quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Liberdade de imprensa, de verdade e não só no discurso


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Eis uma campanha necessária e pedagógica, de verdade e muito antes e além do marketing.

 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cultura e liberdade religiosa.

Basta!


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Programa alternativo para hoje a noite em Porto Alegre.



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Eis uma questão que a todos interessa, do RJ para o Brasil.



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fogos contra democracia e outras chamas


O controle do mundo pelo poder político-econômico é abissal e nada respeita limites. Felizmente, todavia, as forças que se articulam por uma sociedade transparente vão ser sempre mais rápidas, dignas e globalmente articuladas.

Reprodução: Olhar Digital

Vaza plano do Reino Unido para prender Julian Assange

Fotógrafo capturou imagens de documentos que comprovam intenção dos britânicos
Mesmo que o Reino Unido tenha garantido que não vai invadir a Embaixada do Equador em Londres para prender Julian Assange, sua polícia está pronta para capturá-lo. Nessa segunda-feira, 27, sem querer, um agente da Scotland Yard revelou que existem planos para isso.
De acordo com a agência Ansa, um fotógrafo da Press Association capturou imagens de um documento sobre “o resumo da posição atual de Assange”. Os papéis estavam com um membro da Polícia Metropolitana e revelam a intenção de prender o criador do Wikileaks “sob qualquer circunstância”.

Clique para Ampliar
O documento detalha todas as formas possíveis de fuga e explica que o ativista poderia ser preso mesmo se saísse da Embaixada dentro de um carro diplomático, em caixas protegidas por imundade ou se simpatizantes de Assange iniciassem um tumulto.
Julian Assange está asilado junto ao Equador desde o último dia 16 para não ser extraditado do Reino Unido para a Suécia, onde é acusado de cometer abusos sexuais. O país andino aceitou ficar com o ativista por temer que os suecos o envie aos Estados Unidos, onde pode ir a tribunal por ter revelado segredos de Estado – o que poderia levar à prisão perpétua ou pena de morte.
Abuso
O próprio Wikileaks revelou, na semana passada, que os EUA já têm uma acusação pronta para o ativista. Além disso, o site divulgou e-mails da equipe que trabalha para a companhia de espionagem Straffor e ficou claro que parte das acusações de abuso pode ser falsa.
Uma das interceptações do site revela Chris Farnham, membro da Straffor na China, desmentindo um dos supostos estupros. No e-mail, ele diz ser conhecido de alguém próximo à família de uma das acusadoras e que “não há nada por trás disso, são os promotores querendo fazer nome”.
Agora, o jornal britânico The Daily publicou uma foto que será usada pela defesa de Assange na Suécia para provar que não houve abuso. Na imagem, uma das mulheres envolvidas aparece com ele sorrindo 48 horas depois do momento em que ela diz ter sido atacada.
Os advogados afirmam que a foto é de 15 de agosto de 2010 e foi tirada no restaurante Glenfiddich, em Estocolmo. Na ocasião, a mulher teria, inclusive, tuitado que estava com as pessoas “mais legais e espertas do mundo”.
Diálogo
Após o Reino Unido afirmar que gostaria de retomar o diálogo com o Equador para tratar da extradição, agora foi a vez de os latinos se aproximarem. Ontem, o ministro das Relações Exteriores Ricardo Patiño disse que o processo de diálogo deve continuar, segundo informa a EFE.
A decisão se deu depois que o Equador recebeu apoio de órgãos como OEA (Organização dos Estados Americanos), Alba (Aliança Bolivariana para os Povos da América) e Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
Segundo o chanceler, as conversas serão retomadas para que Assange “possa ser liberado da extradição aos Estados Unidos”.

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Nos anos 90, o movimento estudantil brasileiro tinha essa bandeira pela qualidade da educação; mas no Chile, o envolvimento é mais sistêmico. A história e a memória desse Povo tornam as lutas estudantis mais abrangentes, consistentes e responsáveis - creio.

Estudantes e trabalhadores do Chile de volta às ruas

Reprodução: Prensa Latina                                    
 
Foto: Brasil de Fato
Santiago do Chile, 28 ago (Prensa Latina) Em proposta conjunta, estudantes e trabalhadores do Chile chamaram a uma paralisação nacional hoje em defesa da educação pública e a favor do estabelecimento da gratuidade em todos os níveis de ensino.

  Vamos dar uma demonstração de unidade do mundo social pela educação, estamos todos unidos pela mesma causa que é recuperar a educação pública no Chile, disse o porta-voz da Confederação de Estudantes do Chile, Gabriel Boric.

O também presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile destacou em coletiva de imprensa nesta capital o apoio conjunto de universitários e secundaristas à convocação de greve docente que lançou a categoria no mês passado.

Por sua vez, o porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes Secundários, Cristofer Sarabia, assegurou que a jornada de protesto desta terça-feira estará marcada por uma resposta popular em massa.

Vai ser massivo, e vai ter muita gente nas ruas demonstrando que a educação tem que ser defendida, afirmou.

Todos os sinais indicam que será uma jornada multitudinária, ao longo de todo o país, concordou o presidente do Colégio de Professores, Jaime Gajardo.

O líder magisterial explicou que os professores marcham este 28 de Agosto exigindo uma carreira profissional digna, melhores condições de ensino, fim ao lucro na educação e desmunicipalização da educação.

O alcance da jornada foi de igual modo acentuado pela presidenta eleita da Central Unitária de Trabalhadores do Chile, Bárbara Figueroa.

Sentimos-nos convocantes e queremos que seja uma jornada de alegria, compromisso e participação, uma jornada muito ativa onde possamos pôr no centro do debate o importante: o direito garantido pelo Estado a uma boa educação gratuita e para todo cidadão deste país, enfatizou Bárbara Figueroa.

A mobilização deste dia contempla marchas em várias cidades chilenas, com o epicentro na Alameda desta capital.

ocs/tpa/cc
Modificado el ( martes, 28 de agosto de 2012 )

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E nunca esquecendo o 11 de Setembro Chileno.



