domingo, 28 de setembro de 2014

Provocações do Tião - Guerra, Dioxina e Silêncio

Sebastião Pinheiro*

O momento é de estupefação, novamente uma coligação dos exércitos mais poderosos da Terra ataca ferozmente grupos revoltosos gerados pelas Guerras do Iraque. As imagens mostram que as instalações atacadas foram de extração e condução de petróleo, mas não há analises e comentários sobre esta razão ou seu significado.

Quatro foram os degolados usados como leit motiv (não duvido que seus executores tenham sido infiltrados e manipulados pelas inteligências nacionais, nem estranho as projeções do surto de Ebola que faz o morticínio de jovens na guerra do narcotráfico & transito parecer resíduo estatístico).

As informações da CNN são pitorescas, mas ela mostrou à época a foto do Secretario de Estado, James Baker, (e o General Schwartzkopf) garantindo o cheque do rei Fahd da Arábia Saudita para o custeou e serviços na Guerra do Golfo “Tempestade no Deserto”. Agora outro grupo de países é, novamente, obrigado a custear a solução do problema criado com a Ocupação do Iraque e todos já esqueceram o recente massacre na Faixa de Gaza.


Foto: fornecida pelo autor
Estava eu nesta reflexão quando li a noticia do infausto da morte dos três bombeiros, heróis no atentado ao Rockefeller World Trade Center (Torres Gêmeas) em 11 de Setembro de 2001. Os três morreram no mesmo dia por diferentes tipos de cânceres provocados pela queima do filme de proteção externa das janelas dos prédios durante os incêndios pela formação das temíveis DIOXINAS & FURANOS CLORADOS.

Essas substâncias são as mais tóxicas existentes no Planeta e alguns cientistas dizem ser mais letais que o Rádio e o Plutônio, por serem mimetizadoras de hormônios e serem tóxicas em qualquer quantidade. Seu metabolismo e toxicodinâmica nas células parecem indicar que é função da data de contaminação e não sua dose de exposição. Não é a primeira vez que vítimas de envenenamento morrem à mesma época, pois já havia ocorrido com as vítimas do Agente Laranja na Guerra do Vietnã tanto soldados norte-americanos como com vítimas vietnamitas. Saberemos quando alguém estiver interessado em ganhar dinheiro.

Talvez os amigos não lembrem quando o cineasta Michael Moore em seu laureado filme G9/11, de barco nas águas da Baía de Guantánamo com alto falantes pedia aos militares que as vítimas das Torres Gêmeas fossem tratadas nos hospitais existentes naquela Base Militar-Presídio (clandestino) de seu envenenamento pelas Dioxinas & Furanos... À época não consegui entender, pois não havia informação.

A ciência yankee já tem uma série de artigos científicos sobre as Dioxinas e Furanos policlorados no Rockefeller World Trade Center formada pela queima dos filmes de proteção às janelas exteriores Manhattan, em Nova York. Um deles foi realizado pelos cientistas S. Rayne; M.G. Ikonomou; C.M. Bundas; M.L. Diamante & J. Truong e no sumário diz: As amostras de filmes plásticos instaladas nas superfícies exteriores das janelas foram coletadas em Manhattan, Brooklyn e Nova York seis semanas após a destruição do World Trade Center (WTC), em 11 de setembro de 2001 e analisadas para detecção de dibenzo-p-dioxinas e dibenzofuranos (PCDD/F).

O total de Tetra-Octa-CDD/F em películas de cerca de 1 km do local do WTC em Manhattan variou até 630.000 pg/m2 (estimada como uma concentração em massa de cerca de 1,3 milhões pg/g) e um máximo equivalente tóxico (TEQ) concentração de 4700 TEQ/m2 (cerca de 10 000 pg de TEQ/g).

As medições em um lugar a 3,5 km do Brooklyn mostraram concentrações mais baixas de 130 pg TEQ/m2 (260 pg TEQ/g). PCDD/F na fase de gás estimou concentrações para cada lugar usando um modelo de equilíbrio de partição sugerido com concentrações que variam de cerca de 2700 fg-TEQ/m3 perto do local do WTC à concentração urbana mais típica de 20 fg-TEQ/m3 no local Brooklyn.

Análises multivariadas de 2,3,7,8-congêneres substituídas e perfis homólogos de grupo sugeriu padrões únicos nos filmes perto do local do WTC em comparação ao observado em locais comparados fora da área de estudo e em outros perfis de origem de combustão derivados de literatura. Perfis homólogo perto do local do WTC foram dominados pelo tetra, penta e hexa-CDD/F, e os perfis contidos principalmente octa 2,3,7,8-substituído e hexaclorado congêneres. Em comparação, os perfis em Brooklyn e perto de meados de Manhattan exibiram padrões de congêneres e homólogos composto, principalmente, de hepta e octa-CDDs, semelhante ao que comumente relatados no ar níveis anteriores ao desastre, no solo.

A linguagem hermética acima exige interpretação de pé no chão: O número de pessoas envenenadas pelo atentado às Torres Gêmeas (Rockefeller World Trade Center) é tão absurdamente gigantesco que as conseqüências advindas questionam porque nenhum meio de comunicação alertou para os riscos à exposição.

Entre nós as películas nas janelas dos edifícios e nos automóveis produzem Dioxinas e Furanos quando queimadas? Há laboratório para análise de Dioxinas e Furanos?

Em fraterno pesar aos três bombeiros heróis e expando a reflexão: O terrorismo não é unilateral ou de fundo étnico ou religioso. Ele é muito mais globalizado e faz parte dos Estados, seus negócios & mercado.

O sarcasmo no livro Ecofacismo de J. Orduna é gritante quando na abertura de cada capítulo há a frase: My name is..... (e repete o prenome e nome), como em uma série de Hollywood bastante conhecida e que saltou de pára-quedas na abertura dos jogos olímpicos em Londres. Devemos ser ingênuos e considerar as rocamboliscas ações do personagem no contexto terrorista ou ir além e dizer que os setores de inteligência são uma doença que grassa pior que o Ebola ou a epidemia na série de TV “Walking Dead” . “Os que estiverem vivos invejarão tanto os mortos que desejarão a morte, mas a morte os enganará.” (Apocalipse 9:6)
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*Engenheiro Agrônomo e Florestal, escritor e ambientalista.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O veneno digital

Sexta-feira, 26 de Setembro de 2014   |   ISSN 1519-7670 - Ano 18 - nº 817

 JORNAL DE DEBATES
COMENTÁRIOS ANÔNIMOS


O veneno digital
Por Robert Fisk em 15/01/2013 na edição 729

Reproduzido da Agência Carta Maior, 13/1/2013; título original “Comentários anônimos, atitudes covardes: é tempo de pararmos de beber este veneno digital”
     
Reconhece esse cara? Ele é um “mentiroso”, “idiota”, “simpatizante terrorista”, “enganador”, uma “desgraça”, um “louco insano liberal”, ele está “na folha de pagamento da Irmandade Muçulmana” e “na folha de pagamento de neonazistas europeus”. Ele é “louco”. Mas espere. Esse pobre cara é também “um ignorante, inútil, pedaço de merda que odeia judeus”, cujo “ódio pode ser visto em seus olhos”. “Urina de porco esteja nele no inferno”, é uma das maldições dirigidas a ele.

Ele diz “mentira em cima de mentira, todas elas direta ou indiretamente destinadas à destruição de Israel”. E ele recebeu a seguinte mensagem: “Os islâmicos cortadores de gargantas com quem você simpatiza, cortariam seu pescoço de lápis de orelha a orelha com prazer, só porque você não se curva ao pedófilo sanguinário [sic] profeta deles.” E agora uma pista. Nesta mesma lista de sujeira virtual – enviado em apenas dois dias – um escritor anônimo acrescenta: “Poderia Robert Fisk ser o próximo?”

