vira-Lata - V. Ema - São José dos Campos/SP
26 Janeiro 2014
Bahia

Domingo 26 Janeiro 2014 09:00 - 13:00
Feira de Adoções ABPA BA - Pituba - Itaigara - Salvador/BA

Rio de Janeiro
Domingo 26 Janeiro 2014 10:00 - 18:00
Projeto Resgate de Animais - Catete - Rio de Janeiro/RJ

São Paulo (interior)
Domingo 26 Janeiro 2014 09:30 - 12:30
Feira de Adoção - Centro - Caçapava/SP
Domingo 26 Janeiro 2014 10:00 - 17:00
Centro de Adoção de Cães e Gatos do CAV - Clube Amigo Vira-Lata - Jd. Satélite - São José dos Campos/SP

Para ver a agenda até dezembro/2014 acesse http://goo.gl/2NxwM3

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Reencontros e Rolezinhos


NADA DE MAIS PREGUIÇOSO. E COERENTE. A presença de mais de três jovens escurinhos juntos, fora das tendências de grife e "desacompanhados", mesmo sem qualquer agressividade, sempre incomodou uma certa Segurança. O pretexto da identificação seletiva, pelo risco iminente do arrastão parece o melhor para jogar uma pá de cal nisso. E o mais preguiçoso também. Mas já há quem enxergue nesses movimentos a evidente ocupação pela juventude da periferia de um novo canal contra-hegemônico, no qual é invertida a normalidade que faz os de baixo só serem bem-vindos quando escondem sua cara. Optar pelo caminho restritivo não é novidade. Nada de anormal. E feroz.

"O Facebook tirou do ar páginas criadas por usuários da rede social para a realização de rolezinhos em shoppings de São Paulo. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (15) pelo presidente da Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers), Luiz Fernando Veiga."

Nota completa no UOL.

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A agenda era apertada, mas consegui chegar a tempo de um rápido reencontro com Márcio Pessoa na Palavraria, minutos antes do lançamento de "Banguela". Colega de Convivências da Ufrgs e fora dela, acompanhei o começo da trajetória de Márcio no radiojornalismo gaúcho, área que explorou bem na abertura de novos rumos na Europa e na África. Nas primeiras das 300 páginas desse livro-reportagem já percebi a sua habilidade em envolver o leitor, com uma linguagem dinâmica, temperada de recursos literários, sobre uma das maiores operações policiais do sul do País. O livro é prefaceado por Luiz Eduardo Soares. Uma resenha aqui.



sábado, 11 de janeiro de 2014

PORTO VERÃO ALEGRE 2014 Programação nos Teatros Munic

Dica de Raphael Sebrian
Para quem não conhece, recomendo alguns cursos/conjuntos de vídeos com do UNIVESP TV (projeto controverso) com importantes intelectuais brasileiros.
- História do Brasil (http://univesptv.cmais.com.br/historia-do-brasil)
- Visões do Brasil, Século XIX (http://univesptv.cmais.com.br/visoes-do-brasil-seculo-xix)
- Atualidade de Sérgio Buarque de Holanda (http://univesptv.cmais.com.br/atualidade-de-sergio-buarque-de-holanda)
- História das Relações Internacionais (http://univesptv.cmais.com.br/historia-das-relacoes-internacionais)

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Reproduzido do blog da SMC de Porto Alegre.

