segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mutações

A cada dia tenho menos certeza do que quero, mas também mais convicções do que não me serve.

Crescemos juntos

Sim, a solidariedade e a generosidade são muito mais que atos de consequências externas. Crescemos com eles. A partir do que fizemos puramente a/o outra/o amadurecemos sobre a importância do que somos para o mundo, e com isso, melhoramos como seres humanos.

domingo, 29 de junho de 2014

Os dias dos segundos

E assim, na paciência das horas, na atenção aos detalhes, na construção de pontes e sorrisos, vamos clareando nossos dias E abrindo novas possibilidade de viver mais intensamente e saudavelmente nossos dias.

STROGONOFF VEGAN

Fiz hoje lá em casa de meus pais e o Povo aprovou. Recomendo.


Abobró (Bobó Vegan)

sábado, 28 de junho de 2014

O futuro e as bici-máquinas

QUE BRASTEMP O QUÊ, QUE ACADEMIA QUE NADA!!! À onda é sustentabilidade com oportunidade para os soldadores, recomendam los hermanos de riba.

Vampiros modernos

Latinoamérica
Viernes 27 de Junio de 2014, 11:21 am
Ecuador ratifica que EE.UU. vendió ADN de indígenas a 8 países

Reproduzido da TeleSur

Imagem TeleSur

El presidente de Ecuador realizó la denuncia. (Foto: Archivo)

Ecuador sostiene que el norteamericano Instituto Coriell vendió, sin consentimiento, ADN de un grupo de idígenas huaorani a Alemania, Brasil, Canadá, Estados Unidos, India, Italia, Japón y Singapur,
Ecuador, que prevé demandar a entidades de Estados Unidos por extraer sin consentimiento sangre de indígenas huaorani para investigaciones, sostiene que el norteamericano Instituto Coriell vendió ADN de esos nativos amazónicos a ocho países.

Esas naciones son Alemania, Brasil, Canadá, Estados Unidos, India, Italia, Japón y Singapur, de acuerdo con la Secretaría Nacional de Educación Superior, Ciencia, Tecnología e Innovación, que investigó el caso por encargo del gobierno tras la denuncia de la nacionalidad huaorani en 2010.

Coriell, con sede en Nueva Jersey, noreste de EEUU., "vende a otra serie de investigadores y de instituciones. El punto es que Coriell termina vendiendo esto a ocho países al menos", dijo la subsecretaria (viceministra) de Educación Superior, María del Pilar Troya.

El caso de los huaorani también involucra a la petrolera Maxus, que dejó de operar en Ecuador en los años 1990 y a la Escuela de Medicina de la Universidad de Harvard, ambos de Estados Unidos.

A mediados de junio, Coriell afirmó que en 1991 recibió de un investigador, que no identificó, "un solo tubo" que contenía una "línea celular linfoblastoide establecida a partir de una muestra de sangre de un individuo huaorani".

La muestra fue entregada por un investigador de Harvard, de acuerdo con la Secretaría Nacional de Educación Superior, Ciencia, Tecnología e Innovación.

El Instituto Coriell añadió que la muestra fue cultivada para producir células, de las que se extrajo ADN, antes de ser retirada en 2010, por lo que ya no está disponible para investigaciones.

Sin embargo, la subsecretaria enfatizó que "esa (línea celular) la vendieron con fines investigativos".

"Se detectó que desde fines desde los años 1960 hasta la actualidad, en total había 3 mil 500 procedimientos (de toma de muestras) de distinto nivel", dijo.

Según la funcionaria, "a los huaorani les extrajeron muestras de sangre. En algunos casos también tejidos y apenas 20 por ciento firmó algún tipo de consentimiento".

El caso fue denunciado por Ecuador en 2012. Hace dos semanas, el presidente Correa dijo que "no existe ninguna ley federal de los Estados Unidos que provea un fundamento jurídico para la demanda en cortes contra Coriell, Maxus o los investigadores" de Harvard.

Sin embargo, Correa enfatizó que Ecuador persiste en su decisión de demanda.

El presidente sostuvo que la sangre fue sometida a "experimentos" debido a que los huaorani, que hasta hace décadas no mantenían contacto con la civilización, son "inmunes a ciertas enfermedades".

La nacionalidad huaorani actualmente está integrada por unas tres mil personas, según organizaciones indígenas. De ella sobreviven los clanes taromenane y tagaeri, los dos únicos pueblos nómadas aún en aislamiento voluntario que se mueven en una amplia zona selvática.

teleSUR-AFP/ao - JG - CA
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Indígenas del mundo instan a participar en cumbre sobre cambio climático

A questão da dúvida

Se encontrar em processo de amadurecimento, com muitas dúvidas, é o problema menor. Isso é parte da vida, em toda a sua longitude - estreita; a questão se coloca como problema maior quando se transfere este estágio de incerteza para o ônus alheio.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Migração e Liberdade


Um apoio para Edinho

Depois de muitos títulos conquistas na Bocha Paraolímpica, o perserverante atleta paranaense Edinho Slonski busca apoio para a disputar o Mundial de Petra na Dinamarca. Compartilhe em prol dessa causa. 

Mais informações aqui.

Depósitos podem ser realizados na conta:

Banco Itaú agência 3861 conta corrente 32032-7 em nome de Édson César Slonski

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Os impactos da urbanização e a questão da captação de recursos pelas cidades

Se perdeu, confere aqui.


Captação e recursos e ações estruturais nas cidades

Ouça hoje (26), às 15h, a 6ª edição do momento "Caminhos e Respostas", através da Rádio Canoas Online: www.radiocanoasonline.com.br.

A entrevista será com o Prefeito Jairo Jorge falando sobre o financiamento da CAF, destinado ao Programa Integrado de Investimentos para Revitalização e Ampliação da Infraestrutura Urbana de Canoas, o "Canoas para Todos" e também sobre a semana de aniversário do município. Não perca! Ouça aqui.



quarta-feira, 25 de junho de 2014

Réquiem para o Inhotim

Assisto no Jornal da Band os turistas europeus encantados com o Museu de Arte Contemporânea de Inhotim (MG). De fato, é um espaço singular de interação com a arte e a natureza, que valorizou a cidade. Mas havia outros encantos por ali, que ficaram apenas na memória. Conforme conta o jornalista e professor Valdir de Castro Oliveira, a comunidade rural de Inhotim, que abrigava cerca de 300 moradores entre 1995 e 2005, foi gradativamente engolida pelas instalações do museu, gerando perdas subjetivas seculares, acumuladas na experiência desses moradores, acumuladas a partir da vivência naquele ambiente natural. A história é registrada, em linguagem magistralmente poética na obra Réquiem para o Inhotim, de autoria daquele professor. Saiba mais sobre essa história aqui.