Pessoas doentes

Meu pecado – e acima, acreditem, é o fim limpo do abuso – foi escrever um artigo na semana passada sobre o Oriente Médio em 2013. Agora, nos velhos tempos, quando alguém recheava sua caixa de correio com algo abusivo, você iria à delegacia, em dois toques, esfregando cartas de tinta verde no rosto do sargento na delegacia. Comportamento ameaçador, pelo menos. Mas, agora, apenas reclamar sobre esse tipo de material incendiário marca-o como o excêntrico. “É por causa do seu perfil”, um amigo me disse. Então é isso que eu mereço? Eu sempre disse que se você é repórter do Oriente Médio, você tem que encarar os gravetos e as pedras. Às vezes, literalmente.

Mas algo está errado aqui. Certamente não é para isso que a internet serve? Em todo o mundo agora, o anonimato – a ruína de todo o Editor de jornal – é aceito por cyber-jornalismo, o mais odioso, mais compreensível. Eu já desisti de vários debates em programas de rádio no meio da transmissão por causa da recusa absoluta das âncoras de explicar por que eles não vão desafiar os tweeters ou escritores de emails, às vezes violentamente nomeados. Sites e blogs e salas de chats nunca foram destinados a cobrir as crueldades semelhantes à Breivik, dessas pessoas doentes.

O ex-diplomata dos EUA, Christopher Hill, um homem cujas opiniões normalmente me fazem estremecer – ele foi embaixador no Iraque, especial ao Kosovo e um negociador de Dayton – observou esses perigos. “O acesso instantâneo à informação não significa acesso imediato ao conhecimento, muito menos à sabedoria”, escreveu ele recentemente. “No passado, a informação foi integrada com a experiência. Hoje, ela é integrada com a emoção... A tecnologia digital tem desempenhado um papel importante “na promoção dessa atmosfera de maus modos, viciosos ataques pessoais, intolerância, desrespeito... Bullying agora é virtual”.

Pouco antes do Natal, um ministro de Estado irlandês, Shane McEntee, cometeu suicídio depois de receber uma porção de desagravos online. No seu funeral, o seu irmão Gerry foi aplaudido quando atacou a mídia social: “Que vergonha de vocês, vocês covardes que lhe enviaram mensagens horríveis no site e em texto, que vergonha de vocês.” Shane McEntee tinha sido particularmente condenado por defender cortes no programa de governo para cuidados a crianças especiais da Irlanda e, de qualquer maneira, eu não tenho certeza de que e-mails anônimos matam.

Jornais perseguem pessoas também, mas, pelo menos, editores têm um endereço.

O vice primeiro ministro da Irlanda já falou de nova legislação contra o abuso na internet – complicado isso, quando os ex-oficiais da IRA sentam em Dáil Eireann e o abuso pode funcionar nos dois sentidos. O governo francês também está considerando novas regras para evitar comentários racistas, antissemitas e homofóbicos no Twitter. Hashtags racistas e anti Judias foram removidas na França, em outubro, mas o Twitter agora alega que não pode revelar suas identidades reais – em outras palavras, os culpados – desde que foram arquivadas na Califórnia, desta forma, as leis francesas não se aplicam.

Então me deixe ir agora ao jornalista irlandês John Waters, que no ano passado reclamou do “veneno desproporcional de comentários online” e a maneira que blogueiros recorrem a “formas de comunicação pré-civilizadas”. Em uma paródia do estilo cyber, ele escreveu que preferiria que o criador do Twitter fosse preso e sua empresa fechada. Então, ele acrescentou – deliberadamente, na língua e gramática das mensagens repulsivas que todos recebem: “Queria q eles queimassem o fundador do Twitter em óleo e deixassem sua carcaça na rua p os urubus.”

Veneno

E o que aconteceu? Um representante do Twitter ligou para um empregado do jornal de Waters – de um telefone fixo – para reclamar que sua última frase “passou de um certo limite”. Que limite em especial, eu me pergunto? E quando Waters – um homem com quem não estou muitas vezes de acordo – depois queria entrar em contato com o Twitter para remover uma postagem difamatória, ele descobriu que só poderia fazê-lo... por se inscrever ao Twitter! Não, não somos Luditas, disse Waters. Mas algo era necessário “para frear o clima tóxico e sem lei em andamento na web”. Por que pseudônimos são autorizados a apresentar-se como participantes de um debate democrático?

Eu concordo. Salas de chat e seções de comentários em jornais online, muitas vezes afirmam ter um “moderador” – uma expressão covarde, uma vez que sugere que o abusado e do abusador são igualmente culpados ou inocentes – que pode remover o material “inadequado”. Isto é um pouco como dizer que Hitler poderia, por vezes, fazer
comentários “inapropriados”. De fato, com a leitura de um livro durante o Natal sobre a ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha, descobri que muitas ameaças do NSDAP (Partido Nazista) nos anos trinta hoje parecem insultos da internet.

Então o que fazer? Comentários on-line são muitas vezes factualmente errados, mas o anonimato permite aos escritores usar uma linguagem vulgar e abusiva para apoiar as suas mentiras. Eles rodam muitas vezes no que tem sido chamado de “teste de qualidade” – aplicada com rigor, por exemplo, quando os editores de jornais se recusam a publicar cartas sem um nome e alguma forma de endereço. Estamos falando de comentário verificável.

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[Robert Fisk é correspondente do Oriente Médio para o jornal The Independent e autor de muitos livros sobre a região, incluindo A Grande Guerra pela Civilização: A Conquista do Oriente Médio]

Jorge Furtado e o Mercado das Notícias



Publicado em 28/08/2014
"O Observatório da Imprensa lança uma série de programas sobre a função do ombudsman, ou defensor do leitor, que comemora 25 anos no próximo mês de setembro.

O cargo, criado nos Estados Unidos, chegou ao Brasil em 1989 com a Folha de S.Paulo. Atualmente, somente o jornal O Povo, de Fortaleza - que mantém a função há 20 anos - e a Folha contam com esses profissionais no Brasil.

Nesta sétima edição, Alberto Dines conversa com o cineasta Jorge Furtado."



quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Gabriel García Márquez entrevista a Pablo Neruda






Gabriel García Márquez
Famoso e importante escritor, jornalista, editor e militante político colombiano, apelidado carinhosamente de Gabito, nasceu em Aracataca, no departamento de Magdalena, na Colômbia, no dia 6 de março de 1927. Seus pais, Eligio García e Luiza Santiaga Márquez Iguaran, tiveram onze filhos, e para sustentar a família mantinham uma pequena farmácia especializada em Homeopatia.
Gabriel Garcia Márquez. Foto: via Wikimedia Commons
Gabriel Garcia Márquez. Foto: via Wikimedia Commons
Ele passou sua infância na casa de seus avós maternos, fundamentais para o futuro escritor, que se inspiraria nestas figuras – o avô, Nicolás Márquez, veterano da Guerra dos Mil Dias, travada entre liberais e conservadores colombianos; a avó, Tranquilina Iguarán – para criar seus personagens, principalmente os que povoam as páginas de seu clássico Cem Anos de Solidão. Aos oito anos ele perde o avô, em 1936. Sua famíla então parte de Aracataca, por motivos econômicos, e Gabriel conclui seus primeiros estudos na cidade de Barranquilla e depois no Liceu Nacional de Zipaquirá.

O escritor cresce apaixonado pelos livros, principalmente pelas histórias das Mil e Uma Noites e pelo irrealismo de Kafka em A Metamorfose, obra na qual Gabriel mergulha sua imaginação e percebe que ela não tem limites. Em 1947 ele se transfere para Bogotá, ingressa nos cursos de Direito e de Ciências Políticas na Universidade Nacional da Colômbia, mas não chega a se graduar, entrando logo em seguida pelo caminho do Jornalismo, quando se muda para Cartagena das Índias.

Ele atua na esfera da imprensa no jornal El Universal, seu primeiro trabalho; no períódico El Heraldo, no ano de 1949, em Barranquilha – nesta mesma época ele integra um grupo de escritores que tinha como objetivo incentivar a literatura; em 1954 ele inicia sua trajetória no El Espectador como repórter e crítico, circulando pelo continente europeu como correspondente deste veículo. Voltando para Barranquilha, contrai matrimônio com Mercedes Barcha, com quem tem dois filhos, o futuro diretor de cinema Rodrigo García e Gonzalo.