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Chile: Graves denúncias de abuso sexual de policiais contra estudantes
27/08/2012

Organizações de luta pelos direitos da mulher e a porta-voz da Assembleia Coordenadora dos Estudantes Secundaristas, Eloísa González,  afirmaram, na última sexta-feira, 24 de agosto, terem recebido cerca de 25 denúncias de casos de violência sexual de carabineiros (policiais) contra estudantes detidas em protestos em defesa da educação. Ativistas e movimentos populares cobram atitudes por parte das “autoridades”.
  A advogada do grupo Corporação Humanas ,Patricia Rada, informou as denúncias aos membros da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Educação da Câmara, que incluem atos de nudez forçada e revistas vexatórias com toques nas partes íntimas. Os fatos lamentáveis teriam ocorrido em delegacias e nos veículos da polícia.
Em declaração à imprensa, a presidenta da Corporación Humanas, Carolina Carrera, disse: “Temos recebido um conjunto de denúncias de distintas regiões distintas … Isso é uma grave violação dos direitos das mulheres… Estamos encontrando um padrão de violência sexual, não são casos isolados”. Em 20 de agosto, algumas estudantes secundaristas vítimas dos abusos apresentaram seus depoimentos diante de um grupo de parlamentares. Fonte: A Nova Democracia.

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Ouço no rádio notícia sobre o fogo simbólico da Semana da Pátria mencionando que este vai se encontrar com a centelha da Chama Crioula. Somada a informação que a Família é tema predominante nas escolas, me pergunto,  até que ponto a TFP perdeu sua influência no Brasil?

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sobre cinema brasileiro , democracia na comunicação e uma dica ambiental


Cinco clássicos do cinema brasileiro

por em 26 de ago de 2012 às 07:55

Ao longo das décadas, o cinema brasileiro se desenvolveu oprimido pelas estéticas estrangeiras, vítima de revezes e longas baixas, contudo, soube se recuperar inúmeras vezes e crescer ainda mais. Conheça agora estas cinco obras-primas do cinema nacional.
Central do brasil.jpg
Central do Brasil (1998)
Sempre influenciado pelas tendências cinematográficas do exterior, ora da Europa ou dos Estados Unidos. O cinema feito no Brasil sempre buscou uma identidade própria, mas principalmente, almejar o reconhecimento internacional. O que aconteceu com poucos, mas louvadas produções nacionais. Enfrentando as dificuldades da produção nacional, o cinema brasileiro conseguiu crescer muito, expandindo fronteiras, adquirindo respeito, exportando atores, mas se mantendo distante de uma produção industrial como a de Hollywood. Sem deixar de ser um dos maiores produtores cinematográficos da América Latina.
Acompanhe agora estas cinco louvadas produções selecionadas, algumas pouco conhecidas, outras reconhecidas internacionalmente, mas todas ao longo dos anos adquiriram o status de clássico, e foram devidamente reconhecidas como obras-primas do cinema nacional. Poucas delas estão disponíveis em DVD, mas para quem não se incomoda com downloads, todas são facilmente encontradas na internet. Apreciem!

1º - Central do Brasil (1998)
Talvez, um dos maiores êxitos da história do cinema nacional, o road movie do diretor Walter Salles conta a história de Dora (Fernanda Montenegro) uma mulher que trabalha na estação de trem Central do Brasil escrevendo cartas para pessoas analfabetas. Certo dia, uma de suas clientes, Ana (Soia Lira) aparece com o filho Josué (Vinícius de Oliveira) pedindo que escrevesse uma carta para o seu marido dizendo que Josué quer visitá-lo um dia. Saindo da estação, Ana morre atropelada por um ônibus e Josué, de apenas 9 anos e sem ter para onde ir, se vê forçado a morar na estação. Com pena do garoto, Dora decide ajudá-lo e levá-lo até seu pai que mora no sertão nordestino.
Central do Brasil é um retrato sentimental do interior do país, que ao narrar as desventuras de Dora e o menino na busca emocionante pelo pai, acaba contando a história de milhões de brasileiros que estão indo e vindo pelo país a todo momento. Imigrantes que buscam uma melhor qualidade de vida, ou outros que estão indo apenas rever seus parentes. Poucos filmes conseguiram retratar com tanta beleza e emoção o interior do país, e o realismo da vida de milhares de pessoas aparentemente comuns. É um filme que fala intensamente sobre solidariedade e generosidade, no caso, a de Dora, mas não peca em não abordar a pobreza e as dificuldades do povo nordestino, e os perigos enfrentados pelos viajantes do interior do Brasil. A fotografia, direção de arte e trilha sonora são primorosas. Ao longo do filme, é impossível não se envolver afetivamente com os personagens de Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira, tão bem construídos e interpretados.
Na época de seu lançamento, fazia anos que um filme brasileiro não alcançava tanto reconhecimento internacional. Central do Brasil foi indicado na categoria de Melhor Filme em mais de dez premiações estrangeiras, incluindo o Oscar, tendo vencido o BAFTA, o Globo de Ouro e o Urso de Ouro do Festival de Berlim de Melhor Filme Estrangeiro. A consagrada Fernanda Montenegro, celebrada como uma das melhores atrizes brasileiras, tornou-se a a primeira atriz latino-americana a ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz, perdendo para Gwyneth Paltrow por Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love). Ela também foi vencedora do BAFTA de Melhor Atriz e do Globo de Ouro de Melhor Atriz Estrangeira.