PORTO VERÃO ALEGRE 2014 Programação nos Teatros Municipais:

9 e 10 de janeiro
As Mulheres que Amavam Gains – Teatro Adulto
Musical sobre um dos principais ídolos franceses, Serge Gainsbourg, músico, cantor e compositor, poeta, artista plástico e diretor. No repertório, 16 músicas com versões traduzidas para o português de maneira lúcida e irreverente, na voz de dez atores/cantores sob a direção de Bob Bahlis.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

11 e 12 de janeiro
Dez (Quase) Amores – Teatro Adulto
Assim como no livro, a peça traz Maria Ana, que sem pudor e bastante humor, percorre as vielas de amores absurdos, vivendo-os como se o amor fosse pra sempre. Mostra esses encontros e desencontros, vividos na infância, adolescência, amadurecimento e (quase) maturidade de Maria Ana.
O amor visto pelo lado feminino, sem água e sem açúcar, mas com a malícia que um retrato da mulher livre contemporânea requer.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

14, 15 e 16 de janeiro
Larvárias – Teatro Adulto
As larvárias são figuras intermediárias entre o homem e o bixo. O espetáculo fala dos encontros e desencontros destes seres - seus atritos, confusões, equívocos e aproximações. Inspirado nas máscaras do carnaval de Basel (Suíça).
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

14, 15 e 16 de janeiro
30 Anos de Bethânia - Música
A DOCE BÁRBARA MARIA BETHÂNIA, há mais de 30 anos em cartaz na capital gaúcha, volta com novo repertório, para divertir e surpreender.
Misturando realidade com ficção esta Maria Bethânia nascida em Bagé vem contando e cantando sua saga.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

17, 18 e 19 de janeiro
Se Meu Ponto G Falasse – Teatro Adulto
Comédia de sucesso nacional e clássico do teatro gaúcho, completa 15 anos em cartaz. Sexualidade, casamento, separação, profissão, amizade e auto-estima são os temas das quatro fases da história de duas amigas que retratam a trajetória da mulher do século XX.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

17, 18 e 19 de janeiro
Abobrinhas Recheadas (O Jogo) – Teatro Adulto
STAND-UP Dance Comedy. Reune improviso, jogos, dança e música.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

17, 18 e 19 de janeiro
O Monstro de Olhos Verdes – Teatro Adulto
Trama, inspirada na tragédia Otelo, de William Shakespeare, ambientada em uma praça pública, onde acontecem várias situações incomuns marcadas pelo ciúme e pela inveja.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

21, 22 e 23 de janeiro
Os Mágicos do Sul – Teatro Adulto
Mágicos do Rio Grande do Sul se unem para mostrar o que há de melhor no mundo do ilusionismo.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

21, 22 e 23 de janeiro
O Clube dos Cinco – Teatro Adulto
Livre adaptação de Bob Bahlis do clássico filme cult da década de 1980, The Breakfast Club. Encena um dia na vida de cinco adolescentes que estudam na mesma escola, mas nunca se falaram.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

21, 22 e 23 de janeiro
Bonde dos Coroinhas – Teatro Adulto
Show de humor concebido como um monólogo, onde o personagem, Padre Antonio, chega para realizar a missa um pouco alcoolizado e, a medida em que o tempo vai passando ele vai ficando mas fora de si, falando de vários temas polêmicos.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva


24, 25 e 26 de janeiro
O Manual Prático da Mulher Moderna – Teatro Adulto
Foto Daiane Ramos
Questiona, com bom humor, a capacidade da mulher moderna de conciliar os papéis de filha, mãe, esposa, amiga, amante, magra e profissional. Convida homens e mulheres a rirem de si mesmos de forma leve e cheia de surpresas.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

24, 25 e 26 de janeiro
Entre Nós – Teatro Adulto
Comédia romântica contemporânea, escrita de forma não linear.
Conta a história de dois jovens atores em processo de criação para um romance.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

25 e 26 de janeiro
Os Gringos a Beira de um Ataque de Nervos – Teatro Adulto
Comédia criada pelo Grupo Neelic (Núcleo de Estudos e Experimentação da Linguagem Cênica) para trazer ao teatro e fazer rir. Caricaturização de comportamentos e atitudes tanto do gaúcho do interior do Rio Grande do Sul, como também, o da capital, sempre em fusão com a herança cultural dos países latinos.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

28, 29 e 30 de janeiro
5º Andar – Teatro Adulto
Comédia que acontece numa loja no dia da Grande Liquidação Anual.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