Logo depois ele exerce seu ofício na cidade de Caracas, na Venezuela, seguindo em 1961 para Nova York, novamente como correspondente internacional, administrando aí a agência de notícias Prensa Latina, mas suas posições a favor de Fidel Castro o levam a ser assediado pela CIA, provocando sua mudança para o México. Neste país ele inicia a carreira literária, escrevendo a princípio roteiros cinematográficos. Sua primeira obra ficcional é La Hojarasca, lançada em 1955; depois é publicada a ficção Ninguém Escreve ao Coronel, de 1961, seguida pelo seu livro mais célebre, Cem Anos de Solidão, publicado em 1967.

Sua criação Relato de um náufrago, embora anterior aos livros já citados, foi publicada inicialmente no jornal El Espectador, sendo editada na forma de livro bem depois, sem o conhecimento do próprio autor. Outras de suas publicações são Crônica de Uma Morte Anunciada e O Amor nos Tempos do Cólera, entre várias obras de ficção e de não ficção. Seu clássico literário, Cem Anos de Solidão, é respeitado pela crítica como um marco da literatura da América Latina, pioneiro em um estilo que seria conhecido como Realismo Fantástico. Em 1982 ele conquista o Prêmio Nobel pelo conjunto de sua obra.

O escritor viveu na Espanha até 1975, retornando para a Colômbia em 1981, mas em sua terra natal é acusado pelo Estado de ser colaboracionista da guerrilha. Neste momento ele decide voltar para o México. A partir de 1999 ele retoma o jornalismo, assumindo a direção da revista Cambio. Em 2002, Gabriel García Márquez lança Viver para Contar, autobiografia na qual ele envereda após descobrir que está com um câncer linfático, o qual vem tratando na Ilha de Cuba.

Por Ana Lucia Santana - Fontes: http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_678.html,
Via Infoescola

* Gabriel García Márquez morreu aos 87 anos, em 17 de abril de 2014. O escritor estava em casa e lutava contra um câncer linfático desde 1999.

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Pablo Neruda 
Um dos maiores poetas latino-americanos do século XX, Pablo Neruda  nasceu no dia 12 de julho de 1904, na cidade de Parral, no Chile, batizado como Neftalí Ricardo Reyes Basoalto. Ele era filho do operário ferroviário Jose Del Carmen Reyes Morales e da professora primária Rosa Basoalto Opazo, morta durante o parto. Seu pseudônimo - oficializado como nome verdadeiro após entrar com uma ação legal - foi inspirado por seus poetas preferidos, o tcheco Jan Neruda e o francês Paul Verlaine.
Sua família partiu para Temuco em 1906. Aí seu pai contrai novo matrimônio, desta vez com Trinidade Candia Marverde, a quem o poeta se dirige como Mamadre em trechos de seus livros Confesso que vivi e Memorial de Ilha Negra. Neruda ingressa no Liceu de Homens, nesta mesma cidade, quando tinha mais ou menos sete anos. Nesta instituição ele escreve seus primeiros poemas, publicando-os no veículo La Manãna. Seu primeiro reconhecimento literário é conquistado em 1919, quando ele alcança o terceiro lugar nos Jogos Florais de Maule, inscrito com o poema Noturno Ideal.

Em 1920 o poeta passa a colaborar com o periódico literário Selva Austral, já assinando seus poemas com o nome artístico por ele concebido. Ao ingressar no curso de pedagogia em francês do Instituto Pedagógico da Universidade do Chile, em 1921, ele se fixa em Santiago, e aí conquista seu primeiro prêmio, na Festa da Primavera, com o trabalho A Canção de Festa, impresso depois na revista Juventude. Em 1923 vem a público o livro Crepusculário, consagrado por artistas do porte de Alone, Raúl Silva Castro e Pedro Prado

Um ano depois ele publica seu famosoVinte poemas de amor e uma canção desesperada, apresentando ainda em sua poética sinais do movimento modernista. Futuramente ele adotará metas e transformações defendidas pela vanguarda literária em três volumes curtos, lançados em 1936 - O habitante e sua esperança; Anéis, no qual colabora com Tomás Lagos; e Tentativa do homem infinito.

Em 1927 ele é nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia, dando início à sua trajetória diplomática. Nesta profissão ele passa pelo Sri Lanca, por Java Singapura, Buenos Aires, Barcelona e Madrid, mantendo contato nestas travessias com artistas e integrantes famosos do universo cultural, entre eles o poeta Federico Garcia Lorca, em Buenos Aires, e Rafael Alberti, em Barcelona. Em 1930 ele contrai matrimônio com María Antonieta Hagenaar, obtendo o divórcio em 1936. Posteriormente ele passa a viver com Delia de Carril, casando-se depois em 1946, até novamente se divorciar, em 1955. O poeta se casa de novo em 1966, desta vez com Matilde Urrutia.

O poeta recebe, em 1935, a administração da revista Cavalo verde para a poesia, onde trabalha ao lado dos poetas que integram a geração de 27. Neste mesmo ano é lançada em Madri uma edição de sua obra Residência na Terra. Um ano depois tem início a Guerra Civil Espanhola e Neruda, inconformado com a morte de seu companheiro Garcia Lorca, adere ao Movimento Republicano. Inspirado por estes momentos difíceis, ele cria Espanha no Coração, na França, em 1937, voltando neste mesmo ano para sua terra natal. Suas obras são nesta época permeadas pelas mesmas inquietações político-sociais.

Ele é indicado, em 1939, para assumir o cargo de cônsul para a imigração espanhola em Paris, e logo depois vai para o México como Cônsul Geral. Aí ele dá vida a uma de suas principais obras, Canto Geral do Chile, um poema de teor épico, que descreve a bela natureza e a história social da América continental. É escolhido como senador da República, em 1943, mas logo depois passa a ser reprimido pelo Estado, por suas duras críticas ao governo, e é obrigado a buscar asilo político na Europa.

Ele obtém, em 1953, o prêmio Stalin da Paz, conquistando em 1965 o título honoris causa da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Em outubro de 1971, no auge da fama, ele ganha uma das premiações mais importantes do universo literário, o Prêmio Nobel de Literatura. Sob o comando do socialista Salvador Allende, o poeta é nomeado embaixador na França. Nesta época ele adoece e volta, em 1972, para o Chile. No dia 23 de setembro de 1973 ele morre, vítima de câncer na próstata, na Clínica Santa Maria de Santiago, no Chile.

Por Ana Lucia Santana  - Fontes: http://biografias.netsaber.com.br/ver_biografia_c_1472.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Neruda

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A agenda musical porto-alegrense de Juarez Fonseca

AGENDA MUSICAL DE PORTO ALEGRE

@ Roteiro do fim de setembro, com três atualizações.. Tá difícil manter a agenda atualizada, todo dia tem várias coisas novas e não consigo dar conta. Mas setembro e outubro é sempre assim. Na fotos, Mônica Tomasi e Nelson Coelho de Castro (by Joana Carolina), Gustavo Telles, Mafalda Minnozzi e Oswaldo Montenegro.