2º- O Pagador de Promessas (1962)
Única produção brasileira até hoje à vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes, O Pagador de Promessas conquistou a atenção mundial ao contar a saga de Zé do Burro (Leonardo Villar), dono de um pequeno pedaço de terra na Bahia, nordeste do Brasil. Seu melhor amigo é um burro. Quando este adoece, Zé faz uma promessa à uma mãe de santo do candomblé: se seu burro se recuperar, promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres e carregar uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador, capital do estado, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu burro se recupera, Zé dá início à sua jornada. O filme se inicia com Zé, seguido fielmente pela esposa Rosa (Glória Menezes), chegando à catedral de madrugada. O padre Olavo (dionísio Azevedo) recusa a cruz de Zé após ouvir dele a razão pela qual a carregou e as circunstâncias "pagãs" em que a promessa foi feita. Todos em Salvador tentam se aproveitar do inocente e ingênuo Zé. Os praticantes de candomblé querem usá-lo como líder contra a discriminação que sofrem da Igreja Católica, os jornais sensacionalistas transformam sua promessa de dar a terra aos pobres em grito pela reforma agrária. A polícia é chamada para prevenir a entrada de Zé na igreja, pondo fim à sua dramática via crucis.
O Pagador de Promessas é um filme essencialmente triste, dramático, emocionante, mas cheio de simbolismo e com forte crítica social. Através da ingenuidade do personagem Zé do Burro, o grande diretor Anselmo Duarte aborda o preconceito e perseguição da Igreja Católica às religiões afro-brasileiras e a manipulação da mídia sensacionalista. Tudo isso, tendo justamente a Bahia como cenário principal, um dos estados mais multi-culturais do Brasil. Em que as tradições regionalistas e a forte influência das religiões, se confluem, criando uma pluralidade cultural aparentemente pacífica.
O Pagador de Promessas foi um dos primeiros filmes brasileiros à despertar visibilidade estrangeira, tendo sido indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A fotografia impecável e as atuações intensas do elenco, especialmente a do protagonista Leonardo Villar, fizeram do filme um clássico, mas que demorou muito tempo para ter o devido reconhecimento. Um triste e verdadeiro retrato da crueldade, ignorância, pobreza e sofrimento à que é submetido o povo sertanejo. Essencialmente brasileiro.

3º - Noite Vazia (1964)
A obra-prima do talentoso diretor Walter Hugo Khouri narra a noite de Luisinho (Mário Benvenutti) e Nelson (Gabrielle Tinti), dois amigos que contratam os serviços da dupla de prostitutas Mara (Norma Bengell) e Regina (Odete Lara). O que seria uma noite de prazer acaba se transformado em um embate entre os quatro, revelando pouco a pouco suas angústia e ressentimentos e aflorando seus sentimentos mais íntimos e profundos.
Noite Vazia é nitidamente influenciado pelo neo-realismo italiano, Walter Hugo Khouri foi buscar nas obras de Federico Fellini e Ingmar Bergman, a inspiração para criar essa ode à modernidade. Ao contrário da maioria das produções brasileiras dos Anos 60, o filme passa longe da crítica social, concentrando-se - com muito sucesso - nas emoções humanas, na vida urbana das metrópoles e no existencialismo. A fotografia deslumbrante consegue recriar na cidade de São Paulo, a atmosfera noturna, sombria e gélida que lembra a industrializada Nova York.
O filme aborda um leque de emoções e sentimentos, principalmente a solidão, a futilidade e a angústia perpetrada nos personagens masculinos, que saem na noite paulistana em busca de qualquer divertimento rápido que possa preencher o imenso vazio interior dos dois. Ao encontrar as belíssimas prostitutas Mara e Regina, o que pareceria ser uma noite de prazer, se transforma em uma sucessão de desilusões, num jogo em que os personagens explanam seus maiores remorsos, tristezas, frustrações e verdades, admitindo o fracasso de suas vidas.
Tudo em Noite Vazia é extremamente bonito, refinado e elegante. A direção de Walter Hugo Khouri é muito competente, a trilha-sonora do Zimbo Trio é ótima e a direção de arte simplesmente magnífica. Nem o ritmo um tanto quanto arrastado demais consegue atrapalhar a contemplação desta obra belíssima. O grande destaque é mesmo para as interpretações esmeradas do quarteto de atores, principalmente a dupla feminina Odete Lara e Norma Bengell. Deslumbrantes e no auge da beleza, elas dão vida a prostitutas sem nenhum arrependimento ou culpa pela profissão que exercem, mas enquanto a fria e realista Regina só pensa em ganhar dinheiro, a doce Mara é romântica, numa clara referência do diretor à cortesã Cabiria, do clássico de Fellini Noites de Cabíria (Le Notti di Cabiria; 1958).
Abordando a vida solitária e vazia nas cidades urbanas, Walther Hugo Khouri conseguiu prever como seria no futuro, a vida nas grandes metrópoles, e qual o estilo de vida o Brasil, que naquela já imitava os países desenvolvidos, adotaria no futuro. Noite Vazia foi nomeado à Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1965.

4º - Os Cafajestes (1962)
Um dos primeiros filmes nacionais a chamar atenção no exterior para o novo cinema que estava sendo feito no Brasil da época, este longa-metragem de Ruy Guerra narra as tramoias de Jandir (Jece Valadão) um jovem rico, muito mimado, que ao ver seu pai indo à falência, organiza um plano para reverter a situação. Ele consegue um cúmplice, Vavá (Daniel Filho) para armar um flagrante do tio rico com uma mulher, Leda (Norma Bengell). O objetivo era tirar fotos e tentar ganhar dinheiro através de uma chantagem.
Um dos maiores sucessos do cinema nacional da década de 60, o filme é famoso por mostrar o primeiro nu frontal do cinema brasileiro - de Norma Benguell, e por ter sido o único blockbuster do Cinema Novo. Esta obra goddardiana inspirada na Nouvelle Vague francesa causou polêmica e frenesi na época de seu lançamento. Os Cafajestes foi censurado e tirado arbitrariamente depois de apenas dez dias de exibição, porém o furor foi tão grande que o filme "se pagou" em apenas quatro dias, tendo tido um público estimado em dois milhões de pagantes.
Ousado para a época, Os Cafajestes é cheio de transgressões morais e de valores, um filme que hoje é aclamado como um verdadeiro clássico do cinema nacional, mas que na época, chocou o público pela audácia de uma história centrada nas peripécias de dois mau-caráteres. O público não estava preparado para a ousadia do filme.
Apesar da precariedade de recursos, o longa conta com belos planos e enquadramentos, a trilha-sonora de Luíz Bonfá - invejável, a direção eficiente do moçambicano Ruy Guerra e interpretações brilhantes do trio de protagonistas.
A atriz Norma Bengell, ainda em início de carreira, foi catapultada ao estrelato pelo filme, tornando-se uma das grandes musas do cinema nacional e feito carreira no exterior. Os Cafajestes chamou atenção até o diretor do Festival de Berlim, Alfred Bauer, que ficou impressionado com a excelente fotografia, de Tony Rabatoni. Os Cafajestes foi Indicado ao Urso de Ouro do Festival de Berlim de 1962.