28, 29 e 30 de janeiro
O Apanhador – Teatro Adulto
Livremente inspirado na obra “O Apanhador no Campo de Centeio” ,do escritor J. D Salinger, o espetáculo é fruto de uma intensa pesquisa de atores e músicos criadores sobre o universo de valores que a obra sucita no imaginário contemporâneo.
Salinger traz um recorte verdadeiro, honesto e objetivo da vida de um adolescente comum do mundo moderno. Suas inquietações, inseguranças, preconceitos e paixões são abordadas através de uma linguagem direta, em primeira pessoa, permitindo o leitor compreender o raciocínio e os impulsos próprios de uma fase de transformação do homem.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

28, 29, 30 e 31 de janeiro; 1 e 2 de fevereiro
A Comédia dos Erros – Teatro Adulto
Crise de identidade sob o ponto de vista cômico é o tema central. Possivelmente a primeira obra escrita por William Shakespeare.
Trama caprichosa e divertida, à qual se articula um eficiente jogo dramático em torno dos conceitos de aparência e realidade.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

31 de janeiro; 1 e 2 de fevereiro
Las Cuatro Esquinas - Dança
Dança flamenca da Cia DEL PUERTO.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

31 de janeiro; 1 e 2 de fevereiro
O Que os Homens Pensam que as Mulheres Pensam – Teatro Adulto
Comédia que apresenta o conflito entre quatro homens que se encontram em um banheiro público onde, para satisfazer a vontade de um deles, são representados diversos personagens, situações e lugares diferentes colocando em evidência o gosto feminino.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

4, 5 e 6 de fevereiro
Apareceu a Margarida – Teatro Adulto
A professora, Dona Margarida, no primeiro dia de aula de uma turma de 5ª série, resolve expor suas idéias nada ortodoxas aos alunos (plateia). Fala de maneira cruel e polêmica sobre os fatos da vida:sexo, educação, morte, autoritarismo.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

4, 5 e 6 de fevereiro
Como Enlouquecer Sua Alma Gêmea – Teatro Adulto
Comédia que mostra o cotidiano de Paulo e Valquiria, um casal de noivos que se separa durante os verões. Muitas surpresas que vão sendo reveladas no decorrer da peça.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

4, 5, 6, 7, 8 e 9 de fevereiro
O Bordel das Irmãs Metralha – Teatro Adulto
Cinco personagens à beira de um ataque de nervos, no melhor estilo Almodovar. No melhor estilo teatro de revista, abusa do colorido dos figurinos, da dublagem, da versatilidade dos atores e da empatia com a plateia.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

7, 8 e 9 de fevereiro
Gozadas – Teatro Adulto
Quadros Cômicos, Musicais e Stand Up Comedy se alternam neste Pequeno Teatro de Variedades. Os melhores performers da cidade se unem para um espetáculo de entretenimento puro. Com um grande desfile de atrações.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

7, 8 e 9 de fevereiro
Como Emagrecer Fazendo Sexo – Teatro Adulto
Aborda de maneira divertida e bem humorada a compulsão por tratamentos de emagrecimento: uma dieta na qual quanto mais se come, mais necessidade há de fazer sexo.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

11, 12 e 13 de fevereiro
Happy Hour (Jogos de Improviso) – Teatro Adulto
O Happy Hour é a celebração das coisas boas da vida e o acordo de não falar sobre trabalho, chefe ou sogra, a não ser que seja pra falar mal.
Nesta celebração da boa vida a plateia é quem decide o que vai acontecer no palco. Não há textos programados, apenas atores se divertindo com os novos amigos que vieram pra festa.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

11 e 12 de fevereiro
El Rey – Teatro Adulto
Mostra o momento em que um jovem apaixonado por música descobre toda a magia, irreverência e teor poético que o grupo Secos&Molhados proporcionou ao Brasil e ao mundo durante os anos de 1973 e 1974. Monólogos e declamações interpretadas pelo ator Juremir Neto, além da execução das canções na integra pela banda El Rey.
Horário: às 21h
Local: Sala Álvaro Moreyra

