sábado, 23 de janeiro de 2016

O "Rock Orgânico" de Neil Young



"Los años de Monsanto" del álbum The Monsanto Years de Junio-2015

Monsanto es una proveedora de productos químicos para la agricultura, en su mayoría herbicidas, insecticidas y transgénicos. Entre sus productos más conocidos se encuentran el glifosato bajo la marca Roundup y el maíz genéticamente modificado MON 810.

La compañía genera polémicas alrededor del mundo, debido a múltiples denuncias sobre perjuicios a la salud, impactos ambientales negativos y el desconocimiento acerca de los efectos que podría producir la alteración genética de los alimentos, acusaciones generalmente negadas por la comunidad científica que acostumbra en muchos casos a defender la necesidad de sus productos.

El glifosato es el principio activo del herbicida Roundup (nombre comercial producido por Monsanto, cuya patente expiró en 2000). Monsanto patentó en algunos países la soja transgénica resistente a glifosato, conocida como soja RR (Roundup Ready) o soja 40-3-2, tecnología que permite la aplicación del herbicida en cobertura total sin afectar el cultivo.
 
Existen actualmente en el mercado cultivares de varias especies resistentes al glifosato, como maíz, algodón, canola, etc. El uso masivo del herbicida ha sido objeto de controversia desde el punto de vista toxicológico y ambiental.
 
Safeway es una de las cadenas de supermercados más grandes del país. La empresa opera más de 1,600 locales alrededor de los Estados e incluso Canadá, bajo diferentes nombres.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"Eu sou um outro"


Haitianos em formatura do Curso de Capacitação em Atendimento ao Público da Prefeitura de Canoas, em abril de 2013
Foto: Paula Vinhas/PMC
A cada dia que retorno para casa, e que vejo pelas ruas, esquinas e praças negros, sozinhos ou em grupos, falando francês ou creolle, fico refletindo sobre como os haitianos que estão vindo para as cidades brasileiras têm contribuído para tornar o Brasil mais rico culturalmente e humanitário. Apesar das dificuldades duras que estes imigrantes enfrentam, desde a partida de sua pátria de origem, quase nada se houve ou vê de envolvimento dessas pessoas na criminalidade. Pelo contrário, a impressão que deixam, pelos seus comportamentos e atitudes, enquanto grupo étnico, é a de gratidão, disciplina e entusiasmo para vencer os obstáculos da vida. Nisso, acredito que nós, brasileiros, sempre temos o que aprender. O Brasil se construiu a partir da imigração, seja ela forçada ou estimulada. Mas é preciso que reconheçamos que a dívida histórica com os negros está longe de ser paga. Mesmo assim, a reparação por meio das cotas raciais uma forma de reconhecimento para uma inclusão social plena, em um País que ainda não enxerga seu racismo, prossegue tendo enorme resistência. Surpreendentemente, há um olhar mais sensível para com os haitianos pelas nossas classes mais remediadas. Tudo bem, o importante é que essa população vinda do Caribe está contribuindo para problematizar a forma de ver o negro, e quanto nos enxergarmos humanos entre as nossas diferentes etnias, melhor. Porque, no fundo, todos temos a capacidade de sentir fome, dores, medos, esperanças e gratidão. E, sobretudo, temos um destino comum, do qual ninguém escapa e, a partir do qual, deveríamos todos repensar nossos objetivos e atitudes nessa vida.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Festival exibe on-line e de graça mais de 15 filmes franceses

REDAÇÃO EM 19 DE JANEIRO DE 2016 ÀS 17:59

Via Catraca Livre (Matéria completa)

"A 6ª edição do MyFrenchFilmFestival, um festival de cinema francês totalmente on-line e gratuito, acontece a partir do dia 18 de janeiro e vai até 19 de fevereiro. Para assistir aos filmes, os interessados podem fazer um pequeno cadastro no site do evento e ter acesso ilimitado às produções disponíveis.

Ao todo, serão dez longas-metragens e dez curtas-metragens franceses. Os internautas são convidados a votar em seus filmes preferidos e a deixar seus comentários no site. A seleção conta com dois filmes belgas em competição e, fora de competição, com um filme antigo e dois filmes francófonos canadenses. Todos têm legendas em português."