Nós e os argentinos

É provável que os cerca de 120 mil argentinos que transitam por Porto Alegre e arredores nesta semana seja insuficiente para que se supere o mito da adversidade entre os gaúchos e esses latino-americanos tão culturlamente próximos; mas pelo menos essa convivência física deve contribuir para escancarar o quanto é contraditório e ridículo esse estigma, tradicionalmente inventado e amplificado por meio da Mídia pelo resto do País. 

Texto e Foto: Editora Contexto

A resenha é de Ariel Palácios*.

Quem disse que os argentinos nos odeiam?


Ou que o tango é dançado em todo o país? Ou, ainda, que eles nos veem como os grandes inimigos no futebol? Neste artigo, o jornalista Ariel Palacios contesta este e outros e mitos construídos no Brasil e que ele trata de desmanchar no livro “Os Argentinos”

Um dos principais mitos no Brasil sobre os argentinos é o que indica que os argentinos nos odeiam. O mito talvez provenha dos anos 30 ou 40, quando o Brasil e a Argentina, nos anos quentes da Segunda Guerra Mundial, olhavam para o outro lado da fronteira com extrema desconfiança. Mas, nas décadas seguintes essas desconfianças diminuíram drásticamente. A partir de 1978, um milhão de argentinos foi de férias, anualmente, às praias brasileiras. Ali começou um idílio que cresceu com o passar dos anos e continua em expansão. Os argentinos amam o Brasil, embora isso possa causar traumas em pessoas que prefeririam a existência de um ódio mútuo de elevada potência. Os argentinos adoram as praias, as mulheres brasileiras, a música, o carnaval, possuem sadia inveja da Fiesp, do Bndes...a esquerda argentina inveja o PT, a direita argentina inveja os setores de direita que estão dentro do governo do PT. Há uma idolatria tão grande pelo Brasil nos últimos anos que a coisa chega até ser constrangedora.

Outro mito também tem a ver com a rivalidade brasileiro-argentina no futebol. O mito está defasado em três décadas. O rival argentino par excellence foi o Uruguai entre os anos 20 e 60. A partir dali, esse pódio foi ocupado pelo Brasil. Mas, a partir de 1982, a Inglaterra desbancou o Brasil, ocupando esse pódio. O motivo, evidentemente, era geopolítico: a Guerra das Malvinas, de 1982. Uma das provas de que os argentinos saboreiam mais derrotar a Inglaterra do que o Brasil é que os dois gols mais amados pelos argentinos são dois gols contra os ingleses, desferidos por Diego Armando Maradona em um mesmo jogo, na copa do México, em 1986. Os argentinos até se referem aos ingleses com o termo “piratas”, em referência à posse britânica das Malvinas desde 1833. Não há nenhum gol contra o Brasil que tenha ficado na memória popular.

Também existe uma confusão no exterior, inclusive no Brasil, entre Buenos Aires e o resto da Argentina. A capital argentina e sua área metropolitana possuem características muito marcantes e diferentes do resto do país.Tudo bem, essa área representa mais de um terço da população argentina.Mas, as marcas dessa região não são automaticamente transferíveis ao resto do país. Uma delas é o sotaque portenho, que não existe no interior. O próprio tango não é dançado no interior da Argentina, pois é o ritmo da capital.

Outra confusão: muitos brasileiros acham que os argentinos acreditam que Carlos Gardel é argentino e que disputam sua nacionalidade com os uruguaios. Nada disso. Os argentinos não falam que Gardel é argentino. Eles dizem que Gardel é francês de nascimento e que quando era criança foi levado para a Argentina por sua mãe. Os franceses defendem a mesma tese. Só os uruguaios afirmam que ele nasceu no Uruguai. De todo modo, Gardel foi criado na Argentina e cantou “Mi Buenos Aires querido”....com letra de Alberto Lepera, filho de imigrantes italianos que nasceu no Brasil (e que foi com poucos meses para Buenos Aires).

Outra coisa: não cante para um argentino “Não chores por mim Argentina” como se fosse uma canção de Evita Perón. A segunda mulher de Perón nunca foi cantora. Talvez cantasse na ducha, mas não temos constância histórica disso. Ela foi uma atriz de segunda magnitude de radionovelas e de cinema. Essa famosa canção é do musical britânico “Evita”, que nos anos 90 foi interpretado por Madonna no cinema.

De resto, umas pequenas confusões geográficas: A cidade de Mendoza é “Mendoza” mesmo, e não a versão aportuguesada de “Mendonça” (não se preocupem, muitos argentinos, não sei o motivo, insistem em dizer FlorianÁpolis em vez de Florianópolis). E a cidade de Ushuaia se pronuncia “Ussuáia” e não “Uxuáia”, pois o “sh” não é inglês...é o idioma indígena yagán. E a pessoal natural da cidade de Buenos Aires não é “bonaerense” ou “bonairense”...é “portenho”. O “bonaerense” é a pessoa natural da província de Buenos Aires. 

*Ariel Palacios, jornalista brasileiro radicado em Buenos Aires, lança no dia 6,em Curitiba, o livro “Os Argentinos”, pela Editora Contexto.

A Copa do Mundo 2014 e algunas questiones para non olvidar

Por Sebastião Pinheiro

Estamos en la segunda etapa de la Copa del Mundo de Futbol FIFA. Una fiesta popular de envergadura fantástica, se puede decir que la de mayor amplitud en el planeta ultrapasando en mucho las Olimpiadas, esta de origen es bien más elitista desde Grecia hasta nuestros días, donde el deporte pasó de practica de la nobleza militar (imperial) al negocio corporativo en disputa hegemónica.  El futbol es humilde, consigue igualar a todos, sin superioridad de educación,  riqueza, tecnología o estatura del practicante. Es el esfuerzo de once galardonando los anhelos de una nación, pueblo.