11, 12 e 13 de fevereiro
Gaudêncio em Busca de Odete – Teatro Adulto
As aventuras de Gaudêncio – bagual xucro em terras estrangeiras em busca de sua linda prenda Odete. Comédia que conta os imprevistos ocorridos durante essa busca e todas as encrencas onde o gaudério se mete durante sua aventura.
Horário: às 21h
Local: Teatro Renascença

14, 15 e 16 de fevereiro
Como Agarrar um Marido Antes dos 40 – Teatro Adulto
A comédia aborda de forma divertida e bem-humorada um dos assuntos mais badalados do mundo contemporâneo: a busca pela alma gêmea.
Horário: às 21h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

14, 15 e 16 de fevereiro
Inimigas Íntimas – Teatro Adulto
Se você acha que mulher é tudo igual, não sabe o que quer ou quer tudo ao mesmo tempo, são histéricas e loucas, você está certo. Mas como ser diferente se temos que ser mulheres incríveis, profissionais de sucesso, mães maravilhosas, bem amadas, lindas, magras, saudáveis e de bunda arrebitada? O único jeito é rir de nós mesmas! (Mas sem exageros para não dar rugas tá?)
Horário: 21h
Local: Teatro Renascença

15 e 16 de fevereiro
Pimenta do Reino em Pó – Teatro Infantil
Livre adaptação do livro de Cláudio Levitan que narra as aventuras de três crianças em busca de seu avô, encontros com aranhas e cobras gigantes, uma terrível bruxa com cinco narizes e muitos outros perigos eles terão que enfrentar nessa aventura emocionante.
Horário: às 17h
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva

Informações: (51) 3557-1061 / 3573-1061
www.portoveraoalegre.com.br

sábado, 4 de janeiro de 2014

VIOLÊNCIA DOS OLHOS E VIOLÊNCIA DAS RUAS.

"O curioso é que aqueles brasileiros que queixam-se amargamente de limpar o próprio banheiro, elogiam incansavelmente a possibilidade de andar à noite sem medo pelas ruas, sem enxergar a relação entre as duas coisas. Violência social não é fruto de pobreza. Violência social é fruto de desigualdade social."


Da relação direta entre ter de limpar seu banheiro você mesmo e poder abrir sem medo um Mac Book no ônibus

Por Caio Braz


Excelente texto extraído do blog de Daniel Duclos, brasileiro que atualmente mora na Holanda. De uma lucidez impressionante.

A sociedade holandesa tem dois pilares muito claros: liberdade de expressão e igualdade. Claro, quando a teoria entra em prática, vários problemas acontecem, e há censura, e há desigualdade, em alguma medida, mas esses ideais servem como norte na bússola social holandesa.

Um porteiro aqui na Holanda não se acha inferior a um gerente. Um instalador de cortinas tem tanto valor quanto um professor doutor. Todos trabalham, levam suas vidas, e uma profissão é tão digna quanto outra. Fora do expediente, nada impede de sentarem-se todos no mesmo bar e tomarem suas Heinekens juntos. Ninguém olha pra baixo e ninguém olha por cima. A profissão não define o valor da pessoa – trabalho honesto e duro é trabalho honesto e duro, seja cavando fossas na rua, seja digitando numa planilha em um escritório com ar condicionado. Um precisa do outro e todos dependem de todos. Claro que profissões mais especializadas pagam mais. A questão não é essa. A questão é “você ganhar mais porque tem uma profissão especializada não te torna melhor que ninguém”.