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CALIFORNIA TEM NEY LISBOA, BOWIE E CAZUZA

A energia da descoberta cultural e do despertar hormonal da adolescência, matéria prima de inúmeros sucessos do cinema, formatou um certo padrão estético, que costuma enquadrar os filmes com protagonismo jovem. Por um certo modo de contar diferente sobre isso, talvez, Califórnia mereça uma atenção especial da crítica. De fato, depois de pedradas como Vidas sem Rumo (1983), Kids (1995) e Trainspotting (1996), ficou mais complexo falar dos dramas que povoam o universo jovem, por meio do cinema. Inevitável também identificar que a diretora não consegue escapar de uma certa pieguice no roteiro, típica dos filmes que costumam retratar essa idade das descobertas. Mas é justo também notar que, nessa ausência de novidades entre as produções audiovisuais que tematizam esse momento de passagem entre a infância e a fase adulta, Califórnia inova pela combinação, equilibrada, de três elementos fortes: a interioridade feminina, desvendada com leveza por meio do cotidiano de uma adolescente de classe média alta, dividida entre a liberdade possível, a segurança necessitada e o desejo pulsante; o risco na sexualidade, a partir de uma doença que transformou profundamente os relacionamentos, revisitado sem as luvas do medo e do pudor - que já selaram a abordagem desse tema, entre o tabu e o exagero; mas com o toque especial, e o grande mérito de Marina Person: carregar-nos em uma poética viagem aos anos 80, com todas as suas principais referências e rebeldias. Em uma década de tantas incertezas e excessos, como a que vivemos, olhar para trás, e ver de novas formas como recuperamos uma certa liberdade, é um exercício salutar para o entendimento do que nos tornamos. E nessa volta a um Brasil em despertar (?!), Clara Gallo, Caio Blat e Paulo Miklos compõe um elenco harmonioso, nutrido de uma trilha sonora que provoca nostalgia em quem viveu ou apenas ouviu aqueles tempos. "Sempre quis unir o cinema e a música, minhas duas paixões, para mostrar como foi ser adolescente nos anos 80", declara Marina, que foi, por vários anos, Vj da MTV. Enfim, Califórnia é um belo filme para colorir uma semana, relembrar um passado marcante e respirar mais suavemente o ano que se inicia. Aqui em Porto Alegre, há mais uma chance. Dia 20/01 tem de novo, às 17h, ali no Santander Cultural. Recomendo.






sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Las 15 mejores películas latinoamericanas del siglo XXI

Dos 15 tinha visto 5; agora mais um: "Y tu mamá también" (Alfonso Cuarón, 2002). Uma experiência antropológica pelo interior do México, apimentada por um romance nada convencional. E as vísceras de um País intenso revelada nessa viagem sem rumo. No Youtube, legendado. Recomendo.





 
Por Alejandro Campos diciembre 22, 2015 

“Violencia, riqueza, amor, fiesta, marginación, pasión, belleza natural, muerte y sangre. Mucha sangre. La realidad de nuestro continente se entiende en función de la constante lucha por sobrevivir: a la naturaleza, a nosotros mismos, al extranjero y al nuevo yo. Un conflicto que nos lleva desde la confrontación con el espejo hasta los combates urbanos en las calles, con los ladrillos en la mano y la macana en la cara. Y con la sangre, la Tierra se riega de nuevo, cultivando nuevas generaciones de semillas que han de seguir luchando.  

Taste of Cinema ha recopilado un listado de las 15 películas latinoamericanas más importantes de lo que va de este siglo. El ranking está ordenado de forma cronológica, hay más de una película por año y abarca múltiples latitudes del continente americano. Se trata de producciones que reflejan desde el realismo mágico de América Latina hasta la cruda realidad social del continente.” 

Confere a lista completa em Cultura Colectiva

 

sábado, 9 de janeiro de 2016

O passado é depois de amanhã

Sebastião Pinheiro*
 
Falta menos de um mês para o Carnaval e, como diz a letrada da marchinha: “Recordar é Viver...” os termos “Endossimbiose” e “Transplante de Bioma Fecal” trouxeram nostalgia.