Mirando el desarrollo vemos que esa fiesta mundial nació en buena cuna, pero hoy no podemos afirmar que mantenga la misma pureza de principios. Es hediondo lo que FIFA hizo en Sudáfrica (BRICS): Pirateo grande parte del éxito económico local y lo transfirió hacia economías centrales tambaleantes de Unión Europea y Estados Unidos. La elección de aquél país, o mejor del continente africano, pues era el único país con condiciones de soportar los costos del Evento, visó expansión de los negocios del futbol en la región para el único lugar que la podría soportar. Es deprimente y eso se repite en Brasil con todas anticipaciones. ¿Por qué?

¿Cual fue el presupuesto de transferencia de riqueza del pueblo sudafricano que vive en condiciones tan malas o peores que el pueblo brasileño?  ¿Cuanto costó el Proyecto de cada Estadio de Futbol? Sabemos que los sudafricanos fueron solamente mano de obra y Soweto continua como antes.



¿Cuanto de eso fue expropiado del presupuesto nacional?  ¿Cual fue el enganche a los políticos con sus intenciones electoreras para la decisión?  Si no hay duda, todo es bien hecho y la mass-media es la parte que más gana por trabajar sobre la pasión de todos los pueblos, mismo donde el “rugby” de elite sea el principal deporte y el futbol marginal como en África del Sur.

Estas preguntas no están fueran de contexto ni ultrapasadas. Para conseguir la aprobación de una sede es necesario muchísima plata como soborno de compra de votos de representantes nacionales.  La FIFA prohíbe el “Kaiser” Franz Beckenbauer suspendido y colocado en “silencio obsequioso” por noventa días por negarse a una pantomima investigativa sobre corrupción en la elección de la copa siguiente a la Rusia (BRICS) en Qatar (1922).

El viceministro Genscher de Alemania en el mundial en Argentina (1978) ignoró el ruego misericordioso de familiares de ciudadanas alemanas detenidas por la sanguinaria dictadura argentina para no empanar la participación de la selección nacional.  Es lo que 37 años después denuncian los periódicos en Alemania. Ellas fueron “desaparecidos”…

Estamos en Brasil (BRICS) y recuerdo que el presidente de la FIFA (João Havelange) ofreció a la dictadura militar (Figueiredo) la candidatura a la realización de la Copa de 86, que no fue aceptada por pundonor con la situación socio económico del país. ¿Pero cambió esta situación 20 años después?  No, pero repitió lo mismo que hacia la dictadura. 



En 1990 en la Copa de Italia más de 300 personas fueron condenadas por corrupción en la auditoria de control de gastos y examen de cuentas, pero la FIFA no sufrió sanciones públicas. ¿O sufrió? Cualquier  corrupción organizada con finalidad de asociaciones nacionales o internacionales tiene o nombre nada apreciable: MAFIA.

La copa es vanidad política, interés económico y social de gobierno (propaganda, turismo, comercio y servicios) pero también posibilita gigantescas propinas, sobornos y lavado de dinero, pero ojo que el dinero es público en su mayor proporción, por eso que las Infra-estructura para la Copa se mezclan para confundir y aprovechar el presupuesto nacional y estadual. Y eso es mucho más impactante en la periferia del mundo pues no es novedad, las grandes corporaciones y gobiernos tienen directivos especializados en relaciones gubernamentales para enlaces corruptos y transferencias de dinero.

En Brasil hay una actividad empresarial denominada de “doleros”, personas que trabajan con dólares sin dejar rastros a través de las fronteras e internamente en el país consiguen transmutar verbas públicas en privadas no rastreables.  Lo interesante es que el dólar es rastreado en todos los países del mundo para control de movimientos políticos (guerrilla, terrorismo, narcotráfico) pero no en la transformación de dinero público en dinero privado con eventos como Olimpiada, Copa del Mundo FIFA, lo que demuestra en colusión de los países centrales con la corrupción en el país sede periférico.

La cantidad de dinero público transformado en infraestructura de un estadio de futbol para ser usada tres o cuatro veces en la Copa (Cuiaba, Natal, Manaus) fuera de la realidad nacional frente al mundo, es también responsabilidad de organismos internacionales, lo que incluye la FIFA, pues es público y notorio que la propina y sobornos varían entre 15 y 30%, lo que no puede eximir de responsabilidad los organismos multilaterales y federaciones mundiales, pues eso cualifica el termino MAFIA. ¿Cuanto cuesta hoy la administración de las arenas impuestas a África del Sur en 2002?  - Hay la discusión de derrumbarlas o abandonarlas.

Es lindo ver una invasión de aficionados (donde pocos pueden ser considerados turistas), son rebaño manipulado y conducido estratégicamente para el circo de la FIFA preocupados en “selfies” de su enajenación suprema. Hasta la pasión y amor por el deporte más popular es robado del pueblo. Las arenas exigidas por la FIFA son antagónicas al espíritu de los gigantescos estadios brasileños, donde con 5 dólares se podía asistir a una partida.  Ahora en las lujosas arenas de la FIFA el precio obligatoriamente será de cinco a  cincuenta veces ese valor. Usurpación, transformación y manipulación odiosa para aumentar su botín mafioso e instalación del autoritarismo, como en el “Admirable Mundo Nuevo” de Huxley.

Uno tendrá la satisfacción al salir campeón. A los otros restará pagar los intereses financieros por treinta anos embutidos en las cuentas públicas como ciudadanos sin percibir la creciente enajenación. La foto es del símbolo de la Mafia Al Capone, pero él no pagaba impuestos, pero jamás se apropió de dinero público. La otra foto es de la niña que se negó a saludar el dictador por más presión o insistencia de sus maestras y amiguitos de la escuela (es de G. Nikolaievsky)… 

Es así que caen las dictaduras. Por eso hay siempre esperanzas.             

domingo, 22 de junho de 2014

Noites latinas em Porto Alegre

O grupo peruano La Cumbre contagiou a todos na noite desta sexta-feira, no Centro Peruano. Pratos e bebidas andinas, com sabores sedutores; atendimento hospitaleiro e melodias tradicionais aqueceram o ambiente e fizeram a maioria dos presentes entrar na dança. O intenso envolvimento do público com os ritmos peruanos, cubanos, colombianos, chilenos, equatorianos, mexicanos e brasileiros confirmaram que o local é um pedaço pulsante da cultura latino-americana na Região Central de Porto Alegre. Abaixo, gravação do grupo quando se apresentou no Comitê Latino-Americano.

sábado, 21 de junho de 2014

Riscos no Céu

Por Sebastião Pinheiro

Estava absorto em minha leitura “Escravidão e Cultivo do Fumo” de Allan Kulikoff, e na parte mais interessante: Em 1775 os britânicos anunciam que todo escravo que fuja dos “senhores” e lute contra os revolucionários receberá alforria... Proposta interessante de quem os vendeu, degradou e humilhou, um verdadeiro pular da frigideira para o fogo... 