5º - Limite (1931)
Um filme quase mitológico. Considerado por alguns como a obra-prima do cinema brasileiro, Limite é uma experiência de 120 minutos de filme silencioso. O filme começa mostrando três naufrágos - um homem (Edgar Brasil) e duas mulheres (Iolanda Bernardes e Olga Bueno) à deriva em um pequeno barco no meio do oceano, eles desistiram de remar e não sabemos quem são eles ou seus nomes. Por meio de flashblacks ao longo da trama, descobrimos quem são, o que os fez ir parar ali, e o triste fim que os espera. Dirigido por Mário Peixoto e filmado em 1930, Limite foi apresentado pela primeira vez em 17 de maio de 1931, no Cinema Capitólio, localizado na Cinelândia, na cidade do Rio de Janeiro. As filmagens foram feitas no município de Mangaratiba, estado do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Justina, pertencente a Victor de Souza Breves, primo de Mário Peixoto. O filme suscitou muita polêmica nas suas primeiras exibições e inclusive houve quebra-quebra durante a sua estreia. Acabou tornando-se um mito, já que por muitos anos não foi exibido novamente. Recuperado nos anos 70, o filme tornou-se reconhecido internacionalmente e aclamado no exterior.
A ideia de assistir a um filme mudo pode assustar alguns, mas é verdade que a contemplação de Limite é um grande exercício artístico, dada a tamanha complexidade do filme. Limite lembra muito o expressionismo alemão, mas sua idealização e narrativa é totalmente inovadora, arrojada, incompreensível e muito caótica. O ritmo lento, e a narrativa não-linear, são muito cansativos, mas como já disse, assisti-lo é um exercício simplesmente artístico. A carga altamente dramática e pesada do filme, o faz muito difícil de ser entendido, posto que a proposta de Limite está diretamente ligada às ideias quixotescas de Mário Peixoto, um homem que só fez um filme - o próprio Limite, deixou outro incompleto e nunca mais conseguiu filmar nada em sua vida.
Limite, em sua ótica abstrata e extremamente experimental, é um filme que tenta extirpar as emoções e sentimentos humanos. Para isso, ele está a todo momento da exibição testando os próprios limites do espectador, levando-o ao desespero e ao mal-estar, na busca de decifrar os enigmas de um filme absolutamente poético e lírico. A história é deixada de lado perante a verdadeira catarse que o filme proporciona ao espectador. Não existe interpretação. Resta apenas o transe provocado pela narração elíptica, o desenrolar desconexo das imagens - sempre recorrendo à natureza e a experiência sensorial de uma trilha-sonora emotiva, toda recheada de obras instrumentais clássicas.
Provavelmente, o maior destaque de Limite seja a fotografia inspiradora de Edgar Brasil, os planos e enquadramentos belíssimos, cheios de poesia e emoção e os movimentos de câmera excepcionais, totalmente diferentes para a época. Limite é esteticamente irretocável, e isso só acentua a sua maior característica: arte.
O clássico cult ficou anos escondido do grande público, o que o tornou praticamente uma lenda, mas não impediu que ele ganhasse fama e reputação no exterior. Em maio de 2007 uma nova versão restaurada foi apresentada no Festival de Cannes, como um dos filmes selecionados pela World Cinema Foundation para preservação.

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Vídeo sobre liberdade de expressão e marco regulatório da comunicação no Brasil. Pessoas diversas recitam o texto em cordel da Peleja de Marco Regulatório e Conceição Pública na Terra sem Lei dos Coronéis Eletrônicos. Produzido para a campanha Para Expressar a Liberdade (www.paraexpressaraliberdade.org.br) Direção: Dea Ferraz; Produção: Laura Lins; Fotografia: Luiz Henrique; Som: Rafa Travassos; Realização: Centro de Cultura Luiz Freire; Apoio: Fundação Ford.

 

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 Alternativas para reduzir os corpos estranhos no meio ambiente
A fonte é credível, a conferir.



sábado, 25 de agosto de 2012

Editais de Pontos de Cultura têm prazo ampliado para 11 de outubro


A Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Diretoria de Cidadania Cultural, informa que o prazo para inscrições de projetos nos editais de seleção de Pontos de Cultura foi ampliado para 11 de outubro de 2012. A ampliação, que foi publicada no Diário Oficial do Estado em 10 de agosto, objetiva o aprofundamento do processo de democratização das informações acerca dos editais, com a realização de um maior número de oficinas de capacitação de grupos culturais. A meta é que, até o final do período de inscrições, sejam realizadas cerca de 75 oficinas, em todas as 28 regiões do estado definidas pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (COREDEs). Até o momento, já foram realizadas 26 oficinas.

Os editais são produto do convênio firmado com o Ministério da Cultura (MinC), a partir da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, dentro dos programas Cultura Viva e Mais Cultura. O total de recursos investidos neste convênio chega a R$ 18,13 milhões, contemplando grupos culturais da sociedade civil, sem fins lucrativos, com pelo menos 3 anos de atividades e 3 anos de CNPJ.