Antes deste século, no Km 68 em Alagoas, em um Assentamento da Reforma Agrária, onde está assentado o irmão da Ita, fui convidado para falar sobre agrotóxicos. Ao fazer reconhecimento do terreno, ignorei o pedido de consumo e optei por falar sobre Botânica Camponesa. Foi uma das apresentações mais felizes de minha vida profissional.

Fazer com que pessoas humildes, alguns desarraigados da terra desde as Ligas Camponesas de F. Julião, voltassem a sentir auto-estima e amor próprio. Nos primeiros anos deste século, consegui idealizar, a pedido, o “Curso de Economia Invisível da Mulher Camponesa”, organizado e coordenado pelo Núcleo de Economia Alternativa e Movimento de Mulheres Camponesas (paritariamente), e que tive a responsabilidade de apresentar pequenas inserções sobre uma agricultura independente da conjuntura atual. 

Já vencido pela idade (aposentado), durante 2014 atendi aos amigos e bolsistas do NEA participando no curso de “Botânica Camponesa no Assentamento Filhos de Sepé” no município de Viamão há 80 Km de Porto Alegre aos sábados, alternados, durante todo o dia. O curso não teve a aceitação e repercussão, pois das centenas de famílias assentadas, somente quatro ou cinco pessoas participavam do mesmo, mas conseguimos fazer coisas interessantes, embora sem atingir o que havíamos proposto.
 
Os descobrimentos do Novo e Novíssimo mundo nos trouxeram uma riqueza biológica fantástica com fortalecimento da economia e impondo à ciência estudar o novo: imaginem o mundo sem o milho, sem a batatinha, sem o chocolate, chiclete ou o amendoim.... Calcule para uma criança indígena ou camponesa conhecer a participação de seus ancestrais nesta domesticação, construção cultural, criação no momento em que a palavra biodiversidade ganhava valor sonante na boca de políticos servis, mercantilistas e entidades de informação e metapoder. 

Uma grande maioria ainda hoje não sabe por que existem os Jardins Zoológicos e os Jardins Botânicos, pensam que é para o deleite dos seres exóticos e não Institutos de Estudos da Vida Vegetal e Animal, na comodidade do ambiente Central de forma mais barata para os alunos, sociedade e poder... 

Não seja ingênuo de tentar discutir botânica com um jesuíta, pois vais passar vergonha. O Jardim Botânico da cidade de Nova York é maior que a união de todos os Departamentos de Botânicas das Universidades do Continente; da mesma forma que o Jardim Zoológico da Alemanha ocupada, era o maior centro de Investigação com a mesma dimensão no continente (foto)... 
 
 





É óbvio que o estudo de algo em seu local de origem cria um universo e cosmogonia, impossível de ser alcançado por quem o faz “ex situ”, com a necessidade de traduzir em valor crematístico os investimentos, daí uma visão de origem e efeito é mais que casual, é caminho obrigatório e dele saem todos os monismos comportamentais que palramos, repetimos e aceitamos como clichês em todos os níveis de nossas formações. 
 
No assentamento e na nossa botânica camponesa não tínhamos interesse no “darwinismo” ou “lamarquismo” imperantes a partir do século XVIII na Europa, mas em empoderar pessoas humildes na mais elitista de todas as ciências de nossas escolas, como ela não é ensinada, mas deveria sê-lo.  

E não pensem que isso ocorre por sermos os preguiçosos da periferia. A “endossimbiose” de Margulis & Sagan dos anos setenta, já era tema de livros no inicio do século passado e que sequer chegam aos nossos estultos doutores com sua arrogância e prepotência na atualidade. O livro “Simbiogênese: Um novo princípio de Evolução”, de Bóris, M. Kozo-Polyansky foi escrito em 1924, estimulado por outro clássico de 1902, de P. Kropotikin, “Ajuda Mútua um fator de Evolução”, que era uma resposta científica e política aos darwinista Wallace, Herbert, Spencer.  

Muitos outros cientistas como K.S Merezhkovzky e Wallin nos EUA ficaram esquecidos ou escondidos, e seus trabalhos não podia chegar à cidadania? Não seja ingênuo, é por isso que estávamos dentro de um assentamento ensinando botânica a pessoas que mal sabiam ler e escrever, tanto no Km 68 em Alagoas, como no “Filhos de Sepé” em Viamão para subverter a ordem. 
 