Quando chegou o e-mail de uma professora ambientalista gritando socorro sobre as “Chemtrails” e seus riscos como “Arma Climática” e “GeoEngenharia” contra a saúde, natureza e todo um corolário que a consultada Wikipédia informa ser “Teoria da Conspiração”, ao que os alemães na sutileza “Lebensraum” respondem: “Deus é a mãe de todas as teorias conspirativas”.  É sempre assim, e nós na periferia continuamos sem saber a definição de corrupção.

Por vício pedagógico, sou obrigado a referenciar minha estratégica predileta, a função de “ambientalista sapador”, que estuda a informação para encontrar nela a desinformação, com o mesmo cuidado que trata a construção de conceitos para a informação e trabalha não só no esclarecimento, mas fundamentalmente na contra-informação e desinformação, pois desde as greves do ABC (em 1980) é preciso estar muito atento a conceitos.

O termo “chemtrail” é uma referência aos riscos no céu pela passagem de aviões a jato, sem duplo sentido, geralmente à grande altura e vem de Chemical trail (Trilhas Químicas). Ultimamente, há denúncias que estas “estelas” (quentes de condensação em ambiente de temperaturas baixíssimas) permanecem muito mais tempo sem se dispersar, o que é peremptoriamente negado pelos porta-vozes da ciência, tecnologia em serviço ao poder. Será verdade? Quando algo é encoberto há corrupção...




Iniciativas cidadãs afirmam que elas contêm substâncias químicas e sprays de alto risco para a saúde como pó de Alumínio (destruidor de Ozônio), sais de Boro n(-BH3) e substâncias derivadas complexas.

Na Sociedade Industrial periférica, o “ambientalista” é um “generalista” que se opõem aos “especialistas” formados para servi-la.  O mais dramático é, quanto mais afastado for da periferia, mais caricata fica sua situação.  É luta desigual e para nivelá-la é necessário muito estudo trans-disciplinar, estratégia e tática, empregadas conforme os ambientes de enfrentamentos. O desconhecimento dessa realidade vem impondo grandes derrotas aos movimentos sociais autênticos e criando um corolário de desculpas nos aparelhados (pelo governo) ou dinheiro.

O uso de “geoEngenharia reversa” ou “dissecção” dos naturalistas do Século XVIII com sentido holístico permitem elucidar: Após o fim da II Guerra Mundial a OTAN e os URSS começaram a montar laboratórios analíticos nas Universidades e Institutos para a detecção de ínfimas quantidades (resíduos, traços e sub-traços) de Metais Pesados em alimentos e meio ambiente. A propaganda & publicidade oficial denunciavam seus riscos e perigos. Metais Pesados eram na verdade os elementos da Tabela Periódica de Mendeleieff desde o Vanádio (mA 50) até o Polônio (mA 210) incluindo as terras raras (lantanídeos e os actinídeos.).

Contudo, isso era uma cortina de fumaça para disfarçar o interesse militar nestes metais. Há muito se misturava o sal Chumbo Tetra Etila à gasolina para aumentar sua octanagem e obtenção de maior eficiência energética nos motores, hoje banida dos países centrais pelo saturnismo.  Na II Guerra Mundial os nazistas minimizaram a importância das ondas eletromagnéticas (radares) e priorizavam a detecção de emissão de calor dos motores de aviões (inimigos), identificando-os pelos resíduos de metais incandescentes (infravermelho).  

Após o fim da guerra esses estudos continuaram e avançaram para o desenvolvimento de mísseis com sistema de orientação por leitura infravermelha. Passou-se a misturar determinado metal (secreto) ao combustível dos aviões à jato para protegê-lo dos seus próprios mísseis. Identificado pelo espectro de emissão específica do referido metal o míssil ignorava seu avião ou de mesma nacionalidade (filtro), evitando o “fogo amigo”. A análise de alimentos foi um subterfúgio para o uso de dinheiro público para subsidiar à corrida armamentista no avanço e aperfeiçoamento dessa tecnologia.

Algo muito similar era feito com a análise dos resíduos dos motores (reatores) na trilha dos submarinos em seu rastreamento nos oceanos.  Nessa época, nas periferias era comum encontrarmos técnicos alienados, de formação bisonha se vangloriarem trabalhar com equipamentos sofisticados e caros, IR/UV, “Cromatógrafos à gás”, HPLC e principalmente os Espectrofotômetros de Absorção Atômica, todos importados a um alto custo mas que não podiam funcionar, pois o interesse era o máximo consumo de insumos e não o controle de qualidade em saúde e meio ambiente.  

Vimos a vaidade pessoal, interesse particular ou prestação de serviços dentro de órgãos públicos ser a tônica no tema. Lembro que foram comprados 12 laboratórios pelo Ministério da Agricultura no governo Geisel, quando da criação do II Plano Nacional do Defensivo Agrícola em 1973, dos quais, somente um funcionou, mas em 1989 foi fechado por subversão. 

Desde 1970 todo adubo químico contendo Fósforo vinha de minas do norte da África e continha presença de Cádmio e Chumbo. As partidas destinadas à Europa, Japão e EUA eram analisadas, e desviada para os países que não exigiam qualidade (corrupção)... Da mesma forma que o corned beef brasileiro destinado aos EUA cuja folha de Flandres não podia liberar quantidades superiores a um micrograma/Kg ou a carne cozida que ia no seu interior devia ter um nível inferior a 0,16 mg/Kg de resíduos de inseticidas clorados ou corria o risco de retornar.

Em trabalho como analista federal no Frigorífico Swift em Livramento/RS os resultados da análise ficavam prontos quando a presuntada já havia sido processada e já estava sendo enlatada. Então restava, apenas, colocar o rótulo e destinar a outro país (ou mercado interno), o que era possível reconhecer por um ponto em alto relevo na base da lata junto ao número código do antigo destino [135.].