No total, serão selecionados 160 projetos culturais. Destes, 100 serão reservados para iniciativas de entidades oriundas de municípios com até 10 mil habitantes, que receberão R$ 60 mil para os próximos três anos (edital SEDAC nº 10 / 2012). Nas cidades com mais de 10 mil habitantes, serão selecionadas 60 propostas para receber R$ 180 mil, em três anos (edital SEDAC nº 11 / 2012). Os editais prevêem a seleção de, pelo menos, 6 Pontos de Cultura em cidades de fronteira com Uruguai e Argentina, bem como 16 Pontos de Cultura em Territórios de Paz, no âmbito do programa RS na PAZ.

Ambos os editais estão disponíveis no link www.cultura.rs.gov.br/v2/2012/06/editais-do-rede-rs-de-pontos-de-cultura
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 32887520, e-mailpontosdecultura@sedac.rs.gov.br ,na fan pagehttp://www.facebook.com/RedeRsPontosDeCulturae no site do programa Cultura Viva / MinC (http://www.cultura.gov.br/culturaviva).
Com a ampliação do prazo, as inscrições poderão ser feitas até às 18h do dia 11 de outubro de 2012.


Pontos de Cultura

Os Pontos de Cultura são grupos culturais da sociedade civil que envolvem a comunidade em atividades de arte, cultura e educação, estimulando a criatividade e propiciando o exercício da cidadania pelo reconhecimento da importância da cultura produzida em cada localidade. Funcionarão como instrumentos de pulsão e articulação de ações e projetos já existentes nas comunidades do Rio Grande do Sul.

Depois de selecionadas, as organizações recebem recursos para potencializar suas ações, com a compra de material e contratação de profissionais, entre outras necessidades. O Ponto de Cultura não tem um único modelo ? nem de instalações físicas, nem de programação ou atividade. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e comunidade.

São diretrizes fundamentais do programa (e presentes no edital) a gestão participativa, a educação popular, a comunicação comunitária, a economia solidária, a cultura digital, a sustentabilidade ambiental e os Direitos Humanos. Além destas dimensões, a Rede RS de Pontos de Cultura terá como objetivos a promoção da diversidade cultural, o empoderamento, o protagonismo, a autonomia, a articulação em rede (produção colaborativa, compartilhamento de saberes e gestão compartilhada entre sociedade civil e poder público).

Após selecionados, os Pontos de Cultura contarão com inúmeras ações de apoio e acompanhamento, como a realização de seminários anuais de qualificação em assuntos relativos à gestão cultural, oficinas temáticas, prêmios de incentivo ao compartilhamento de tecnologias sociais inovadoras, equipe de assessoramento, uma van contando com equipamentos digitais, audiovisuais e de som, a publicação de cartilhas, revistas, portal virtual, além da realização de encontros de intercâmbio, articulação e mostra de produtos (Teias e outros).

Assim caminhamos... hora de dourar a fruta.

É o retrato do estamos fazendo com a Terra.


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Outras dicas para esse fim de semana

Esquenta para quem ainda não assistiu o filme em lançamento.


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Dança de prima em Canoas (RS).

Nesse sábado GEDA apresenta “Memórias Encorpadas” na Casa das Artes Villa Mimosa

SECOM/PMC


mais fotos
Espetáculo de dança "Memórias Encorpadas" vai ser a atração do próximo sábado na Casa das Artes Villa Mimosa. O evento vai envolver quatro solos de dança contemporânea e envolve a integração da arte da dança com a arquitetura desta casa restaurada. O espetáculo ocorre às 20h, com entrada franca. Memórias Encorpadas tem a coordenação e direção de Maria Waleska van Helden e conta com a participação das bailarinas Fabiane Severo, Fernanda Stein, Graziela Silveira e Stela Menezes.
Toda a programação da Casa Villa Mimosa é gratuita. Os ingressos devem ser retirados no local - Av. Guilherme Schell, 6270 - sempre nas quintas e sextas-feiras anteriores aos dias dos espetáculos, em horário comercial. Outras informações sobre o GEDA podem ser obtidas noblog do grupo.
O Grupo
A GEDA Cia de Dança Contemporânea foi fundada por Maria Waleska Van Helden em 1980 e teve atuação marcante no interior do Rio Grande do Sul. Desde 2002, estabeleceu-se em Porto Alegre desenvolvendo inúmeros trabalhos de criação em dança contemporânea e performances de dança. Em 2009, recebeu o Prêmio Funarte de Arte na Rua, e em 2010 ganhou o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna para a montagem da obra Cem Metros de Valsa e um Grama. O Grupo já esteve em eventos como Habana
Vieja: Ciudad em Movimiento (Cuba), Dies de Dansa (Espanha), Marco Zero, Festival de Dança de Londrina, Palco Giratório (SESC), Dança Alegre Alegrete, Mostra Brasileira de Dança e caxias em Cena (Brasil).
Reproduzido: da Prefeitura de Canoas.


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Esses cara da Tribo são bons. E a oficina é gratuita em Porto Alegre (RS).



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A imprensa para além do banal e algumas dicas culturais


Na edição desta semana, o Brasil de Fato repercute o julgamento do mensalão e traz à tona a questão do foro privilegiado. Para especialistas ouvidos pela reportagem, ainda que importante para o exercício democrático, o foro tem sido interpretado de maneira permissiva. O jornal apresenta ainda entrevista com o jornalista Alceu Luís Castilho, autor do livro Partido da Terra, e reportagem sobre Luiz Renato Pires Almeida, que lutou na guerrilha boliviana e é um dos 13 desaparecidos políticos brasileiros em território estrangeiro. A dica é de Wladymir Ungaretti.




Opções culturais para que andar pelas regiões metropolitanas do Sul neste fim de semana.




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A criminalização da política

Um dia essse discurso diário - via teclas e microfones - pelo distanciamento da sociedade dos fóruns centrais para as soluções radicais dos problemas sociais coletivos, há de ser dimensionado em sua nocividade. O artigo é do mestre Laurindo Leal Filho, em Carta Maior.