Ao postar o último texto em homenagem aos camponeses – indígenas mexicanos, lembrei da situação esdrúxula no último curso de Botânica Camponesa. A bolsista universitária de nutrição, após ouvir que micróbios intervêm na síntese de Vitaminas do Complexo B e D, afligiu-se em corrigir, que as últimas não têm intervenção de microorganismos sendo sintetizadas nos rins de fígado.

Agora, às voltas com a “metagenômica” (e metaproteômica) e Transplante de Bioma Fecal – OPENBIOME BANK, surge a importância dos micróbios na transformação de D2 ergocalciferol e D3 choleocalciferol e desejo que ela tenha memória para ampliar sua visão monista da nutrição, com a cosmogonia, e não funcionalidade industrial, como alias é o que se ensina em toda a periferia do mundo.. 
 
Nossa prioridade é antagônica: Lutar pelo transplante de húmus, através da saúde do solo, e não alterar nossa dieta, sendo obrigado a comer merda para recuperar a saúde, mas fiquei muito triste, pois o livro de Kozo-Polyansky Symbiogenesis, A New Principle of Evolution, (foto) antes desconhecido, ou escondido, agora foi traduzido por Victor Fet e editado por Lynn Margulis, em junho de 2010 para o inglês e publicado pela Harvard Press.  
 
 

 
A cientista Lynn Margulis faleceu em 2011. No Brasil, o livro custa hoje 490 reais o que equivale a mais de cem dólares. A vovó assentada, com sua lucidez cosmológica, sorriu ao sabê-lo: Não precisa esconder, está bem escondido, sorriu. Já a comissária política, treinada para preservação da fé, estava muito feliz com o termo biopoder camponês. Exultou quando soube que era tirado de Michel Foucault, repetindo o clichê: “Eu amo Foucault”... Envergonhado, mas não indiferente, fui escutar o Visceral Rock “Nada mudou”. 

Um dia, não muito longe, só nos restará a música e a dança... Estou pensando em promover cursos de música desalienante para jovens, camponeses e universitários. Leiam o livro de P. Kropotkin “Ajuda Mútua, um fator de evolução”, sita coisas do Brasil que esse ancião desconhecia.., mas, não tenho medo, pois o passado é depois de amanhã. Já pedi aos amigos mexicanos cópia do livro traduzido. 
 
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, ambientalista e escritor
 
**Encontre nesse blog, logo abaixo link para o acesso a tradução em português da obra  “Ajuda Mútua, um fator de evolução”, de P. Kropotkin

O Apoio Mùtuo [Livro]


‘O apoio mútuo é a obra mais representativa da personalidade intelectual de Kropotkin. ela se encontram expressados por igual o homem de ciência e o pensador anarquista; o biólogo o filósofo social; ele historiador e o ideólogo. Trata-se de um ensaio enciclopédico, de um gênero cujos últimos cultores foram positivistas e evolucionistas. Abarca quase todos os ramos do saber humano, desde a zoologia à história social, desde a geografia à sociologia a arte, postas ao serviço de, uma tese científico-filosófica que constitui, a sua vez, uma articular interpretação do evolucionismo Darwiniano  (...) O já citado Ashley Montagu escreve:

“Hoje em, dia O Apoio Mútuo é a mais famosa das muitas obras escritas por Kropotkin; em rigor, é já um clássico. O ponto de vista que representa se foi abrindo caminho lenta mas firmemente, e seguramente cedo entrará a fazer parte dos cânones aceitados da biologia evolutiva”,[25].” (Capítulo introdutório). Angel J. Cappelletti

A obra completa para ler e baixar AQUI.

sábado, 2 de janeiro de 2016

PROVOCAÇÕES DO TIÃO - A “Jolie Rouge” da Juquira Candiru chora sangue, mas não arrefece

Sebastião Pinheiro*



"O período é de festas religiosas para muitos e passagem no registro do tempo para todos. Convida à reflexão, felicitações, perdão e, principalmente, esperança no futuro, mas entornou o caldo, chutei o balde. Não dá mais para aguentar, mesmo para um pacifista e equilibrado. Tudo tem limite, a violência está demais.