Já temos elementos para tratar as “chemtrail”.  Já é conhecido há mais de trinta anos que o QAV-1 combustível de aviões à jato tem um alto grau de Enxofre para servir de lubrificante à turbina, mas sua oxidação na estela (SO2) forma gotículas de ácido sulfúrico, que é corrosivo às turbinas e agente gasoso do Efeito Estufa na mudança climática.  O agregado de sais de Alumínio e/ou Boro reage e provoca a formação de Boranos impedindo os dois malefícios. 

Fica a pergunta será isso avaliado e homologado? [Na web encontramos em alemão apenas 14 milhões de sites o primeiro deles é este http://www.sauberer-himmel.de/, para quem domina o vernáculo].

Mas há outra tecnologia militar menos conhecida: A injeção aquecida à pressão de uma solução de uréia a 16% junto ao QAV-1 pressurizado que explode e forma “Hidrazina” que é combustível de foguete e aumenta a potencia da turbina permitindo vantagens nos combates aéreos aos F-116, Sukhoi, Migs e outros. Nos últimos vinte anos essa tecnologia vem sendo usada em caminhões de motores diesel para diminuir o custo do frete em determinados países conforme pode ser visto na foto [O site http://www.sauberer-autobahnnen trata apenas de lixo comum. Por quê?].




O custo das passagens aéreas em certos países é representado em mais de 45% pelo combustível, logo o uso da tecnologia, que militarmente já é obsoleta, permite maior competitividade embora a Hidrazina seja uma substância muitíssimo tóxica (carcinogênica) daí o uso de sais de Boro que são poderosos agentes redutores. A questão é: Sendo isso verdadeiro, estará sendo usada somente após o alcance de cruzeiro ou também a baixa altitude e rodovias?  Os alemães denunciam que tiveram o mais extremo e escuro inverno dos últimos 43 anos; Há grande quantidade de Alumínio, Bário, Estrôncio, Manganês, Boro na água da chuva.
                                     
Desculpem os amigos, embora tema importante, as “chemtrails” têm o ADN muito usado já antes de Gengis Khan: Criar tensão para orientar a evolução (desenvolvimento)* em seu interesse, usando dinheiro público.

Justus von Liebig inventou o leite em pó, os adubos solúveis e a presuntada foi um dos que mais usou este tipo de ação desenvolvimentista na sociedade industrial. Fundou um frigorífico, cuja metade funcionava na margem direita do rio Uruguai, em Güalegüaychú, Argentina e a outra metade na margem esquerda em Fray Bentos, Uruguai.  

Estranho na mesma região, onde nos últimos cinco anos houve quase um inicio de guerra entre dois países irmãos por uma fábrica de celulose das Coroas Sueco-Britânica que escolheram uma margem, e depois foi deslocada para Montes del Platas sobre o Rio da Prata a pouca distancia de Buenos Aires, Montevidéu onde irá provocar grande desenvolvimento com impacto ambiental pelas Mercaptanas, AOX e Dioxinas já muito bem conhecidos e temidas. É, mas os alemães vendem incineradores de lixo que as produzem para o desenvolvimento, agora, sustentável...

A melhor forma de entender as chemtrails é visitar o Museo de la Revolución Industrial em Fray Bentos, instalado nos edifícios do velho frigorífico Liebig, que inventou a presuntada e destruiu o monopólio da proteína industrial fresca dos britânicos construído sobre o charque (tecnologia inca).  Ele foi um dos que provocou a Guerra do Guano (1879-83), na qual Bolívia perdeu a saída para o mar. 

Com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial o Frigorífico foi entregue à Coroa Britânica como indenização e passou a chamar-se ANGLO/SWIFT.  Ali, sem muita reflexão poderemos entender por que o governo nacional nos transformou no maior consumidor de agrotóxicos do mundo, cujas “estelas” e resíduos estão no ar, na água, nos alimentos e natureza ou por que possuímos mais celulares que habitantes no país.

O site alemão diz que a grande empresa Greenpeace nega a existência das “chemtrails”.  O que a meu ver reforça sua existência na intimidade com NSA, MI6, OTAN, NASA, IPCC, OMS, BANCO MUNDIAL, ONU? Vejam o vídeo “Why in the World are They Spraying? (Full Length w/ Foreign La”). Tirem suas conclusões e adéqüe definições e neologismos.

Abram bem os olhos: O site alemão referencia “análises de amostras de ar de Phoenix no laboratório de nanotecnologia de Harvard onde se encontrou partículas da biologia sintética (engenharia genética) e blocos funcionais de nano-máquinas desenvolvidas para interface entre sinais de rádio e bio-fótons de moléculas de ADN. As aplicações esperadas destas tecnologias estão nos diagnósticos médicos e terapia.

A terapia da comunicação celular pode influenciar a capacidade de auto-organização do corpo, ou seja, diretamente sobre o sistema imunológico Isto é feito pela radiação do indivíduo, definida nas cores dos fotóns, que pode ser ligado de forma inteligente à comunicação celular. 

Na agricultura, estas tecnologias são configurados como um substituto para os agrotóxicos; Pois o que é publicado comercialmente, já está superado na área militar. Logo o conhecimento sobre as “chemtrails” está defasado em décadas e aqui na periferia é triste: O decreto 4074/02 regulamentou a Lei de Agrotóxicos permitindo aos venenos “patentes vencidas” competirem com os “modernos” das transnacionais tirando vantagens mercantis desses. O governo Lula reagiu e o substituiu pelos decretos 5549/05 e 5981/06. Leia-os e tire suas conclusões.     

O "saber alemão", embora use a força da tecnologia não consegue transformá-la em poder...

É vital entender “chemtrails”, para tal é preciso estudar o fim do Século XIX, as guerras de reunificação alemã, a disputa por energia com os franceses na região do Sarre, Alsácia Lorena e primeira Guerra Mundial, onde o carvão vai ser substituído pelo petróleo. É em meio a esse burburinho que vão desaparecer cinco impérios e os movimentos sociais na Europa vão tentar uma saída espiritual, uma nova saúde (homeopatia), uma nova educação (Waldorf), uma nova cultura (antroposofia), uma nova agricultura (biodinâmica) e encurralados nas iniciativas cidadãs de mínima liberdade. 

No plano de poder e força a resposta será a Segunda Guerra Mundial. Os alemães mais uma vez serão derrotados e responsabilizados, sem que se estude o “antebellum” britânico - norte-americano que a desencadeou. Como diria Ivan Illich: Ver não é enxergar. Enxergas alguma parodia ambiental?  Retorno à minha leitura pensando traduzir “Slaves & Tobacco” para termos um referencial a mais para entender “Casa Grande & Senzala” e não ver repetida a idiotice do ex-chanceler: “Somos a Senzala que deu certo”. 




