A notícia de que a Câmara absolve Jaqueline Roriz em processo de cassação bate como um tapa na cara dos cidadãos brasileiro. O argumento de sua defesa, de que "ela não poderia ser cassada por um fato cometido antes de seu mandato" é injustificável moralmente e inaceitável socialmente. As provas que comprovam o ato ilícito desabonam essa parlamentar para representar os seus eleitores, na medida em que estes não tinham conhecimento desse seu histórico desviante por ocasião do processo eleitoral no qual a parlamentar se elegeu. Revejamos o fato.
Diante dessa notícia da decisão da Câmara, seria adequado e oportuno que a imprensa cumprisse um papel valioso a democracia divulgando amplamente os nomes dos deputados que votaram favoravel a absolvição da referida parlamentar. Qual Mídia fará isso?
"O HAMAS, que é um grupo palestino muçulmano sunita, tem como intenção, através de ataques, serem ouvidos sobre a situação caótica de seu povo árabe, pois através do diálogo não houve uma resposta satisfatória."
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Abecedário Cosmonicante – Fome / Fatalidade das Injustiças / Falta de amor
Ocorreu que, há milênios, em um certo Paraíso – que não era o de Adão e Eva – havia trabalho em comunidade e valores nobres. Tudo que era produzido ali se destinava à subsistência do coletivo; ninguém nada guardava, mas todos tinham o que precisavam. Não haviam serpentes provocadoras, pois estas com viviam em harmonia com os humanos. Senhores também era coisa estranha, pois a autonomia era decorrente de uma consciência do vínculo de cada um à totalidade, não à autoridade. Abusos, desperdícios também inexistiam ali e nada de sovinice ou egoísmo. Cooperar, partilhar e sorrir com a felicidade alheia orientavam a vida naquele pedaço de mundo. Mas um dia, alguém teve a idéia de cercar um pedaço de terra e dizer que aquilo só a si pertencia. No segmento, passou a acumular sua produção e não repartir. Era a propriedade particular. Não demorou para que o vizinho visse aquilo e achasse uma boa idéia; e, logo, outros copiaram. Instaurava-se, então, a ganância de possuir o que não se precisava e o verbo consumo surgiu nesse caldo de cultura. O povoado cresceu desigualmente, e dessa forma, se fragmentou em outros, que geraram novas populações, contaminadas por esse vírus. Como a terra, o ar, a água e a vegetação tinha limites, a escassez surgiu como problema. As pessoas tinham pressa de ter e guardar e esqueciam cada vez mais do passado e do que o outro significou um dia. E no meio da corrida de todos para a morte, se anteciparam os males da guerra, da dor e da fome. A guerra assombra a todos diariamente e se transformou também na labuta diária pela sobrevivência da maior parte da humanidade; a dor se tornou sistêmica pelo modo de vida egoísta que as coletividades humanas são vitimas e vitimadas por seus governantes, e a fome passou a ser o retrato mais fiel da falência da forma como as civilizações modernas se organizam para viver. Todavia, ao lado da fome de pão a gerou-se também na humanidade outras fomes. Mais do que sensações, são forças que tem contribuído para semear um possível reencontro dos seres humanos com a essência de sua existência – a natureza, a simplicidade e o calor do próximo. Silenciosamente, assim, vai cercando o mundo também as fomes de vida, de sorrisos e de abraços. Convertidas em ações, tem se tornado poderes gigantescos para saciar os corpos, as almas e as mentes de todos – um remédio a cada dia mais urgente para as sociedades doentes; uma herança generosa para as gerações vindouras, enfim, o paraíso terrestre à imagem e à semelhança da liberdade – sem perfeição, culpa ou julgadores.