Por Juarez Fonseca

►QUARTA, 24 de SETEMBRO
■ SARAU NO BAR DO LUPI – Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana, às 18 e às 20 horas. Trata-se de uma versão compacta do espetáculo “Lupi, o musical – uma vida em estado de paixão”. Os artistas cantam, contam histórias, e interagem com o público, que pode perguntar, participar com as próprias memórias e cantar junto. No roteiro, “Felicidade”, “Nervos de Aço”, “Se acaso você chegasse”, “Maria Rosa”, “Nunca” e composições menos conhecidas. Direção musical, arranjos e violão de Mathias Pinto, com Juliano Barreto (criador do projeto), Gabriel Maciel, Pamela Amaro, Nani Medeiros, Cíntia Ferrer, Cesar Pereira, Raul Vogues, Lucas Krug e Nadya Mendes. Ingresso 10 reais.
■ CRISTIANO SONNTAG – Solar dos Câmara (Duque de Caxias, 968), às 18h30. O projeto Sarau no Solar apresenta o cantor de Palmeira das Missões que tem sido destaque em festivais no RGS e Paraná. Acompanhando-se ao violão, com Celso Metzdorf no acordeão, ele interpreta canções do repertório nativista, como “Pilchas” (Luiz Coronel/Airton Pimentel) e “Merceditas” (Ramón Sixto Rios). Entrada franca. Infos 3210-2934.
■ GUSTAVO TELLES & OS ESCOLHIDOS – Salão de Atos da Ufrgs (Paulo Gama, 110), às 20 horas. Show de abertura da quarta edição do projeto “Som no Salão”, com o espetáculo relativo ao segundo disco de Telles, “Eu perdi o medo de errar”, mostrando na íntegra as canções do álbum homônimo, e algumas músicas do primeiro, como “Do seu amor, primeiro é você quem precisa”, “Posso me perder”, “Passo a passo” e “Quero mais”. Com Alexandre “Papel” Loureiro (bateria), Luciano Leães (órgão), Murilo Moura (piano), Marcio Petracco (pedal steeel, guitarra), Daniel Mossmann (guitarra, violão), Luciano Albo (baixo, violão, vocal), Edu Meirelles (baixo), Mauricio Nader (guitarra, vocal), Julio Rizzo (trombone), Rodrigo Siervo (sax tenor), Rodrigo Fischmann, Felipe Kautz e Diogo Brochmann (vocais). Um quilo de alimento vale o ingresso. Infos 3308-3058.
■ CAYMMI EM QUATRO CANTOS – Theatro São Pedro (Praça da Matriz), às 21 horas. O espetáculo que comemora o centenário de nascimento do Dorival Caymmi reúne as vozes de Camila Pitanga, Emanuelle Araújo, Ceú e Blubell. A formação inédita representa a variedade de estilos da música brasileira. Camila reafirma sua diversidade artística. A cantora paulista Blubell traz referências da música pop e do jazz, num mix contemporâneo. Já Céu, confere frescor e personalidade às canções. E a voz marcante de Emanuelle impõe energia ao espetáculo. Com direção Danilo Caymmi, o show tem Bem Gil (guitarra), Domenico Lancelloti (bateria e direção musical), Bruno Di Lullo (baixo), Claudio Andrade (teclado) e Zero Telles (percussão). Ingressos 25 e 50 reais. Infos 3227-5100.
■ RPM – Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685), às 21 horas. Paulo Ricardo (vocal, baixo), Luiz Schiavon (teclados), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo P.A. Pagni (bateria) trazem o show “Elektra”, reunindo as novas músicas do disco homônimo, de 2012 (primeiro de estúdio em 23 anos), e hits que entraram para a história do rock brasileiro, como “Olhar 43”, “A Cruz e a Espada”, "Alvorada Voraz", “Rádio Pirata”, “Louras Geladas”, “London, London” e “Revoluções por Minuto”. Ingressos de 50 a 150 reais em www.ingressorapido.com.br (4003-1212), Telentrega Ingresso Show 8401-0555, bilheteria do Teatro do Bourbon Country e, no dia, bilheteria do auditório.
■ GRUPO SANTO REMÉDIO – Paraphernália Bar (João Alfredo, 425), a partir das 22 horas. Mais uma “Quarta In Samba”, desta vez com o grupo que toca músicas de Cartola, Candeia, Nelson Cavaquinho, Jovelina Pérola Negra, João Nogueira, Almir Guineto, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Martinho da Vila e outros. Ingresso 12 reais. Infos 3221-5225.

►QUINTA, 25 DE SETEMBRO
■ MÔNICA TOMASI & NELSON COELHO DE CASTRO – Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana, às 20 horas. A dupla apresenta o show “Pérola no Veludo - Especialmente Lupi”, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura. Acompanhados pelos bambas Matheus Kléber (acordeão) e Giovanni Berti (percussão), Mônica (voz, cavaquinho) e Nelson (voz, violão), mergulham na obra de Lupicínio cantando, entre tantas, “Esses Moços”, “Cadeira Vazia”, “Nervos de Aço”, “Nunca”, “Volta”, “Felicidade”, “Se Acaso Você Chegasse”, “Pergunte aos Meus Tamancos” e “Que Baixo”. Entrada franca.
■ MAFALDA MINNOZZI – Teatro CIEE (Dom Pedro II, 861), às 21 horas. A cantora traz a Porto Alegre o show relativo a seu novo álbum, “Spritz”. Mafalda é uma artista italiana que escolheu o Brasil para viver e daqui sair para o mundo com sua música. Para emocionar o público saudoso das canções italianas dos anos 50 e 60, mas também levar a canção de seu país para novas gerações, ela cria um forte elo entrre sua arte e a de músicos brasileiros, criando um estilo único e original. Em “Spritz” ela propõe um estilo “pop-chic-retrô”, inspirado nos anos dourados de “La DolceVita”. No roteiro, entre outras, “Io Che Amo Solo Te”,”Voglio Vivere Cosi”, “l Mondo”, “Breve Amoré”, “Come Prima” e “Il Cielo In Una Stanza”. Ingresso 80 reais à venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country (shopping Bourbon Country), em www.ingressorapido.com.br (4003-1212) e pela Telentrega Branco Produções 3231-4142. A bilheteria do Teatro CIEE estará aberta no dia a partir das 19 horas.
■ JORJÃO CANTA TIM MAIA – Paraphernália Bar (João Alfredo, 425), a partir das 22 horas. Com voz e suingue similares, Mestre Jorjão interpreta com arranjos próprios o repertório do Síndico. Entre outras, “Não quero dinheiro”, “Ela partiu”, “Me dê motivo”, “Descobridor dos sete mares”, “Gostava tanto de você” e “Primavera”. Ingressos 15 reais (com nome na lista) e 20 reais. Infos 3221-5225.

►SEXTA, 26 de SETEMBRO
■ NEW – Salão de Atos da Ufrgs (Paulo Gama, 110), às 12h30. O projeto Interlúdio apresenta show solo do pianista, acompanhado por James Liberato (guitarra, violão) e Amauri Iablonovsky (saxofone). e o guitarrista e violonista James Liberato. Poucas pessoas no mundo musical porto-alegrense sabem que New é, na certidão, Luís Henrique Brochado, formado pelo Departamento de Música do Instituto de Artes da Ufrgs em 1984, Como New, tornou-se um dos instrumentistas, arranjadores, compositores e produtores mais atuantes e requisitados do RGS. Recentemente ele voltou aos bancos do Instituto de Artes, para estudar Composição Musical no Instituto de Artes da UFRGS. No recital são apresentadas composições próprias e de autores como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, César Camargo Mariano e Manfredo Fest. Entrada franca. Infos 3308-3933.
■ RICARDO LUNKES – Casa do Gaúcho do Parque da Harmonia, a partir das 20 horas. Show de lançamento do álbum “Vento!”, com participações de Renato Borghetti e Carlitos Magallanes. As 13 faixas revelam a fusão entre MPB, Rock, Bossa Nova e Samba, e influências de compositores como Caetano Veloso, Chico Buarque, Sérgio Sampaio, Zé Ramalho e Vitor Ramil. Lunkes terá ao seu lado o percussionista Fernando do Ó, além de Carlos Ferreira e Anderson Dorneles nas guitarras, Bruno Vargas no baixo e Otávio Moura na bateria. Ingresso 30 reais.
■ DUO MÚSICA VIVA – Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana, às 20h30. Show de lançamento de “O Que Faz uma Canção Nascer”, o primeiro videoclipe do duo formado por Cristina Cavalheiro (violino, voz, percussão) e Jean Domingues (violão, piano, loop station), que toca clássicos do pop e do rock ao violino. No roteiro, músicas de Beatles, Michael Jackson, Queen, Rolling Stones,Tom Jobim e Caetano Veloso, de uma maneira totalmente inédita para um violão e um violino, com recursos eletrônicos e voz, que parece uma banda. Também estão previstas músicas autorais. Ingressos antecipados 20 reais (pelo fone 8433-7307) e 25 reais na hora.
■ JAMZ – Opinião (José do Patrocínio, 834), às 21 horas. Primeira vez em Porto Alegre da banda carioca que chegou à final do reality-show musical “SuperStar”. No repertório todas as versões que empolgaram o público como “Happy”, de Pharrell Williams; “Suit and Tie”, de Justin Timberlake; “The Way You Make Feel”, de Michael Jackson; e a dobradinha “Get Lucky” e “Lose Yourself to Dance”, ambas do Daft Punk. Além dos covers, a banda mostrará para algumas de suas musicais autorais, que aparecerão no primeiro álbum. Ingressos de 40 reais (primeiro lote) a 80 reais nas Lojas Multisom e em www.opiniaoingressos.com.br. Infos 3211-2838.
■ MARIA BONITA – InSano Pub (Lima e Silva, 601), a partir das 21 horas. Em ação desde 2000, a banda pioneira do forró no Sul apresenta-se sempre às sextas no bar. Agora, com o show de lançamento do primeiro DVD, “Forró na Veia”, que tem músicas de seu líder, Elojac, e de outros autores, como Adriana Calcanhotto, que fez especialmente para a Maria Bonita o arrasta-pé “Torpedo”. O DVD foi gravado ao vivo no palco do próprio InSano. Ao lado de Elojac (voz, violão), estão Luciano Padilha (acordeão), Dani Corisco (triângulo) e Henrique Meia Preta (zabumba). O show tem a participação especial do Mestre Divan Oliveira (RN) no tema de sua autoria, “Xote das Mulheres”, além de outras surpresas. Infos 3286-6940.
■ QUINTETO PARAPHERNALIA – Paraphernália Bar (João Alfredo, 425), a partir das 22 horas. A tradicional banda da casa toca um repertório clássico e dançante que faz releituras de João Bosco, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Jorge Ben, Dorival Caymmi e muitos outros. Com Luana Bonfim (voz), Diego Banega (baixo), Gabriel Gorski, (guitarra), Felipe Cemim (cavaquinho) e Estevão Zalazar (bateria). Ingresso 15 reais. Infos 3221-5225.