* O termo desenvolvimento atualmente em uso é uma construção política, mas na sua origem na biologia evolucionária representava o crescimento de um ser a partir da destruição do ovo.  O correto é entender o neologismo político atual como: destruição do envolvimento

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A Primeira Infância

Ouça hoje (20), às 15h, o momento "Caminhos e Respostas", através da Rádio Canoas Online:
www.radiocanoasonline.com.br.
A entrevista será com o coordenador do Programa Primeira Infância Melhor de Canoas, Carlos Alberto de Azevedo (Bebeto).

“A Primeira Infância é o momento do estímulo, são esses primeiros estímulos que vão imprimir muito da nossa personalidade e da nossa vida futura”. Bebeto


quinta-feira, 19 de junho de 2014

A angústia do (nosso) tempo

PERTINENTE E MUITO BEM ESCRITA ESSA REPORTAGEM DE LETÍCIA DUARTE, QUE TEM TUDO A VER COM O "NOSSO TEMPO". VALE A PENA LER TODA ELA, NA VERSÃO IMPRESSA. COM TODO O TEMPO

"O capitalismo de produção e do consumo trouxe essa ideia de produzir mais em menos tempo. O que não era esperado é que essa ideia fosse invadir todas as esferas da vida cotidiana". Texto completo aqui

É o seu dia de folga e você quer se sentar para ler esta reportagem. Mas, enquanto repousa os olhos nestas linhas, todos os outros desejos alinhados na fila da memória, à espera de tempo, disputam a sua atenção.

Aí você pensa que este texto é grande demais.

E sente uma angústia porque queria ir até o fim, mas também tem ali parado aquele outro livro, aquele trabalho para fazer, o filme que queria ver, aquele passeio com a família que há semanas você promete para si mesmo, a pilha de roupas para lavar, o curso de francês por começar. Quem sabe seja melhor largar tudo para assistir àquele vídeo na internet que ensina como tirar sua camiseta mais depressa. Três segundos que serão poupados se você puxar a manga com o braço dobrado no ângulo exato. Tcharááán! Seus problemas acabaram! Só que não. Affff.

Se os sintomas lhe são familiares, bem-vindo à síndrome da falta de tempo, que ganha ares de epidemia contemporânea. Nem tão nova assim, na verdade. Não é de hoje que o homem sofre com a gestão dos seus dias. Desde os primórdios da Era Cristã, o filósofo Sêneca já lamentava que “parte do tempo nos é arrancada, parte nos é subtraída por amenidades, e o resto escorrega de nossas mãos”. Mas a vertiginosa “compressão espaço-tempo”, como cunhou David Harvey no livro Condição Pós-Moderna (Loyola, 1996), tem elevado essa angústia a novos patamares, ao suprimir fronteiras e multiplicar conexões, com uma aceleração crescente que invade todas as esferas da vida, empurradas pelo motor do capitalismo. O problema é que, na mesma proporção em que aumenta a pressão pelo tudo-ao-mesmo-tempo-agora, crescem os dilemas pelas possibilidades não alcançadas, por tudo que deixará de ser feito. E aí o resultado é gente correndo, correndo, sem saber bem o porquê, nem para onde.

Não por acaso, pesquisa divulgada pelo Ibope em dezembro revelou que 35% dos brasileiros se sentem escravos do tempo – e que um terço dos entrevistados gostaria de comprá-lo, se isso fosse possível, dispondo-se a pagar R$ 50 por uma hora a mais em dia útil e até R$ 85 por uma hora a mais em dia de folga. Enquanto a mágica da multiplicação temporal não acontece, proliferam reações na direção contrária, questionando o culto à velocidade e a aura de glorificação que exalta os ocupados.

A expressão “doença do tempo” foi cunhada em 1982 pelo médico americano Larry Dossey, para se referir à “suposição obsessiva de que o tempo está fugindo, vai acabar faltando e é preciso estar sempre pedalando cada vez mais rápido para não perder o trem”, como descreve Carl Honoré no livro Devagar (Record, 2006). A publicação é um dos principais ícones do Slow Movement, que prega a necessidade de desaceleração da vida contemporânea. Ex-workaholic convicto, o autor começou a questionar seu ritmo de vida quando deparou com o lançamento das histórias infantis de um minuto, uma versão condensada dos contos clássicos para acelerar a hora do sono das crianças. Num primeiro momento, achou a ideia genial, porque vivia em cabo-de-guerra com o filho de dois anos, fã das histórias longas e detalhadas, no momento de ir para a cama. Enquanto calculava quanto tempo a editora demoraria para lhe enviar a série inteira, sentiu o estalo: “Será que eu fiquei completamente maluco?”, questionou-se o jornalista, que desde então persegue a ideia de que é preciso encontrar o tempo giusto para cada coisa.

 Foto: JEFFERSON BOTEGA/ AGÊNCIA RBS



“O paradoxo do devagar nem sempre quer dizer devagar. Desempenhar uma tarefa devagar frequentemente produz resultados mais rápidos”, defende Honoré, salientando que a qualidade e a serenidade trazidas ao se concentrar em uma tarefa tendem a trazer mais ganhos do que a pressa e a superficialidade das sobreposições.
A missão de desacelerar é difícil porque tudo nos conduz ao oposto. Professora titular do departamento de filosofia da USP e da Unifesp, Olgária Matos analisa que a aceleração do tempo coincide com a vida nas grandes metrópoles. No passado, o conceito de tempo era cíclico, regulado pelas estações e pelas colheitas. A partir da concentração dos trabalhadores nas cidades e da disseminação do trabalho em escala industrial, no século 19, o modo de produção fabril passou a invadir outras dimensões da vida. No início, houve reações: o aumento do tempo de trabalho era experimentado como uma espécie de tortura, e os trabalhadores resistiam ao serviço noturno, ligado à industrialização. Tanto que trabalhar antes do alvorecer ou depois do pôr-do-sol era considerado imoral.

– O capitalismo de produção e do consumo trouxe essa ideia de produzir mais em menos tempo. O que não era esperado é que essa ideia fosse invadir todas as esferas da vida cotidiana – observa Olgária.