O Brasil é a única grande democracia do mundo onde não existem debates políticos regulares nas redes nacionais abertas. Política para a mídia brasileira em geral é sinônimo de escândalo. Ao exercerem no cotidiano a criminalização da política, os meios de comunicação, em sua maioria, brincam com o fogo, traçando o caminho mais curto em direção ao golpismo.
Laurindo Lalo Leal Filho

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Referências de Solidariedade


Por hospital, queniano viaja 4 mil km de cadeira de rodas
O queniano Zachary Kimotho começa neste sábado uma viagem de 4 mil km de cadeira de rodas entre Nairóbi, no Quênia, e Cidade do Cabo, na África do Sul, com o objetivo de arrecadar fundos para construir o primeiro hospital de seu país especializado em lesões vertebrais. A meta de Kimotho é arrecadar os 250 milhões de xelins quenianos (US$ 2,8 milhões) necessários para construir um hospital destinado à reabilitação de lesões vertebrais – com previsão de 150 leitos – e não parece disposto a deixar de impulsionar sua cadeira de rodas até conseguir esse número. Matéria completa no Consulado Social.


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"Três Irmãos de Sangue"
Não conheci os três, mas de Henfil descobri um pouco da história não contada desse Brasil apenas pelos traços. Já no caso de Betinho, acompanhei de perto sua corajosa e poderosa batalha na coordenação da campanha contra a fome, que nos anos 90 mobilizou o País e deu um sentido mais nobre a noção de cidadania. Essa história é uma referência importante para as novas gerações, especialmente nesses novos tempos em que o individualismo imperante nos meios e no discurso pela vitória a qualquer preço tende a enfraquecer qualquer princípio e ação de articulação coletiva e doação por uma causa. E esse País sempre vai precisar de gente que lute por causas.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Mídia, Política e de novo Assange


 Assange e a solidariedade latino-americana

Unasur se solidariza con Ecuador y rechaza amenazas de Reino Unido
 
Cancilleres de la Unasur repudiaron las amenazas por Reino Unido contra Ecuador y manifestaron su solidaridad a la nación suramericana en el asilo otorgado al fundador de Wikileaks, Julian Assange.

Texto e Foto: Telesur.

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Essa cultura da mídia de longo alcance, que contamina os jovens jornalistas, incutindo-lhes uma arrogância de negar a política é o que existe de mais político, no sentido mais rasteiro do termo.

A Mídia e o Ódio a Política
A mesma edição dominical da 'Folha' que critica o horário eleitoral gratuito, que começa nesta 3ªfeira, apontando-o como sinônimo de recurso impositivo e de má qualidade, oferece ao leitor um suplemento ilustrativo de sua contribuição ao aperfeiçoamento da política nacional. Um encarte na forma de quadrinhos, que almeja despertar o interesse decepcionante do distinto público pelo julgamento do chamado mensalão , condensa todo um coquetel tóxico de preconceito e generalização colegial. O conjunto está na raiz da infantilização e das deformações da vida política que o jornal critica. Aos bordões típicos do autoritarismo ignorante, alia-se a subliminar genuflexão ao agonizante credo neoliberal, a saber: tudo o que não é mercado é corrupção; tudo o que não é mercado é ineficiente; tudo o que não é mercado é irrelevante, é descartável e suspeito. (De: Carta Maior)

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Sinais dos tempos
Seja qual for o desfecho da situação, a Grã Bretanha – e, com ela, os EUA - saem perdedores, enquanto o Equador, a América Latina e Assange, sairão vencedores. Porque representam a liberdade de expressão, as formas alternativas de mídia, a ruptura de mecanismos de de diplomacia secreta. Sinais de que os tempos mudaram no mundo. - 19/08/2012 - Blog do Emir.

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domingo, 19 de agosto de 2012

Não há liberdade individual, nem amor sem a individualidade



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Entenda os possíveis desfechos do impasse para Assange
BBC Brasil - Atualizado em  16 de agosto, 2012 - 14:47 (Brasília) 17:47 GMT
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Foto do perfil Marcia Brasil - Face
Australiano criador do site WikiLeaks teve pedido
de asilo político aceito pelo governo do Equador
Criador do site WikiLeaks, que no ano passado divulgou milhares de documentos confidenciais da diplomacia norte-americana, o australiano Julian Assange é o pivô de um impasse diplomático envolvendo o Equador, Grã-Bretanha, Suécia, Austrália e Estados Unidos.

Ainda em 2011, após ter sua prisão preventiva decretada pelos EUA, Assange, que vivia na Suécia, foi acusado de estupro e assédio sexual contra duas jovens. Morando na Grã-Bretanha na ocasião, teve sua extradição solicitada pela Justiça sueca.

Notícias relacionadasEquador dá asilo a criador do WikiLeaks e acirra tensão com Grã-BretanhaGrã-Bretanha diz que cumprirá 'obrigação' de extraditar Assange à SuéciaGrã-Bretanha negará salvo-conduto a criador do WikiLeaks e pode invadir embaixada
Tópicos relacionadosInternacional, Grã-BretanhaApós um período de detenção e uma série de audiências, o australiano obteve liberdade condicional, mas antes que as cortes britânicas decidissem se ele seria enviado para Estocolmo, decidiu buscar refúgio na Embaixada do Equador em Londres - país para quem também pediu asilo político - onde está desde o dia 19 de junho.

Nesta quinta-feira o governo equatoriano aceitou o pedido, mesmo depois de ter sido "ameaçado" pela Grã-Bretanha, cujo Ministério das Relações Exteriores indicou a possibilidade de ordenar que policiais invadam a embaixada para prender Assange e enviá-lo à Suécia.

O caso deu início a uma série de rusgas diplomáticas envolvendo os dois países diretamente. Também envolveu de forma indireta a Austrália, país natal que, segundo Assange, vem falhando em lhe proteger, e os Estados Unidos, para onde ele teme ser entregue pelas autoridades suecas.