►SÁBADO, 27 de SETEMBRO
■ LOS 3 PLANTADOS – Fundação Ecarta (João Pessoa, 943), às 18 horas. Três importantes nomes da música gaúcha, Bebeto Alves, Jimi Joe e King Jim aproveitam o Dia Nacional da Doação de Órgão para agradecer aos seus doadores e mostrar músicas feitas especialmente para este projeto, além de sucessos das carreiras de cada um. Bebeto e King receberam fígados e Jimi recebeu um rim, e graças a isso, não apenas estão vivos como produtivos como sempre foram. Além de cantarem, farão relatos sobre seus casos para incentivar a doação de órgãos. Entrada franca.
■ ORQUESTRA UNISINOS ANCHIETA – Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Independência, 75), às 20 horas. O flautista Artur Elias Carneiro será o solista da orquestra regida pelo maestro Evandro Matté na “Fantasia para Flauta”, de Gustave Fauré, e na “Fantasia sobre La Traviata”, de Verdi/Genin. Entrada franca. Infos 3590-8228,
■ OSWALDO MONTENEGRO – Teatro da Amrigs (Ipiranga, 5311), às 21 horas. O menestrel traz o show “3x4”, com o bandolim de Sérgio Chiavazzoli, a flauta de Madalena Salles e o violão-blues de Alexandre Meu Rei. No roteiro, dividido por temas, clássicos da música brasileira e sucessos da carreira de Oswaldo, que ao fim atende aos pedidos do público. Ingresso 120 reais nas lojas Multisom. Na hora, 150 reais. Infos 3779-6944.
■ ORESTES DORNELLES – Meme Santo de Casa (Lopo Gonçalves, 176), às 20h30.
No show “Sambar”, o cantor, compositor e violonista apresenta suas canções autorais e presta homenagem a três grandes compositores brasileiros, em comemoração aos 100 anos de Lupicínio Rodrigues e Dorival Caymmi, e aos 70 anos de Chico Buarque. Com Darllan Luz e Roberto Bisotto na percussão, Tomás Piccinini na flauta e piano, e a participação especial de Maíra Baumgarten nos vocais. Ingresso 30 reais. Infos 3019-2595.
■ MARCELO JENECI – Opinião (José do Patrocínio, 834), às 21 horas. Depois do sucesso de seu primeiro disco “Feito pra acabar” (2010), com mais de 20 mil cópias vendidas, Marcelo Jeneci lançou em 2013 o segundo, o ótimo “De Graça”, com patrocínio da Natura Musical. O novo show chega à cidade trazendo Jeneci já na condição de grande nome da nova geração da MPB. É ele cantando e tocando teclado, guitarra, violão e acordeão, mais Laura Lavieri (voz), Regis Damasceno (baixo, violões), Ricardo Prado (guitarra, teclado), Richard Ribeiro (bateria) e Estevan Sinkovitz (guitarra, teclado). No repertório, todas as músicas do CD, entre elas “Um de Nós”, “De Graça”, “O Melhor da Vida" e "Nada a Ver", além de “Pra Sonhar” e “Felicidade”, sucessos do primeiro disco. Ingressos de 30 (primeiro lote) a 60 reais nas Lojas Multisom e em www.opiniaoingressos.com.br. Infos 3211-2838.
■ QUEENS OF THE STONE AGE – Pepsi on Stage (Severo Dullius, 1995), às 21 horas. Os ingressos para o show da banda americana, uma das mais populares dos anos 1990/2000, estão esgotados desde junho. Infos 3211-2838.
■ MARIPOSAS – Paraphernália Bar (João Alfredo, 425), a partir das 22 horas. É atraído pelo som do agogô, apito, cuíca, triângulo, chocalho, conga, surdo, pandeiro, tamborim, acordes do violão e os marcantes vocais femininos da banda Mariposas que o animado e fiel público faz tremer o chão de bares e casas noturnas por onde passa. Repertório regado a samba, baião, frevo e MPB, com Roberta Moura (voz), Venise Borges (voz), Tiago Souza (violão), Renatinho (percussão) e Diogo Bamboocha (percussão). Ingresso 15 reais. Infos 3221-5225.

►DOMINGO, 28 de SETEMBRO
■ ALASDAIR ROBERTS – Santander Cultural (Siqueira Campos, 1125), às 18 horas. Com nove trabalhos lançados em carreira solo e outros cinco sob a alcunha de Appendix Out, o cantor e guitarrista escocês formou-se na efervescente cena musical de Glasgow, que revelou Teenage Fanclub, Belle & Sebastian e Mogwai. Seu trabalho tem canções autorais e música tradicional de seu país. Alasdair tem participado de festivais no Reino Unido, Canadá e outros países. Ingresso 10 reais. Infos 3287-5500.
■ BEATLES COM A ULBRA – Salão de Atos da Ufrgs (Paulo Gama, 110), às 19 horas. Regida pelo maestro Tiago Flores, a Orquestra de Câmara da Ulbra volta a apresentar o premiado espetáculo dedicado aos maiores sucessos dos Beatles. A montagem reúne os cantores Cintia de los Santos, Paulo Mestre, Adriana Deffenti, Pedro Verissimo, Hique Gomez e Daniel Germano, ao lado de uma orquestra completa, composta por 30 músicos, incluindo cordas, sopros, percussão, cravo, acordeão e guitarra, além do reforço do Vocal Takt, formado por 12 cantores profissionais. As canções têm arranjos exclusivos de Fernando Matos, Fernando Cordella, Rodrigo Bustamante, Daniel Wolff, Iuri Correa, Arthur Barbosa, Hique Gomez e Pedrinho Figueiredo. Este é o 13º ano do projeto Concertos Populares com Orquestra, financiado pelo Pró-Cultura RS, com patrocínio da Dana. Ingresso 30 reais à venda na bilheteria do Salão de Atos a partir do dia 22. Infos 3477-9266.