Profissões especializadas pagam mais, mas não muito mais. Igualdade social significa menor distância social: todos se encontram no meio. Não há muito baixo, mas também não há muito alto. Um lixeiro não ganha muito menos do que um analista de sistemas. O salário mínimo é de 1300 euros/mês. Um bom salário de profissão especializada, é uns 3500, 4000 euros/mês. E ganhar mais do que alguém não torna o alguém teu subalterno: o porteiro não toma ordens de você só porque você é gerente de RH. Aliás, ordens são muito mal vistas. Chegar dando ordens abreviará seu comando. Todos ali estão em um time, do qual você faz parte tanto quanto os outros (mesmo que seu trabalho dentro do time seja de tomar decisões).

Esses conceitos são basicamente inversos aos conceitos da sociedade brasileira, fundada na profunda desigualdade. Entre brasileiros que aqui vêm para trabalhar e morar é comum – há exceções - estranharem serem olhados no nível dos olhos por todos – chefe não te olha de cima, o garçom não te olha de baixo. Quando dão ordens ou ignoram socialmente quem tem profissão menos especializadas do que a sua, ficam confusos ao encontrar de volta hostilidade em vez de subserviência. Ficam ainda mais confusos quando o chefe não dá ordens – o que fazer, agora?

Os salários pagos para profissão especializada no Brasil conseguem tranquilamente contratar ao menos uma faxineira diarista, quando não uma empregada full time. Os salários pagos à mesma profissão aqui não são suficientes pra esse luxo, e é preciso limpar o banheiro sem ajuda – e mesmo que pague (bem mais do que pagaria no Brasil a) um ajudante, ele não ficará o dia todo a te seguir limpando cada poerinha sua, servindo cafézinho. Eles vêm, dão uma ajeitada e vão-se a cuidar de suas vidas fora do trabalho, tanto quanto você. De repente, a ficha do que realmente significa igualdade cai: todos se encontram no meio, e pra quem estava no Brasil na parte de cima, encontrar-se no meio quer dizer descer de um pedestal que julgavam direito inquestionável (seja porque “estudaram mais” ou “meu pai trabalhou duro e saiu do nada” ou qualquer outra justificativa pra desigualdade).

Porém, a igualdade social holandesa tem um outro efeito que é muito atraente pra quem vem da sociedade profundamente desigual do Brasil: a relativa segurança. É inquestionável que a sociedade holandesa é menos violenta do que a brasileira. Claro que aqui há violência – pessoas são assassinadas, há roubos. Estou fazendo uma comparação, e menos violenta não quer dizer “não violenta”.

O curioso é que aqueles brasileiros que queixam-se amargamente de limpar o próprio banheiro, elogiam incansavelmente a possibilidade de andar à noite sem medo pelas ruas, sem enxergar a relação entre as duas coisas. Violência social não é fruto de pobreza. Violência social é fruto de desigualdade social. A sociedade holandesa é relativamente pacífica não porque é rica, não porque é “primeiro mundo”, não porque os holandeses tenham alguma superioridade moral, cultural ou genética sobre os brasileiros, mas porque a sociedade deles tem pouca desigualdade. Há uma relação direta entre a classe média holandesa limpar seu próprio banheiro e poder abrir um Mac Book de 1400 euros no ônibus sem medo.

Eu, pessoalmente, acho excelente os dois efeitos. Primeiro porque acredito firmemente que a profissão de alguém não têm qualquer relação com o valor pessoal. O fato de ter “estudado mais”, ter doutorado, ou gerenciar uma equipe não te torna pessoalmente melhor que ninguém, sinto muito. Não enxergo a superioridade moral de um trabalho honesto sobre outro, não importa qual seja. Por trabalho honesto não quero dizer “dentro da lei” - não considero honesto matar, roubar, espalhar veneno, explorar ingenuidade alheia, espalhar ódio e mentira, não me importa se seja legalizado ou não. O quanto você estudou pode te dar direito a um salário maior – mas não te torna superior a quem não tenha estudado (por opção, ou por falta dela). Quem seu paí é ou foi não quer dizer nada sobre quem você é. E nada, meu amigo, nada te dá o direito de ser cuzão. Um doutor que é arrogante e desonesto tem menos valor do que qualquer garçom que trata direito as pessoas e não trapaceia ninguém. Profissão não tem relação com valor pessoal.