Entenda os possíveis desfechos para o impasse:

1. Assange consegue o salvo-conduto e torna-se asilado político.Mesmo após ter recebido asilo político, o australiano só pode deixar a embaixada e chegar até um avião caso a Justiça britânica lhe conceda uma autorização, conhecida como salvo-conduto.

Embora já tenha se manifestado contrária à medida, a Grã-Bretanha pode mudar sua posição, o que daria a luz verde para que ele chegue ao Equador, onde poderá viver livremente e até mesmo receber a nacionalidade equatoriana.


Manifestantes protestam a favor de Julian Assange diante da Embaixada do Equador em Londres
De acordo com a Convenção de Refugiados, de 1951, da qual Equador e Grã-Bretanha são signatários, todos os países são obrigados a oferecer asilo a pessoas que correm risco de morte, perseguição política ou danos graves caso sejam entregues a outras autoridades.

No caso de Assange o asilo é "diplomático", pois ele busca proteção de outra nação mesmo permanecendo em território do país onde é procurado pela Justiça.

Ele diz ser alvo de perseguição política e teme ser entregue aos EUA, onde poderia sofrer pena de morte. A mesma convenção, no entanto, argumenta que uma pessoa perde o direito de asilo caso se comprove que tenha cometido um crime grave que não seja de natureza política entes de solicitar abrigo.

Estupro e assédio sexual, acusações que Assange enfrenta na Suécia, são crimes que se enquadram nestas características.

Ainda de acordo com a Corte Europeia de Direitos Humanos, países da União Europeia são proibidos de realizar extradições para países em que um cidadão pode enfrentar a pena capital.

2. A Grã-Bretanha mantém a posição de negar o salvo-conduto.Nesta quinta-feira a Grã-Bretanha deixou claro que não dará tal permissão ao australiano.

Na prática, isto significa que a partir do momento em que ele não estiver sob proteção diplomática equatoriana poderá ser preso pela polícia metropolitana de Londres.

No entanto, de acordo com o direito internacional e a Convenção de Viena, que regula as regras da diplomacia desde 1961, veículos e malotes para envio e recebimento de documentos diplomáticos não podem ser revistados, confiscados ou retidos.

Os malotes podem ser de qualquer tamanho, o que em tese abriria a possibilidade de Assange deixar o prédio em um container, mas as regras só valem para documentos e materiais de escritório.

Caso ele conseguisse embarcar em um carro ainda dentro das instalações da embaixada, estaria novamente vulnerável no momento de embarcar em um avião. Uma repórter da BBC, no entanto, constatou que a embaixada não tem estacionamento e por isso a possibilidade de que ele deixe o prédio sem passar pela porta de entrada –guardada por policiais desde a quarta-feira- é praticamente nula.

Especialistas apontam ainda que, no caso de as autoridades locais suspeitarem que o conteúdo de malotes ou veículos diplomáticos possa colocar a segurança do país em risco, abre-se caminho para que as regras internacionais sejam colocadas em segundo plano.

3. A polícia britânica invade a embaixada, prende Assange e o envia para a Suécia.Na quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores britânico enviou um comunicado ao governo do Equador dizendo que a Grã-Bretanha estava "determinada" em cumprir sua obrigação de extraditar Assange à Suécia e que de acordo com uma lei nacional poderia "revogar a imunidade diplomática" da embaixada e prender o australiano no interior do prédio.

A lei citada é de 1987, quando a policial britânica Yvonne Fletcher foi morta com um tiro disparado de dentro da Embaixada da Líbia em Londres.

Extraditado para a Suécia enfrentaria julgamento e poderia cumprir pena no país, ou, em uma situação temida pelo australiano e cogitada como altamente provável por analistas, seria entregue aos EUA.


Policiais britânicos vigiam entrada de embaixada; Assange pode ser preso se deixar o prédio
Acredita-se que nos EUA ele poderia ser julgado por tribunais militares e poderia ser condenado à prisão perpétua e até à pena de morte.

A entrada dos policiais britânicos na embaixada, no entanto, poderia ser condenada tanto na Grã-Bretanha quanto pela comunidade internacional, e provavelmente criaria uma série de impasses para o país.

O Parlamento poderia questionar que, na criação da lei, a chancelaria britânica tinha em mente "situações extremas", como em casos de terrorismo. No cenário internacional, a medida não só violaria tratados como a Convenção de Viena mas também abriria um precedente desfavorável aos próprios britânicos.

Em 1988 a lei serviu de argumento para que a polícia londrina expulsasse "squatters" (pessoas que invadem e passam a morar em prédios de forma ilegal) que haviam ocupado a Embaixada do Camboja em Londres.

4. Assange fica por tempo indeterminado no interior da embaixada.Não há regras no direito internacional que limitem o tempo em que uma pessoa pode ser abrigada em uma representação diplomática.

Em maio deste ano, após fugir da prisão domiciliar, o ativista chinês Chen Guangcheng foi abrigado pela Embaixada dos Estados Unidos em Pequim durante uma semana antes de receber o salvo-conduto para viajar ao país.

Em 1989, o presidente do Panamá, Manuel Noriega, ficou na Embaixada do Vaticano na Cidade do Panamá após os EUA terem invadido o país para detê-lo. Os americanos instalaram alto-falantes em torno do prédio e o "bombardearam" com rock até ele desistir e ser preso.

Morgan Tsvangirai, líder da oposição do Zimbábue, abrigou-se na Embaixada da Holanda em Harare em junho de 2008. Em 2009 saiu como primeiro-ministro em um acordo de coalizão.

Em 1956, em meio à opressão soviética na Hungria, o cardeal Jozsef Mindszentry buscou abrigo na Embaixada dos Estados Unidos em Budapeste, onde ficou por 15 anos.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Sobre as experiências de comunicação e as (in) justiças que nos cercam diariamente

Entrevista com o versátil repórter e blogueiro Luiz Carlos Azenha.