O paradoxo é que, apesar de estarmos sufocados pela exaustão de tanto por fazer, a filósofa sustenta que vivemos um tempo vazio, aprisionados por um eterno presente, que conduziria ao tédio. Isso porque o sistema de vida orientado para a produção e para o consumo de mercadorias levaria a uma repetição de tarefas desprovidas de experiências realmente significativas.

Uma das consequências seria um sentimento de vazio, que seria preenchido com válvulas de escape para “matar o tempo”, como o consumo de drogas, o excesso de comida (e obesidade), a violência, a busca por esportes radicais.

A definição de tempo vazio foi empregada pela primeira vez por Walter Benjamin, um dos principais pensadores a escrever sobre os efeitos provocados pela invasão do modelo fabril no cotidiano. Foto: JEFFERSON BOTEGA/ AGÊNCIA RBS

“A ideia de um progresso da humanidade na história é inseparável da ideia de sua marcha no interior de um tempo vazio e homogêneo. A crítica da ideia do progresso tem como pressuposto a crítica da ideia dessa marcha”, escreve Benjamin em 1940, na 13º tese do ensaio Sobre o Conceito de História.

Para exemplificar como a cultura da pressa vã está instalada na sociedade, Olgária cita uma pesquisa realizada na França com trabalhadores desempregados de várias camadas sociais, em que eles também relatavam ausência de tempo, ocupados em mandar currículos, dar telefonemas e buscar ocupações. A constatação seria mais um sinal da armadilha desses nossos tempos: de tanto correr e cumprir tarefas, não sabemos mais o que fazer com as horas livres.

– Somos mais agidos do que a gentes, o tempo vazio impõe a nós seu ritmo e executamos tarefas cujo sentido nos escapa. Fazemos um monte de coisas e depois nos perguntamos: mas por que tudo isso? Queria ter feito outra coisa... – compara Olgária.

Esse ritmo tem seu preço. Para a psicanalista Maria Rita Kehl, autora do livro O Tempo e o Cão (Boitempo, 2009), a explosão dos casos de depressões nos países do Ocidente, a partir da década de 1970 deve ser entendida como um sintoma social da contemporaneidade, um sinalizador do “mal-estar na civilização”. O depressivo sofreria assim de um sentimento de tempo estagnado, desajustado do tempo sôfrego do mundo capitalista. E seria malvisto justamente porque é encarado como um “bug no sistema”.

– Essa aceleração tem relação com a depressão porque resulta no sentimento de que a vida é vazia. Parece que quanto mais se corre, mais coisas se põe no tempo, mas a vida se esvazia do valor da experiência. Você não tem nada para contar num dia em que você correu de lá para cá. A experiência é aquilo que você vive num tempo mais estendido – analisa.

Se serve de consolo, apesar das incertezas inerentes ao que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman chama de “vida líquida”, neste mundo em que tudo escorre pelas mãos e se transforma antes de assumir um estado sólido, nosso tempo não está diminuindo. Pelo menos não do ponto de vista cósmico, a tendência é a desaceleração. O astrônomo Roberto Boczko, professor do Instituto de Astronomia da USP, explica que o movimento de rotação da Terra vem perdendo velocidade devido ao atrito provocado pelo movimento das marés. Durante anos, Boczko foi o responsável por acertar os relógios atômicos do Instituto de Astronomia da USP, que atrasavam a cada virada de ano por causa dessa oscilação. O resultado prático é que, a cada ano, ganhamos um segundo a mais.

– Nosso dia está ficando cada vez mais comprido. A Terra está parando de girar porque a  subida e a descida das marés gera atrito, o atrito gera calor, e esta energia está sendo perdida – explica.


Será um sinal dos tempos?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Para não esquecer Fukushima e sua amplitude


Por Sebastião Pinheiro
Engenheiro Agrônomo, escritor e ativista ambiental

Imagem: enviada pelo autor

Telespectador letárgico assistindo a Rússia x Coréia do Sul vi uma bandeira russa agitada com a inscrição em cirílico TOMCK. 

Lembrei-me Tomsk, a cidade secreta, centro de enriquecimento de plutônio e urânio para o complexo militar soviético criado em 1947, onde ocorreram alguns desastres, e em 1993 uns dos maiores desastres nucleares militares recentes (TOMSK-7), também um dos mais ocultos o que não pode ser feito com Fukushima, poiso mar chega à todos, como dizia nossa querida Rachel Carson em sua obra máxima (The Ocean around us).

Em 21 de outubro do ano passado Michael Snyder publicou um texto com os “28 sinais que a Costa Oeste dos EUA está sendo frita pela radiação de Fukushima”. 

Respalda sua denúncia com o mapa (foto) e os níveis de contaminação radiativa existentes nos EUA e sua colônia, Porto Rico. Recentemente ambientalistas desconheciam tal.

Indução e manipulação pelo poder alteraram o “Pensar globalmente e Agir localmente”? Antigamente todo ambientalista lúcido e ativo era denegrido com o termo “ativista de plantão”. 

 Os tempos mudaram hoje muitos “ambientalistas ocupam espaçosos escritórios nas Federações de Indústria, Diretoria de Meios de Comunicação ou Assessorias Parlamentares. Foram treinados no Reino Unido e nos EUA em “Environment Policy” ou na Alemanha em “Umwelt Verwaltung”. Usam o jargão ambientalista com desenvoltura. Suplantam ou inibem aqueles autênticos arcaicos ou os novos que consomem meio ambiente, o que torna valiosíssimo o material de Snyder.

O mapa assinala 15 pontos com níveis de radiação (Radcon 3 elevada) e ao redor do Reator “derretido” de Three Miles Island na Pensilvânia é (Radcon 4 preocupação/vigilância). Será por isso que a radiação que chega de Fukushima não é tratada com seriedade? Será impotência pela inexorabilidade da situação ou cumplicidade financeiro-ideológico?

Durante a Guerra Fria reatores nucleares eram essenciais não para energia elétrica, mas a produção de explosivo para bombas nucleares e termonucleares. 

Os riscos operacionais eram minimizados pelo objetivo verdadeiro e escondidos em ambos os lados. Contudo, os perigos na concentração e purificação com Red Oil (Tri Butil Phosfato) à quente com querosene, como os acontecidos em Hanford em 1953 no estado de Washington ou em 1953 e 1975 em Savannah River no Tennessee permaneceram altamente sigilosos. 