Não gosto mais do que qualquer um de limpar banheiro. Ninguém gosta – nem as faxineiras no Brasil, obviamente. Também não gosto de ir ao médico fazer exames. Mas é parte da vida, e um preço que pago pela saúde. Limpar o banheiro é um preço a pagar pela saúde social. E um preço que acho bastante barato, na verdade.
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

O tempo. De novo. Ano Novo

A nossa percepção de tempo pode se modificar por diferentes fatores. Um deles é o ojbetivo. Nessa virada de ano, nota-se uma grande tendêndica das pessoas fazerem balanços e estabelcimento de metas. Parece ser uma necessidade de organizar a vida em função dessa mudança de data no calendário, que marca o final de um ano e início de outro. Impressiona, a respeito disso, a necessidade que nós, maioria dos humanos, temos de se organizar funcionamento a partir de planos pré-definidos. Fato é que essa articulação tem mesmo a ver com o aproveitamento mais racionais do tempo. E com isso, uma melhor focalização em objetivos, que por sua vez, transformam essa mesma percepção.

Um Estado Midiocrático

COM O RESPEITO A TODOS OS CRISTÃOS, O DEBATE É NECESSÁRIO E PERTINENTE, E O TEXTO É ESCLARECEDOR. HÁ QUE DIGA QUE VIVEMOS AINDA SOB UM ESTADO TEOCRÁTICO. DIVIRJO. ENTENDO QUE, MUITO ALÉM DO ESTADO, A NOSSA CULTURA E MASSA É QUE É MIDIOCRÁTI...CA. O PRESENTE TEXTO DÁ SUBSÍDIOS A ESSA TESE. MESMO TENDO CRESCIDO COM O PAI ALCOOLISTA E NA CONVIVÊNCIA DIRETA E INDIRETA COM DEPENDENTES DE DIVERSAS DROGAS - INCLUSIVE LEGAIS, SOBREVIVI AOS VÍCIOS DAS RELIGIÕES. FELIZMENTE. "O resultado é uma comunidade fiel e obediente, que alimenta uma máquina que arrecadou em 2011, segundo dados da Receita Federal, cerca de R$ 20 bilhões, levando em consideração todos os credos, mera estimativa, já que as igrejas não pagam impostos e a entrada de divisas ocorre, em geral, por dízimos e doações em espécie, dinheiro cujo destino é impossível de ser rastreado." Via El País (http://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/02/opinion/1388690021_950671.html)

Gina, Sam Alves e o Espírito Santo
Samuel tinha dois dias de vida ao ser abandonado numa caixa de sapatos. Na última quinta-feira, ele venceu o The Voice Brasil
Luiz Ruffato 2 JAN 2014 - 17:13 BRST

Salvar Samuel tinha dois dias de vida ao ser abandonado dentro de uma caixa de sapatos na porta de uma casa em Fortaleza. Adotado pelos evangélicos Raquel e Luis Alves, cresceu adubado com carinho. Em 1993, quando contava apenas quatro anos, os pais resolveram tentar a vida nos Estados Unidos. Após dez anos, Samuel voltou para o Brasil com a mãe, e, incentivado por ela, chegou a gravar um disco independente de música gospel, sem sucesso. Em 2007, regressou aos Estados Unidos, retomando as esperanças de fazer carreira como cantor.

Na última quinta-feira, já usando o nome artístico de Sam Alves, Samuel venceu a edição nacional do show de talentos The Voice Brasil, levada ao ar pela Rede Globo de Televisão, com quase metade dos 29 milhões de votos dados pelo público em eleição direta, cantando Hallelujah. Cercado por bailarinos vestidos de branco, transformou o ceticismo de Leonard Cohen em uma quase canção de exaltação a Deus. Naquele momento, Sam Alves representava, com seu carisma, sua voz, sua história, uma das mudanças mais significativas da sociedade brasileira nos últimos cinqüenta anos, o crescimento vertiginoso da presença da religião no discurso cotidiano.