Toda manhã leio o UOL, e disciplinadamente aprecio os comentários nas matérias da F de SP, para sentir como andam as coisas pelo externar de opiniões. Não há adjetivo suficiente para o grau de intolerância –desfaçatez - ignorância estampados nos comentários, na grande maioria de “leitores” do meio de comunicação mais festejado do país.
 
Por que todo esse ódio? O que está acontecendo? Será a resposta instantânea, explosiva, sem discernimento ou reflexão da mídia eletrônica? Não sejam ingênuos, não pensem que as pessoas não sabem mais contar até dez. Tudo é muito bem calculado e os comentários permitem organizar a gestão social do rebanho: Público, Privado e outros, através de análises estatísticas simples com amostras estratificadas em universos seletivos no interesse do “poder” impondo interesses financeiros atendendo ao poder imperial e seus cônsules. Na periferia, antigamente havia a escassez e até ausência do Estado para o exercício da cidadania por todos.
 
Algo que hoje está tão central, que são poucos os Estados Nacionais que resistem, ainda por algum tempo, pois tudo é alcançado não mais por políticas públicas e educação, mas agora somente permitido através do comércio no mercado e unicamente para consumo.

Para esse poder é melhor alcançar toda e qualquer transformação por meio de suborno, prostituição, corrupção do que através de educação, saneamento, infraestrutura, pois toda lei, norma, regra é um instrumento educacional que esbarra em resistência étnica, cultural, idiossincrática e religiosa, que retardam os objetivos desejados e premeditados pelo poder que deseja ser único e imperial. Eis alguns exemplos:

1) Na primeira vez que ouvi falar do vírus Zika na TV nacional há aproximadamente um ano, a autoridade sanitária federal dizia que não era para preocupar-se que eram manchinhas na pele e uma coceirinha que em 15 dias desapareciam. Ninguém cobra do canalha inconsequente e incompetente que deu um sinal de tranquilidade, quando já dois anos antes na Polinésia Francesa uma deputada anunciava que mais de 40 mil pessoas tinham sido infectadas com diversas e severas sequelas. Hoje há um estranho ufanismo com a “descoberta” da microcefalia, mas não se tempera o seu significado macabro. Em 1900, Oswaldo Cruz desinfetou a cidade do Rio de Janeiro e exterminou a Febre Amarela urbana e o mosquito da dengue sem as tecnologias que dispomos hoje, pela ação sanitarista (franco germânica). Há 40 anos um estudante de agronomia em Seropédica a 42 Km do Rio de Janeiro identificou larvas do mosquito da dengue e levou para a Universidade Rural.
 
O que foi feito por parte do Estado?
 
O “Fumacê” passou a ser cantado em prosa, verso e troça sem parar a expansão do mosquito ligada as más condições de saneamento básico. É que Oswaldo Cruz eliminou as causas através de saneamento e o fumacê combate os efeitos. Verbi gratia seu contencioso com a elite do Colégio Militar do Realengo, que não era somente pela vacinação. Hoje ele é endêmico assim como a Febre Amarela voltou a urbanizar-se em zona de turismo internacional, pois o negócio é consumir veneno e não privilegiar o saneamento básico e estratégico. Há denuncias que o recurso para comprar o veneno de controle foi desviado para campanha política. Porta arrombada, o “Plim Plim” passou a recomendar que o mosquito não pode nascer, como se o crime fosse da natureza e não da ação humana inepta. Estranho, onde chove a cada quinze dias é possível ter eficiência que uma endemia requer, sem a educação de um padrão industrial ou pós-industrial? Por que será que a escola do Dr. Oswaldo não vingou no Brasil, América Latina e Africa?

2) A merenda escolar é bandeira de salvação da infância na escola (pública) e tem gente altruísta com alteridade intelectual, que afirma ser a solução social, pois é a única refeição de muitas crianças. Desvirtuando que escola é lugar de aprender e não de comer, logo algo está errado antes da escola; “Pública” está entre parênteses, pois o significado de público é para todos, o que não acontece na grande maioria dos países e menos ainda no nosso, onde os governantes pensam que estão concedendo alforria e não um direito pétreo cidadão. O duro é escutar a idiotice que diz estamos a cada dia melhor jogando o a solução para as calendas gregas. A questão é clara, um famélico não aprende, mas qual é o aprendizado de alguém depois de comer a única refeição? Isso é mais uma tortura fisiológica que docência; Nesse contexto, a propaganda de merenda escolar orgânica é indecente.