 Em Seversk (TOMSK-7) na Rússia em 1993 não houve nenhuma publicidade ou comoção pela ordem mercadológica globalizada, que modelou o tratamento ao público do problema em Fukushima. Ambientalistas sem informação ignoram a realidade ou temem o epíteto de terrorismo.

Nos meses após o teste desastrado em Chernobyl o RS recebeu leite em pó, carne e banha de porco contaminada importada pelo governo Sarney. 

A ação de jovens ambientalistas gaúchos impediu a venda e consumo e uma parte daqueles alimentos transportada para outros estados e outra foi confiscada pela justiça, como as ações na justiça demoraram o alimento tornou-se impróprio e tudo foi destruído. 

 Muito tempo depois, a Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS promoveu junto com o Instituto Goethe a apresentação (e debate) da película alemã “Die Schlacht von Tschernobyl” (O massacre em Chernobil) sobre a catástrofe no Reator IV (teste militar desastrado) que ameaçou a Ucrânia e Bielorússia e conseqüências em toda a Europa que permaneceu em segredo durante uma semana, sendo descoberto pela contaminação na Suécia.

O mundo viveu desesperado. O amigo e colega salvadorenho, bolsista (Agronomia) em Kiev de 1985 a 1990. Ele contou que começou a perder o cabelo não só da cabeça, mas de todo o corpo, inclusive das sobrancelhas, logo após o acidente e que isso espantou a todos. Mas que compreendeu que o habito de se banhar todos os dias o expôs à contaminação da água...

O mapa abaixo do Nuclear Emergency Tracking Center (Central de Controle em Emergência Nuclear) mostra os elevados níveis de radiação nas estações de monitoramento em todo o país. Como pode ser notada ao longo da costa oeste dos EUA. A cada dia, 300 toneladas de água radioativa de Fukushima entra no Oceano Pacífico. Isso significa que a quantidade total de materiais radioativos liberados de Fukushima aumenta constantemente em nossa cadeia alimentar.

Em última análise a radiação nuclear vai permanecer por muito tempo e poderia levar até 40 anos para limpar o desastre de Fukushima, e, entretanto, pessoas inocentes irá desenvolver câncer e outros problemas de saúde como resultado da exposição a altos níveis de radiação nuclear. 

Isso é absolutamente sem precedentes, e está piorando constantemente. A seguir estão 28 sinais de que a costa oeste da América do Norte está sendo absolutamente fritos por Fukushima...

Ursos polares, focas e morsas ao longo da costa do Alasca estão sofrendo de perda de pele e feridas.

Há uma epidemia de mortes de leões marinhos ao longo da costa da Califórnia...

Ao longo da costa do Pacífico do Canadá ao Alasca, a população de salmão está em uma baixa histórica.
Uma vasta ilha flutuando de detritos de Fukushima do tamanho do Estado da Califórnia atravessou o Oceano Pacífico e chega à costa oeste.

A radioatividade das águas costeiras no oeste dos EUA poderia dobrar nos próximos cinco a seis anos.
Especialistas encontraram altos níveis de Césio137 em plâncton entre o Havaí e a Costa Oeste.
Na Califórnia todos os atuns analisados estavam contaminados com a radiação de Fukushima.

O jornal Vancouver Sun denunciou que peixe importado do Japão estava contaminado com Césio137.
1.000 becquerel por quilo de césio.

Alguns especialistas acreditam que nós poderíamos ver níveis muito elevados de câncer ao longo da costa oeste apenas de pessoas que comem peixes contaminados ...
Recentemente BBC News informou que os níveis de radiação ao redor de Fukushima são "18 vezes maior" do que se acreditava anteriormente.

Um estudo financiado pela União Européia concluiu que Fukushima liberada até 210 quatrilhões de becquerels de Césio137 na atmosfera.

A radiação atmosférica de Fukushima que atingiu a costa oeste dos Estados Unidos em 2011 retorna aos níveis de 2011.
Neste momento, 300 toneladas de água contaminada de Fukushima verte ao Oceano Pacífico diariamente.

Um cientista do Instituto de Pesquisas Meteorológicas do Japão diz: "30 bilhões de becquerel de Césio radioativo e 30 bilhões de becquerels de Estrôncio radioativo" estão sendo liberado ao Oceano Pacífico diariamente.

A Tepco diz entre 20 trilhões e 40 trilhões de becquerels de Trítio radioativo é jogada ao Oceano Pacífico desde o desastre de Fukushima.

Um professor da Universidade de Tóquio diz 3 gigabecquerels de Césio137 flui para o porto de Fukushima diariamente.

Estima-se que é 100 vezes maior a radiação nuclear liberada em Fukushima que a total liberada no desastre de Chernobyl.
Um estudo recente concluiu que uma grande nuvem de Césio137 a partir do desastre de Fukushima chegará as águas costeiras dos EUA no início do próximo ano.
Simulações mostram que a pluma de Césio-137 liberada pelo desastre de Fukushima alcançou águas costeiras dos EUA no início de 2014 e terá máximo em 2016.

Está sendo projetado níveis significativos de Césio137 em todos os rincões do Oceano Pacífico até 2020.
O Oceano Pacífico em breve "terá níveis de Césio de 5 a 10 vezes maiores" do que aquilo a que assistimos durante a era dos testes com armas nucleares no Pacífico em muitas décadas.

A imensa quantidade de radiação nuclear no Oceano Pacífico provocou ativista ambiental Joe Martino a emitir aviso: Seus dias de comer peixes do Oceano Pacífico terminaram.
O Iodo131, Césio137 e Estrôncio90 que vêem constante de Fukushima afeta a saúde dos que vivem no Hemisfério Norte por muito. 

De acordo com um recente relatório Planeta Infowars, da costa da Califórnia está sendo transformado em "zona morta". Estudo realizado no ano passado constatou que a radiação do desastre nuclear de Fukushima poderia afetar negativamente a vida humana ao longo da costa oeste da América do Norte do México ao Alaska "Durante décadas".

O The Wall Street Journal diz a limpeza de Fukushima pode levar até 40 anos para ser concluída.

O Professor de Yale, Charles Perrow adverte que se a limpeza de Fukushima não é feita com 100% de precisão a humanidade poderá ser ameaçada "por milhares de anos".

Você está começando a entender por que tantas pessoas estão tão profundamente preocupado Acerca do que está acontecendo em Fukushima?

Importa o Brasil pescados japoneses após Fukushima?