Pouco antes de Sam Alves se apresentar no palco, a cantora Claudia Leitte, “técnica” dele, disse que a missão de seu pupilo era “fazer Deus se revelar através do canto”. Quando ouvidos, os familiares do cantor, em Fortaleza, não pouparam exortações a Deus em busca de um escudo para o parente naquela hora de provação, e Sam Alves, ao revelarem seu nome como o grande vencedor do programa, elevou os olhos aos céus, murmurando um agradecimento a Deus.

Já na novela Amor à vida, carro-chefe da teledramaturgia da Rede Globo, a personagem Gina, “moça direita e pura”, segundo seu perfil oficial, apaixona-se por Elias, freqüentador de uma igreja pentecostal dirigida por Efigênio, dono de bar convertido em pastor. As cenas em que aparece o casal, onde predominam a cor branca nas vestes, a serenidade nos diálogos, a paz nos rostos dos protagonistas, buscam despertar simpatia no telespectador e construir uma imagem positiva dos evangélicos – algo impensável há pouquíssimo tempo. Claro, trata-se de uma estratégia da Rede Globo, menos interessada em religião, e mais em conquistar um público que vem crescendo exponencialmente, responsável por, em menos de vinte e cinco anos, posicionar a Rede Record, braço midiático da Igreja Universal do Reino de Deus, em segundo lugar no ranking de audiência no país.

O Brasil, segundo o censo do IBGE de 2010, continua predominantemente católico: 65% da população assim se declara, embora todos saibamos que os números são inflacionados, pois esta maioria é formada por “não praticantes”, eufemismo onde se enquadram os que mantêm uma relação apenas pragmática com a religião. Mas o espantoso é constatar que a comunidade evangélica, que engloba protestantes, pentescostais e neopentecostais, representa hoje 22% do total da população – lembrando que quem se manifesta evangélico quase sempre segue os preceitos da confissão à risca. Em dez anos, esta comunidade cresceu 61%, e de forma preponderante entre os que são classificados como a Classe C emergente.

A multiplicação do número de evangélicos – e aqui excetuamos os protestantes históricos, luteranos, metodistas, presbiterianos, batistas – deve-se basicamente a dois fatores, um teológico, outro social. Baseados em uma interpretação literal da Bíblia, único livro reconhecido como repositório de toda a sabedoria necessária para a vida, os ensinamentos evangélicos, de tão simples, podem ser compreendidos por qualquer pessoa, independente do grau de instrução. Afinal, oferece-se um edifício moral sólido, onde não há lugar para especulações metafísicas.

Abraçada pela sensação de permissividade de um mundo moralmente decadente, e vivendo num país onde o Estado se omite no cumprimento de suas funções mais básicas (proporcionar educação, saúde, habitação e segurança de qualidade aos cidadãos), as verdades absolutas, inquestionáveis, definitivas, pregadas pelos evangélicos, vicejam no desamparo das camadas mais pobres, sempre avizinhadas da miséria. O duro cotidiano de pessoas oriundas de famílias destroçadas pelo alcoolismo e pelas drogas, acuadas pela violência dos traficantes e da polícia corrupta, vilipendiadas por salários mínimos, humilhadas na solidão de cozinhas, guaritas e balcões, encontra alívio em igrejas abertas 24 horas por dia. A tristeza, o medo, a angústia se dissipam no aconchego de uma congregação formada por iguais, e uma ampla rede social se estende para amparar o novo crente.