3) Quanto à saúde, o pobre SUS está transformado em distribuição de medicamentos (contrariando às empresas de comunicação com interesses nas participações e previdência privada) e não há fomento à saúde através do saneamento, nutrição e prevenção total. Todos hospitais foram transformados em Pronto Socorre para onde acorre levas de desesperados por vontade própria, sem os protocolos de triagem hierárquicos de atendimento eficiente como em todos os países onde o Estado existia, e agora resiste ao comercio de saúde. O termo “cirurgia eletiva” permite entender o desmazelo e negócio que endivida os sistemas previdenciários. Há 50 anos somos o maior consumidor de cesarianas do mundo, embora sejamos esculturalmente reconhecidos pelos “ilíacos e sacro” (glúteos). Sim minha gente somos pentaicosacampeão nos negócios das cesarianas;

4) Milhões de dólares são gastos por agentes de propaganda política oficial em Campanhas Permanentes contra agrotóxicos/transgênicos, enquanto eles batem todos os recordes mundiais de consumo sem que possa haver fiscalização, controle e educação para o agricultor, custando o tratamento das intoxicações uma parcela significativa nos gastos em saúde pública, pois é lucrativo para uma burocracia que se locupleta através de coimas e disfarça a inoperância e subjugo aos interesses corporativos internacionais.

Estes quatro exemplos se consolidam em um só: VIOLENCIA IDEOLÓGICA. Ela, hoje é o vetor principal do poder, mas nunca apresentada como tal e quando ocorre sua clarividência, muitas vezes atinge o alvo errado. O exemplo pode parecer hilário, mas é trágico sem ser macabro. Em 1959 os revolucionários cubanos proibiram o uso do saxofone acreditando ser ele um símbolo norte-americano, mas esse instrumento musical do século XVIII é de origem belga, embora muito executado nos ritmos ianques nos Cabarés e Cassinos da ilha de lavagem de dinheiro.

A violência de sua proibição sequer abriu uma fresta nas reflexões e comportamentos revolucionárias durante um bom tempo pela falta de ambiente para contradizer a ignorância e ódio. É dramático quando o passado e memória não ensinam, o que é mais facilmente notado nas periferias, onde o ódio é mais explosivo e mortal pela carência de escola e ambiente social. No Brasil algo ocorreu com a capoeira, principalmente na Bahia e Rio de Janeiro.

Fico chocado quando amigos chamam minhas observações de sarcásticas ou irônicas, pois o que para eles é violência para mim fica em plano inferior. Ao mesmo tempo em que o quem eu considero violência eles ignoram. É necessário desmistificar este engano dissecando a violência como vetor, meio, direção, sentido e fim do que o jornalista (filósofo) mexicano Javier Esteinou Madrid chamou de “Estado Híbrido do Século XXI” e nós nos atrevemos a antever como uma estação à Eugenia, preparatória do Estado Totalitário Mundial.

O francês Alexis Carrel, Prêmio Nobel de Medicina em 1912 e bolsista da Fundação Rockefeller no último capítulo de seu livro: “O homem este desconhecido” de 1935 aborda a necessidade da Eugenia. Ela foi amplamente aplicada como política social de saúde pública na Europa, América do Norte e teve até mesmo seguidores na América Latina e Brasil no início do Século 20, mas o Estado Nacional atrapalhava seu êxito. Agora, o Estado Transitório permite perceber o amadurecimento do mercado e por si só tem condições de alcançar os objetivos de forma lucrativa.

- Há 20 anos os agricultores franceses (paysans = camponeses) foram às cidades, estradas e enfrentamentos contra o Agrobusiness (PAC) por direitos, antevendo as ameaças eugenistas contra seu biopoder;

- Nos EUA nos últimos 10 anos mais afrodescendentes foram assassinados pela polícia norte-americana que nas décadas anteriores. Logo é violência estrutural, sistêmica.