►TERÇA, 30 de SETEMBRO
■ PAULINHO PARADA e MAS BAH! – Teatro Renascença (Erico Verissimo, 307), às 20 horas. Edição especial do projeto Sons da Cidade em homenagem ao centenário de Lupicínio. O cantor e o grupo irão recriar músicas de Lupi incorporando elementos do chorinho e da música regional gaúcha. No palco com Parada estarão Elias Barboza (bandolim), Ju Rosenthal (cavaco), Bernardo Moletta (violão de sete cordas) e Maicon Ouriques (pandeiro), Thaís Nascimento (violão) e Bárbara Utzig (flauta). Também com dois álbuns no currículo, o grupo Mas Bah! surgiu em 2011 e mescla a música gauchesca a estilos como jazz, rock e reggae. Tem Jacson Jaques (violão, voz), Fernanda Lopes (voz), Rafa Martins (percussão), André Munari (acordeão, voz) e Gustavo Brodinho (baixo, voz). Realização da Secretaria Municipal da Cultura. Ingresso = 1kg de alimento. Infos 3289-8066.
■ RAMIRO MACEDO – Paraphernália Bar (João Alfredo, 425), a partir das 22 horas. O cantor e compositor volta de uma temporada de um ano e meio tocando na Austrália. Apenas com seu violão, mescla músicas próprias compostas na viagem com algumas de suas canções antigas, além de covers de bandas que o influenciam. Folk, soul, rock, blues e música brasileira. Ingresso 12 reais. Infos 3221-5225.













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Tempos de Luzes

Parabéns ao colega Emerson Kalmo Rodrigues pela aprovação no Curso de Especialização em Ensino de Sociologia no Ensino Médio pela Universidade Aberta do Brasil, outro contemplado pela política de expansão do ensino superior iniciada no Governo Lula - com Tarso na passagem pelo MEC - e ampliada e aprofundada no Governo Dilma. Graças a essa mesma política, minha irmã, após décadas afastada dos estudos, realiza atualmente curso de Licenciatura em Letras, pelo ProUni; outras duas sobrinhas também realizam cursos técnico e superior em áreas da Saúde, contempladas em seleções do Sisutec e do Enem, respectivamente. Lembro perfeitamente nos meus tempos de universidade pública, nos anos 90 - Era Collor/FHC - esta era para poucos. Nada dessas facilidades existiam. Pelo contrário, os tempos das políticas federais para a educação eram marcados por sucateamento e privatizações, respondidas por constantes greves, e esses presidentes eram chamados pelo movimento estudantil de Exterminadores do Futuro I e II. Curiosamente, vários políticos que eram alinhados àqueles governos sombrios, hoje falam em Nova Política. Relacionar é revelador; comparar é prudente!

A ideologia da exclusão nos candidatos a futuros médicos

Junto com a "preparação" dos filhos da elite, certos cursinhos também reproduzem - às vezes, nem tão sutilmente - uma concepção anti-povo, que nunca admitiu a ideia de futuros profissionais priorizarem as necessidades de quem mais precisa. Convivi com o reflexo disso em minha trajetória de extensionista. Talvez por isso os programas Médicos da Família e Mais Médico incomodem tanto esse mercado da saúde e seus promotores. É uma pena que precise vir uma imprensa estrangeira para nos apontar algo que salta aos olhos, o que também é sintomático. "Profissionais que optaram pela especialidade relatam sofrer preconceito entre professores e colegas, apesar da importância da categoria no atendimento aos problemas de saúde mais básicos que afetam os brasileiros".


Médica de família 'dirige Chevette e namora Creisom' em apostila para concurso

Veja a reportagem completa na BBC Brasil, de onde foram reproduzidos texto e fotos

Atendimento em Posto de Saúde da Família em Novo Gama (GO) | Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
Médicos de família e comunidade estão no centro de programas de governo e propostas para a saúde

Camilla Costa, da BBC Brasil em São Paulo, 22 setembro 2014


"Ao ouvir as histórias dos amigos, você ficava triste: os dermatologistas, todos bem de vida (...); o pessoal da cirurgia plástica chegando de carro importado e você caladinha, envergonhada de estar em um fim de mundo, dirigindo seu Chevette hatch, ano 87, com três calotas, e namorando Creisom, motorista da ambulância do seu município...".

Esta é a descrição de um hipotético encontro de colegas de Medicina que aparece em uma apostila do Medcurso, o principal curso preparatório para concursos médicos no Brasil. A situação descrita acima introduz uma série de perguntas sobre a atenção básica de saúde. A "motorista do Chevette", que aparece envergonhada, é uma médica que optou por atuar em um Posto de Saúde da Família (PSF) em uma cidade do interior. O material do curso preparatório chega a dizer ainda que líderes de esquerda como Hugo Chávez e Evo Morales seriam os "heróis" dos médicos que trabalham com atenção básica.

A apostila ilustra a imagem que médicos de família e comunidade - que atuam majoritariamente no SUS e em postos de saúde - têm entres os profissionais de Medicina no Brasil. Apesar de estarem no centro de programas de governo - como o Mais Médicos - e das propostas de candidatos à Presidência para a saúde, os médicos de família são ainda uma especialidade pouco conhecida da população e pouco procurada dentro das escolas de Medicina: dos cerca de 390 mil médicos no país, apenas cerca de 4 mil são médicos de família, cerca de 1% do total.

Profissionais que optaram pela especialidade relatam sofrer preconceito entre professores e colegas, apesar da importância da categoria no atendimento aos problemas de saúde mais básicos que afetam os brasileiros. "Sou formado há 12 anos e aconteceu em vários momentos em encontros de turma de me perguntarem quando farei uma especialidade de verdade", disse Rodrigo Lima, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, à BBC Brasil.

"Eu já tive muitos alunos que chegaram a relatar: 'Eu tenho vontade de ser médico de família, mas não sei como minha família encararia isso, não sei se vou conseguir convencê-los'. Para um aluno de 20 anos é difícil resistir à pressão de ter que ter o carro do ano, ser muito bem sucedido financeiramente. É o ideal que a sociedade tem do que é ser médico."

Desvalorização

O Programa de Saúde da Família - criado durante o governo Fernando Henrique Cardoso – tem o objetivo de oferecer atendimento primário de saúde, que procure prevenir e resolver a maior parte dos problemas em determinado território sem a necessidade de encaminhamento para hospitais especializados. A estratégia foi ampliada durante os governos do PT.

Nos postos de saúde e unidades básicas, uma equipe de médicos, enfermeiros e agentes comunitários deve acompanhar até quatro mil pessoas – desde crianças até idosos. O bom funcionamento do modelo, que também é adotado por países como Inglaterra, Canadá e Austrália, ajudaria a evitar a superlotação de emergências e hospitais, um dos principais gargalos do atendimento médico no país.

Na prática, no entanto, os profissionais relatam unidades com demanda mais alta do que o previsto, condições precárias de trabalho, falta de materiais básicos para o atendimento e dificuldade de completar as equipes médicas.

"Os Postos de Saúde e Unidades Básicas de Saúde hoje não dão conta da demanda por uma série de razões. Então o que temos hoje é uma rede enorme de serviços que não conseguem resolver os problemas e cria nas pessoas a ideia de que 'o postinho não resolve, o melhor é o hospital'", diz Rodrigo Lima.

Além do Mais Médicos, que contratou profissionais brasileiros e estrangeiros para complementar equipes de saúde da família em todo o país, a formação de profissionais dispostos a atuar na atenção básica também foi alvo de diversas estratégias durante os governos Lula e Dilma. Entre elas, a mudança no currículo de Medicina – que passou a exigir que os alunos frequentem postos de saúde desde o início do curso, e o estímulo à abertura de mais programas de residência da especialidade no país.

Muitos desses programas, no entanto, não conseguem preencher boa parte das vagas, segundo a SBMFC. Para os médicos, é um sinal de que os estudantes precisam de mais estímulo para seguirem a carreira. O salário é considerado um dos fatores que desestimula os médicos - eles ganham em média R$ 8 mil, contando com bonificações oferecidas pelas prefeituras para complementar os salários.

"Nos últimos anos, o governo teve iniciativas que foram interessantes, mas não suficientes. Se você não botar dinheiro no bolso do cara para que ele pague as contas, ele não vai ficar", disse Paulo Klingelhoefer de Sá, médico de família e coordenador do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP), à BBC Brasil.

"Os alunos falam isso na minha cara. Eu os coloco na atenção primária desde o começo do curso. Eles acham muito legal, ficam com pena da população, mas escolhem outro caminho. Escolhem fazer oftamologia, radiologia, dermatologia. Dizem que medicina da família é coisa para pobre."