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Reportagem: G1globo
A justiça brasileira, como outras áreas, espelha o nosso miserável nível de democracia social. Por esses e outros episódios, operados por criminosos de farda, que me oponho frontalmente a qualquer cogitação de redução da maioridade penal. Matéria completa aqui .

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Frequentemente meus colegas se queixam sobre os atos de irresponsabilidades e desmandos dos comunicadores da imprensa de longo alcance, abrangida pela nossa atuação como assessores de uma prefeitura da Região Metropolitana de Porto Alegre – seja por interesses orientados comercialmente, seja por simples incompetência profissional. São casos de total indiferença ante a projetos e ações socialmente relevantes, pela dimensão que tem como notícia; denúncias vazias, e até anônimas, sobre os serviços públicos; discursos editoriais panfletários informação, escancaramente orientados politicamente, ainda que querendo-se fazer crer independentes, e por aí vai. Me pergunto, ante isso (como senão soubesse a resposta) porque a imprensa prossegue se mantendo em uma posição de divindade, acima do bem e do mal, já que outras áreas de conhecimento como saúde, justiça, educação e política, são diariamente e esgotadamente abordadas e reveladas e toda a sua dimensão de comportamento. Noto, como resposta urgente a isso a necessidade de regularização dos conselhos municipais, estaduais e federais de comunicação, para que de uma vez por todas as empresas de comunicação se ajustem a sua responsabilidade pública de informar com qualidade. Isso é um direito da sociedade. Simples assim. Acredito que esse novo trabalho do professor Venício de Lima, pela sua história e comprometimento, deve contribuir nesse processo. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Entre a barbárie e o reencontro libertário com o berço da humanidade

 Além colocar em dúvida a dimensão do que se chama Civilização e do fim do Apartheid, a reportagem apresenta - no limite - o que pode implicar a criminalização dos movimentos sociais, que uma certa imprensa de longo alcance apoia e cultiva. O vídeo é repugnante. Matéria completa na Carta Capital.

 

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Defesa de Assange mobiliza protestos no Mundo - Foto: Agestado
Ainda é preciso lembrar muitos governos europeus que a América Latina mudou.
"O Equador é uma nação democrática, soberana, e não podemos aceitar tais ameaças à nossa soberania".  Do chanceler equatoriano Ricardo Patino, diante do comunicado do Ministério das Relações Exteriores britânico, feito na quarta-feira, sobre a possibilidade de permitir que a polícia invada a Embaixada do Equador em Londres para prender Assange, criador do site WikiLeaks. Em resposta à ameaça britânica, classificada ainda na quarta-feira como uma tentativa de demonstração de "poder colonial", o Equador acionou organizações regionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
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“O objetivo é sublinhar a originalidade e vitalidade das formas de expressão artísticas, filosóficas e científicas próprias daquele continente, praticamente desconhecidas no Brasil. Após a exibição de filmes, serão apresentados livros e idéias de autores nativos do continente africano, seguido de debate com os participantes do evento.”

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Economia pós-aphartheid na África.
Qual a profundidade das mudanças econômicas na África do Sul, depois do apartheid?

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Os movimentos sociais devem refletir a conjuntura e a pluralidade de conteúdos que envolvem os anseios populares em cada época. No caso da Terra, falar em Reforma Agrária é inconveniente se não for considerado juntamente as questões dos povos Quilombolas e Ribeirinhos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Deus e o Diabo no Campo e na Cidade

Dezenas de filmes clássicos, disponíveis gratuitamente no Youtube.
Confira.

 

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Um passo essencial para a superação do preconceito, que contribua também para que possamos extirpar de uma vez por todas a chaga da homofobia desse Estado. Que outros estados da federação sigam, sim, este exemplo.

Carteira de Nome Social para travestis e transexuais começa a ser emitida na quinta-feira

Em maio, o governador Tarso Genro entregou a carteira de nome social simbolicamente à travesti 

Simone Rodrigues - Foto: Caco Argemi/Palácio Piratini

A partir desta quinta-feira (16), travestis e transexuais do Rio Grande do Sul já podem usufruir do direito de tratamento pelo nome que escolheram nos serviços públicos do Estado. Nesta data, o Instituto Geral de Perícias (IGP) começa a confeccionar as carteiras de identidade com o nome social, por meio de uma parceria das secretarias da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH) e da Segurança Pública (SSP) dentro do programa RS Sem Homofobia.

Será realizado um mutirão, às 13h30, com a presença de autoridades, para atender todas as travestis e transexuais que procurarem o IGP, localizado na Avenida Azenha, 255. Até 16 de setembro, as carteiras serão confeccionadas somente na Capital. Depois desta data, os interessados também poderão obtê-las nos postos de identificação no interior do Estado, gratuitamente.

"É um avanço muito grande, a conquista de um direito que agora é reconhecido pelo Estado. O tratamento pelo nome social evita constrangimentos e ferimentos à dignidade dessa população", avalia o coordenadorestadual de Diversidade Sexual da SJDH, Fábulo Nascimento. Para ele, a carteira com o nome social é também um passo para a conquista definitiva do registro civil de travestis e transexuais.

O Rio Grande do Sul é o primeiro Estado no país a possuir tal documento que, por enquanto, tem validade apenas em território gaúcho. O decreto foi assinado em maio pelo governador Tarso Genro, e previa 90 dias para que os órgãos envolvidos preparassem o início da confecção das carteiras.


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A questão da Reforma Agrária, que se tornou mais complexa, nunca deixou de estar no centro dos grandes problemas sociais.

No coração do latifúndio, uma estaca quebrada 

Por André de Oliveira e Jefferson Pinheiro (repórteres do Coletivo Catarse) para a Agência Pública

Crianças que caminham quilômetros para ir à escola, falta de água e energia, famílias morando em barracos de lona porque não receberam verba para suas casas: a esperança vai sendo minada dia após dia, mês após mês, ano após ano.

Confira a reportagem completa no blog do Catarse.