O resultado é uma comunidade fiel e obediente, que alimenta uma máquina que arrecadou em 2011, segundo dados da Receita Federal, cerca de R$ 20 bilhões, levando em consideração todos os credos, mera estimativa, já que as igrejas não pagam impostos e a entrada de divisas ocorre, em geral, por dízimos e doações em espécie, dinheiro cujo destino é impossível de ser rastreado. Uma comunidade fiel e obediente que acredita deter a verdade absoluta, e que possui pouca tolerância com quem dela discorde.

Para manter o proselitismo religioso, formou-se no Congresso Nacional uma frente suprapartidária evangélica que reúne 73 parlamentares, com objetivo de rechaçar, de maneira intransigente, qualquer discussão sobre aborto, união civil entre pessoas do mesmo sexo e eutanásia, entre outros pontos. Além da defesa de seus interesses dogmáticos, a bancada, que projeta para as próximas eleições um crescimento de 30%, tem particular devoção pelas concessões de emissoras de comunicação para difundir a fé – em 2011 as igrejas pentecostais e neopentecostais alugavam 140 horas semanais de programação das cinco principais tevês abertas do Brasil. Ao mesmo tempo, essa bancada é a que detém mais processos na Justiça Eleitoral e no Supremo Tribunal Federal, por formação de quadrilha, sonegação de impostos, abuso do poder econômico, peculato e improbidade administrativa...

Luiz Ruffato é escritor

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

As luzez que importam

Uma das necessárias perguntas a fazermos a sí mesmo para uma melhor convicção sobre o acerto ou equívoco nos caminhos que tomamos na vida, tem muito a ver, creio eu, com uma mistura de felicidade e racionalidade. No caso, do primeiro elemento, sentir-se bem com o ambiente, as ações e a qualidade com o que estamos desenvolvendo; no segundo caso, perceber uma dimensão criativa com o que realizamos e uma sensação de influência qualitativa desses atos na vida de outrem. Acompanhando por esses dias a série de homenagens realizadas à atriz Fernanda Montenegro pela Rede Globo, emissora onde ela desenvolveu a maior parte de sua trajetória televisiva - descontando teatro, cinema e outras artes - pude perceber essa sensação nos olhos e na postura de modéstia dessa atriz. Uma sabedoria traduzida em tranquilidade, típica de quem atingiu um nível de relação com sua obra que se emancipou há muito da necessidade de exibicionismo, vaidade ou concorrência e outras tendências mesquinhas do gênero humano. Aprendemos com pessoas desse tipo que o que mais vale na arte e na vida é mesmo o quanto o que fizemos nos realiza interiorimente, e assim, distribui luzes.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

O Tempo e o Vento - uma impressão, a priori



Gostei da linguagem poética de O Tempo e o Vento. Esse seriado promete. Mesmo antipatizando com a caricatura gaudéria que se fez do gaúcho sul-riograndense, temos razões históricas para compreender traços rústicos que marcaram a nossa formação. Em "Um romancista apresenta sua terra, uma de suas mais célebres e belas crônicas, E. Veríssimo explica essas influências a uma escritora nordestina que, ...segundo ele, se negava a pisar nesse Estado pelo nosso 'acastelhamento'. Em contraponto realiza um convite a uma viagem imaginária pelas diversas regiões do RS. Diz ele no preâmbulo desse diálogo: "Somos uma fronteira. (...) Pagamos um pesado tributo de sofrimento e sangue para continuar deste lado da fronteira meridional do Brasil. Como pode você acusarnos de espanholismo? Fomos desde os tempos coloniais até o fim do século um território cronicamente conflagrado. Em 77 anos, tivemos 12 conflitos armados, contadas as revoluções. Vivíamos permanentemente em pé de guerra. Nossas mulheres raramente despiam o luto. Pense nas duras atividades da vida campeira - laçar, domar e marcar potros, conduzir tropas, sair para a faina diária quebrando as madrugadas de inverno - e você compreenderá porque a virilidade passou a ser a qualidade mais exigida e apreciada do gaúcho".