Os três candidatos melhor colocados nas pesquisas sobre a disputa pela Presidência, Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves, mencionam a "ampliação" da Estratégia de Saúde da Família em seus programas de governo e a "valorização" dos profissionais de saúde que atuam no serviço público. Dois deles, Marina e Aécio, falam especificamente da criação de uma carreira para médicos no SUS.

(....) Veja a reportagem completa na BBC Brasil, de onde foram reproduzidos texto e fotos

sábado, 20 de setembro de 2014

Se esta rua, se esta rua fosse nossa…

Reproduzido, com fotos e texto, do Outras Palavras

Publicado em 20 de setembro de 2014 por Redação



 Na véspera do Dia Mundial Sem Carros, coletivos que agem pelo Direito à Cidade em SP tentam ocupar Avenida Paulista e abrir suas pistas para seres humanos

Por Carolina Gutierrez

“Será Avenida Paulista, em homenagem aos paulistas”, declamou Joaquim Eugênio de Lima, engenheiro uruguaio, responsável pela construção da via, que hoje, diferente do projeto inicial, é um dos principais centros financeiros da capital.

A avenida, inaugurada em 8 de dezembro de 1891, tinha entre seus objetivos o aumento da área residencial e a descentralização do crescimento urbano. A ideia inicial era abrigar paulistas que desejavam ter seu espaço na cidade. O público para essa nova área era formado principalmente por barões do café cafeeiros, os quais construíram seus palacetes na primeira via asfaltada da Pauliceia.


Hoje, Joaquim Eugênio de Lima virou travessa; os casarões, bancos; o asfalto, pista de corrida; o calçadão, outrora símbolo da cidade, passagem; o MASP… tentaram fechar o vão do MASP!

Porém, engana-se quem acredita que a Paulista não é mais aquela. Constantemente o povo de São Paulo recobra o espaço que lhe é de direito e volta à velha avenida, que anualmente é palco de uma das maiores paradas gay do planeta. Para muitos, ela é o ponto de encontro (e apoteose) de manifestações, bicicletadas, feira de antiguidades, festa de ano novo, patins, skate, vagas vivas… a Paulista de hoje têm até horta e shows do Elvis Presley. E os paulistanos querem mais.



Ocupação da Paulista

E se? E se a Paulista fosse nossa? Com esse mote, o coletivo SampaPé propõe a ampliação dessas atividades, em um momento simbólico de debate e transformação que passa a avenida com o projeto de ciclovia, proposto pela prefeitura de São Paulo. No próximo domingo, dia 21/09 (véspera do Dia Mundial sem Carros), diversos coletivos de direito à cidade vão ocupar a Paulista com atividades, oficinas, shows, rodas de conversa, piqueniques etc. A proposta é fechar as vias para os carros e abri-las para as pessoas.

Realizado pela primeira vez no dia 22 de setembro de 2013, este ano o movimento já ensaiou duas ocupações: em 7 e 14 de setembro. Para Letícia Sabino, idealizadora do SampaPé e uma das organizadoras do movimento, a ideia é inerente (porém adormecida) a todos paulistanos: “aposto que qualquer pessoa sonha com isso. Basta ver a recepção das pessoas às ocupações que já realizamos e às atividades que já acontecem na avenida. Percebemos uma quebra na correria e no entendimento das ruas somente como lugar de passagem. Existe um choque… Quem são esses? E quando contamos os planos, elas se encantam, apoiam e contam experiências que tiveram quando eram crianças e fechava-se algumas quadras para possibilitar a brincadeira de rua”.

Para Renata Minerbo Strengerowski, idealizadora do coletivo Acupuntura Urbana, “as pessoas em algum momento esqueceram que a cidade é delas, que podem fazer muitas coisas, curtir os espaços e equipamentos públicos, e que isso pode ser legal. Aliás, precisa ser legal, porque se forem convidadas a participar de algo chato e cansativo, dificilmente conseguiremos atingir os objetivos”.

Tanto para Letícia quanto para Renata, o fato de a ocupação acontecer em um dos pontos mais importante e conhecido da cidade trás força para o movimento. “O que mais inspira as pessoas é o exemplo, não o discurso. Temos que agir e mostrar na prática como pode ser divertido e como é importante pensarmos na cidade”, explica Renata.


Arte na Paulista

A fala de Renata ganha concretude a cada domingo. O movimento cresce e ganha adeptos semanalmente. Pessoas, moradores e coletivos como o Mobilize Brasil, Acupuntura Urbana, Aromeiazero, Atados, Bela Rua, Bike Anjo, Boa Praça, Café na Rua, Cidade Ativa, Cidade Democrática, Corrida Amiga, Conexão Cultural, Rodas de leitura, Imargem, Instituto Saúde e Sustentabilidade, Instituto Mobilidade Verde, Movimento 90 Graus, Virada Sustentável, Walking Gallery, dentre outros, já engrossam o coro.

A simpatia e apoio ao movimento pode ser feito também nas vias digitais. Qualquer um pode querer e exigir que a Paulista seja nossa. Letícia, com o apoio da plataforma de mobilização aberta e autônoma Minha Sampa, desenvolveu uma campanha onde qualquer pessoa pode pressionar, via a ferramenta Panela de Pressão, o prefeito Fernando Haddad e o secretário municipal de transportes Jilmar Tatto. A ideia é fazer com o poder executivo municipal atenda ao pedido de fechamento da Paulista aos domingos, das 7 às 16h. É só clicar aqui.

E se as ruas são para dançar, como propõe (e faz!) o festival Baixo Centro desde 2012, fica a possibilidade: e se… as ruas fossem (todas) nossas? Elas são!

Programação:

– Tendas para relaxar e cadeiras de praia- Conexão Cultural, Café na Rua e Acupuntura Urbana

– Rodas de Leitura – Rodas de Leitura

– DJ – Chico Tchello

– Cordas e Bambolês para brincar

– SampaPé! e Minha Sampa

– Bolhas de Sabão Gigante- SampaPé

– Amarelinha na Calçada – Minha Sampa

E se a Paulista fosse nossa?

Data: 21/9 (domingo)

Horário: das 10h às 18h

Ponto de encontro: Na frente do casarão Franco de Melo, na Av. Paulista, 1919.

Confirme sua presença e espalhe para os amigos: http://bit.ly/seapaulistafossenossa

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Obesidade e saúde preventiva

Momento Caminhos e Respostas abordando  a prática da atividade física como saúde preventiva e as Academias de Ginásticas ao Ar Livre. Ouça aqui.


Tereza Campello: 98% dos brasileiros já comem três refeições por dia

Foto: Rose Brasil/MDS, via Viomundo

por Conceição Lemes

Rose Brasil - MDS
Nessa terça-feira 16, ao divulgar em Roma, o seu relatório global, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) trouxe uma ótima notícia para o Brasil. Saímos do Mapa Mundial da Fome. Um fato histórico.

De 2002 a 2013, 15,6 milhões de brasileiros deixaram a condição de subalimentados, uma redução de 82%.

Não é à toa que o Brasil é destaque no relatório da FAO de 2014 (na íntegra, em inglês abaixo). O relatório mostra que o Brasil continua sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do País nessa área.

“É o reconhecimento de uma decisão política muito firme de combate à fome, problema que durou séculos no Brasil”, diz ao Viomundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. “A fome deixou de ser um problema estrutural no país.”

“É o resultado de um conjunto de políticas públicas que cuidaram do aumento da renda das famílias mais pobres, como a valorização do salário mínimo e o Bolsa Família”, avalia a ministra. “Também é resultado do aumento da disponibilidade de alimentos no país, com investimentos crescentes na agricultura familiar.”

A própria FAO reconhece isso. Em seu relatório, ela salienta os fatores que contribuíram para o sucesso:

Aumento da oferta de alimentos. Em 10 anos, a disponibilidade de calorias para a população cresceu 10%.

Aumento da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5% do salário mínimo e geração de 21 milhões de empregos.

Programa Bolsa Família, que atende 14 milhões de famílias.

Merenda escolar, que alimenta 43 milhões de estudantes de escolas públicas todos os dias. É mais do que toda a população da Argentina.