- A roubalheira de dinheiro público e privado (FIFA) antes permitida pela necessidade hegemônica na bilateralidade, agora é reprimida pela violência ideológica do sistema financeiro imperial;

- A violência cretina de criminosos “pés de chinelo” ou “paramilitares” e terroristas, é apresentada na TV com cenas escatológicas, como ação religiosa, insultando nossa inteligência. Da mesma forma as das Cruzadas dos séculos IX a XI não são apresentados como uma blasfêmia ou o sistema de torturas da Igreja (Inquisição) não fosse uma obra religiosa. O poder exerce o monopólio da violência ideológica e a distribui na educação como propagandda;

- A cena na TV do fecho à caçada ao ex-aliado e terrorista Bin Laden acompanhada desde a Casa Branca, comemorado com vivas e aplausos de forma macabra e insana. Ou o ataque de “drones” a uma residência e morte 30 pessoas para matar um revoltado criminoso inglês, até o apelido dado tem conotação política (Jihad John). É primário que o Estado e Governo não permitem comportamento pessoal pelo respeito à todos. Toda democracia se divide em três poderes e um deles não pode usar de violência para substituir os outros, pois isso é ditadura. O atentado em Paris foi realizado pelos mesmos rebeldes psicopatas franceses e belgas. Uma resposta esperada que permite e respalda o uso de mais violência para a construção do amanhã eugenista totalitário;

- O Estado de Israel indica como seu embaixador um eugenista (organizador da expulsão e colonização de propriedades palestinas) e os meios de comunicação não sabem ou não podem ler a agressão violenta, que expõe a inépcia governamental sem que a cidadania tome conhecimento e participe da discussão, embora os lemas sejam “Pátria Educadora” e “Brasil de Todos”. Somos um dos países onde as duas comunidades convivem, compartilham e se respeitam lado a lado sem qualquer problema integrados à nação. Isso para a ideologia imperial é subversão: Não pode haver paz ou concórdia, usa-se todo tipo de violência para criar ódio e negócios rentáveis.

Permitam-me a comparação da indicação do embaixador com a transformação pelo exército japonês na Coreia entre 1910 e 1945 de 200 mil mulheres em prostitutas. O reconhecimento do crime, o pagamento pecuniário não é indulgencia que abole a violência e culpa.

Os quatro exemplos anteriores e as minhas violências dissecadas trazem as mesmas cores dos cavalos apocalípticos e seu significado conforme o quadro de V. Vanestsov (1887) (foto) pelo que a “Jolie Rouge” da Juquira Candiru chora sangue, mas não arrefece no combate ideológico: Feliz Ano Novo."



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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, Ambientalista e Escritor

“A Igreja sempre fez política, porém, uma política de direita”

... e o que se desvia disso, é traidor, perseguido, excomungado ou banido....

.... assim como ocorre nas FFAA e as demais instituições que reproduzem seus padrões, guardadas as proporções de discursos e métodos. No caso dos governos "totalitaristas de esquerda" - antes que se objete - reparo que isto é uma contradição, pois estes deixam de ser de esquerda, desde que totalitaristas se tornam. Mas, ressalve-se, os neoliberais, de farda, batina, trator ou microfone, também são experts em atiçar o medo social, por meio da confusão, intencional, entre democratização de bens materiais e simbólicos com "ameaça à propriedade e à liberdade".
 
 

Leonardo Boff, teólogo e escritor, fala sobre o perdão do papa Francisco aos que, como ele, seguem a Teologia da Libertação

BEATRIZ BORGES São Paulo 8 AGO 2014 - 18:59 BRT 

O movimento católico da Teologia da Libertação, que defende uma Igreja para os pobres e ideais de justiça social, nunca foi bem visto pela Santa Sede. Vários sacerdotes foram inabilitados por seguir essa doutrina de dimensão sociopolítica, principalmente na América Latina durante os anos 70. O papa Francisco, para tentar desfazer este mal-estar histórico, deu o primeiro passo. Nesta semana, retirou a punição e solicitou a reintegração do sacerdote nicaraguense Miguel d’Escoto, de 81 anos, suspenso em 1985 por seu envolvimento com a Frente Sandinista, movimento político de seu país, de viés socialista. 

Texto completo no El País