Governança, transparência e participação da sociedade, com a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“Atualmente, a fome é um fenômeno isolado, existe ainda em pequenos grupos específicos. Chegamos a um percentual de 1,7% de subalimentados no Brasil. Isso significa que 98,3% da população brasileira tem acesso a alimentos e tem segurança alimentar”, ressalta a ministra.

Segurança alimentar é a garantia de a pessoa ter acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Em bom português: a garantia que todo cidadão se alimente três vezes por dia, ao menos.

“Não ficaremos plenamente satisfeitos enquanto um único brasileiro passar fome, por mais que o percentual de subalimentados tenha caído”, frisa a ministra.

Ela completa: “Nos últimos três anos, 1,35 milhão de famílias extremamente pobres, invisíveis à ação do Estado, foi localizada pelas equipes do Busca Ativa, incluídas no Cadastro Único e já se beneficiam do Bolsa Família. É um esforço que deve continuar, com o apoio dos governos estaduais e das prefeituras”.

Provações do Tião - Sobre racismos e outras loucuras humanas

Sebastião Pinheiro*

Continuo en “alas buscando la quinta pata al gato” con el término Agroecología y si alguien me preguntara cual es la única temática que provoca preocupación mundial en la actualidad, antes de leer “La Gran Transformación” (Karl Polanyi), “Causas Naturales” (James O’Connor) y “Ecofacismo” (Jorge Orduna) contestaría sin parpadear: “La amenaza del Cambio Climático”, pero después de las lecturas la respuesta es: “la violencia” (sin adjetivos).

Hay algo que muchas personas no perciben, la violencia es la más prójima compañera en la miseria, tan íntima que nadie consigue darse cuenta en su inmersión a no ser cuando la abandona y la ve a la distancia lo que no es muy normal o común. Pero hay aún la posibilidad de verla a través de la memoria en el tiempo, pero poco hay que hacer.

Al leer los libros citados me vino a mente que la violencia es muy fácilmente inducida y manipulada a la distancia por medios y entidades otras, inclusive pacifistas con un desarrollo controlado conforme la necesidad.

En la educación fue imposto el “laissez faire” y hoy los estudiantes destruyen la Escuela y físicamente, también los profesores. Lo más común es el asalto a las escuelas para robar… Lo mismo que la Policía Militar que en Rio de Janeiro disputa espacio con las Milicias organizadas por políticos corruptos, y ambas dividen las áreas para acciones de extorsión, colusión y protección a ciudadanos o marginales.  

Hicimos una Ley para el desarmamiento de la población, como si fuéramos Suecia o Japón. Sin embargo ni Estado, ni gobierno hicieron su parte, y hoy los asaltantes en la mayor parte de las acciones drogados (crack, marihuana o cocaína) fusilan sus víctimas y la recomendación policial es no reaccione y los jueces propalan no hay leyes para detenerlos... Y nadie ve la degradación organizada y paulatinamente implementada.

Lo desmoralizador y triste fue ver las connivencias corruptas del partido (que se decía ideológico) practicar actos explícitos que sus antagónicos hacían encubiertos.   

La violencia una vez entrañada en la comunidad puede diversificarse en los campos más absurdos desde oficinas policiales, cuarteles y buques guerra hasta escuelas, hospitales y peor en campos de deporte, como recientemente (foto). 

Cuando fue asesinado, en los EEUU, el líder de los derechos humanos Reverendo Martín Luther King en 1968, (foto) el renombrado poeta “soviético” Evtuchenko internacionalmente conocido hizo un homenaje:
Su piel tan negra dicen,
Su piel tan negra de color,
Era por dentro nieve,
Azucena,
Leche fresca,
Algodón,
Qué candor,
Ho había una mancha
En su blanquísimo interior
En fin valiente hallazgo:
“El negro que tenía alma blanca”

En tiempo de Guerra Fría no se podía decir del infeliz racismo o el sarcasmo político.  Pero para evitar malas interpretaciones el poeta de la revolución cubana Nicolás Guillén dio la respuesta en el acto:

¿Que Color?
Qué alma tan blanca dicen,
La de aquel noble pastor,
Su piel tan negra dicen,
Su piel tan negra de color,

………………………….

Pero podría decires de otro modo:
Qué alma tan poderosa negra
La del dulcísimo pastor,
Qué alta pasión negra
Ardía en su ancho corazón.
Que pensamientos puros negros
Su grávido cerebro alimentó,
Que negro amor,
Tan repartido,
Sin color,
Porqué no,
¿Porqué no iba tener el alma negra
Aquel heroico pastor?
Negra como el carbón.          

(Obra Poética II  pp 284-5)

Con poesía, un cuate me envió el link

En la última conmemoración del Día Mundial de la alimentación en Des Moines, Iowa en el Borlaug Institute  fue priorizaba la “Agroecology” como prioritaria para el Agribusiness, posiblemente por permitir el cambio de matriz química hacia matriz biotecnológica en el interés de las grandes corporaciones sin intromisión de poblaciones periféricas del Sur. Teniendo en cuenta que la palabra Seguridad Alimentaria no tiene nada a ver con el Hemisferio Sur, pues fue creada dentro de la Fundación Rockefeller para sus negocios resolví copiar el texto del discurso del mayor-General USMC Smedley Butler publicado en la Revista Socialista “Common Sense”

“No hay ningún truco en la bolsa de los chantajes y extorsiones para el que los gángsters militares no tengan ojos. Hay el “hombre indicador”, para señalar a los enemigos; el “hombre músculos”, para destruir a los enemigos; los “hombres cerebros”, para planear las guerras, y un gran Capo: un capitalismo ultranacionalista.
Puede que suene extraño que yo, un militar, adopte semejante comparación.  Mi apego a la verdad me obliga. Yo estuve treinta y tres años y cuatro meses en servicio militar activo como miembro de la fuerza militar más ágil de este país: el Cuerpo de Marines.  Serví en todos los rango, de subteniente a general.  Y durante todo ese tiempo fui un “hombre músculo” de gran clase para los grandes negocios; para Wall Street y los banqueros.  En breve: fui un extorsionador, un gángster del capitalismo norteamericano.  Yo sospeché en su momento que formaba parte de una gran extorsión. Ahora estoy seguro.
Ayudé a convertir Honduras en un lugar “correcto” para las compañías fruteras norteamericanas en 1903.  Ayudé a convertir a México, especialmente Tampico, en un lugar seguro para los intereses petroleros norteamericanos en 1914.  Ayudé a hacer de Haití y Cuba lugares decentes para que los chicos del National City Bank recaudaran sus ganancias.  Ayudé en la violación de medida docena de repúblicas centroamericanas para beneficio de Wall Street.  La lista de extorsiones es larga.  Ayudé a purificar Nicaragua para la casa financiera internacional de Brown Brothers entre 1909 y 1912. Llevé la electricidad a la República Dominicana para los intereses azucareros norteamericanos en 1916.  En China, ayudé a controlar que la Standard Oil no fuera molestada.  […]   Mirando ahora hacia atrás, siento que incluso podría haberle dado a Al Capone algunos consejos.  Después de todo, sus operaciones  de chantaje y extorsión abarcaban tres distritos.  Yo operaba en tres continentes.”

Lo más degradante es que los que tendrían obligación de impedir, evitar las violencias son los que abren el camino para que ella se perpetre por “Fe, Fama y Fortuna”, pero no amor propio o autoestima.

Ignoramos que el “Hambre” y “Represión” nada más fueron que imposición para el alineamiento ideológico total que hoy transformose en “Seguridad” o “Soberanía Alimentaria” y “Derecho Humano” a través del mercado como política pública mundial, donde la Agroecología, que nada más es que el espejo del Agribusiness (Agronegocios) para productos de calidad para la Eugenesia Mercantil para las elites pudientes. Eso que Iván Illich escribió en 1968: “La escuela, esa vieja y gorda vaca sagrada: en América Latina abre un abismo de clases y prepara una élite y con ella el fascismo” (CIDOC, l968); “En América Latina, ¿para qué sirve la escuela? (CIDOC,l973)”.…

Vamos sufrir dos veces igualito con la “Revolución Verde”, y entonces quedan el remordimiento y la senilidad para los que tendrán memoria.

*Engenheiro agrônomo e florestal, ambientalista e escritor.