"Neste nosso ensaio de natureza ecológica tentaremos, pois, analisar os hábitos alimentares dos diferentes grupos humanos, ligados a determinadas áreas geográficas, procurando, de um lado, descobrir as causas naturais e as causas sociais que condicionaram o seu tipo de alimentação, com suas falhas e defeitos característicos, e, de outro lado, procurando verificar até onde esses defeitos influenciam a estrutura econômico-social dos diferentes grupos estudados. Assim fazendo, acreditamos poder trazer alguma luz explicativa a inúmeros fenômenos de natureza social até hoje mal compreendidos por não terem sido levados na devida conta os seus fundamentos biológicos".
CASTRO, Josué de. Geografia da Fome. São Paulo: Civilização Brasileira, 2001. (1ª edição de 1946).
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Fumar é opção individual, mas de interesse coletivo
Sobre a questão do combate ao fumo (uma expressão que me soa ruim), antecipo que é pouco simpático a mim a idéia do controle sobre a vida alheia. A questão é que, em se tratando de seres vivos em sociedade, poucas e raras coisas eliminam os interesses de outras coletividades. E o cigarro, decididamente, não é uma delas. Sem me ater a pesquisas, que existem há toneladas para comprovar os danos individuais e sociais do fumo, entendo que essa opção, na maioria das vezes prazerosa para quem o pratica, não deveria ser discutida sob o viés moral. A questão é essencialmente de saúde pública. É especificamente nesse caso que esse tema foge da esfera individual. Talvez em locais mais modernos já exista espaços apropriados para fumantes fechados do contato à atmosfera externa – aí, sim, sem prejudicar quem está dentro ou fora daquele ambiente. Mas há um outro ponto mais profundo nisso, que é a lucratividade gigantesca que o fumo, enquanto cultura agrícola, propicia às empresas desse setor. E aí, a questão é econômica mesmo. Trabalhei em regiões de fumo, onde estas empresas desenvolvem sistemáticos projetos de apoio social às famílias de fumicultores, o que procurava dar um ar de positividade para tais organizações. Mas nem precisaria, considerando que os ganhos financeiros para quem planta fumo são bastante generosos com relação a outras culturas, o que, por si só, é um desafio para os governos competir – quando de fato desejam. Em qualquer hipótese, defendo a liberdade do fumante, aquele consciente. Mas tenho esse ponto de vista apenas na condição de que se assegure que toda despesa pública decorrente do consumo do fumo – leitos hospitalares, baixa produtividade no trabalho, aposentadoria precoce, etc... - seja adequadamente compensada, seja pela indústria tabagista, seja pelo fumante. No mais, nada mais tenho a dizer.
“...O cinema mudou a imagem do fumo para sempre. O advento dos filmes permitiu, talvez pela primeira vez na história, que pessoas separadas tanto pela distância como
pela cultura, tivessem experiências visuais iguais. Os cigarros, cachimbos e charutos que apareciam em tamanho gigante na frente de milhões de pessoas em todo o mundo fizeram o ato de fumar parecer tão natural como comer ou beijar."
Trecho do livro Tobacco, a Cultural History of how an exotic plant seduced civilization (Tabaco, uma história cultural de como uma planta exótica seduziu a civilização).
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domingo, 28 de agosto de 2011
Tragédia na Lapa é mais um motivo para mais investimentos no transporte alternativo
O acidente ocorrido com os passageiros do bonde de Santa Tereza, na Lapa (RJ), é mais um motivo para que os governos federal e regional invistam mais na qualidade do transporte turístico. A morte de cinco pessoas e o ferimento de outras dezenas é uma tragédia, mas não pode ser motivo para desviar o foco da questão, que é a necessidade de assegurar cada vez melhores condições nesse tipo de transporte urbano. Por esse episódio lamentável, volto nessa tecla, como em postagem anterior. Especialmente considerando que houve claras falhas de manutenção nesse caso.
Além de interessante economicamente para o País e seus municípios, por que o turismo gera renda, veículos como o bonde permitem que se aprecie o lugar onde se vive a partir de novos olhares, em toda a sua diversidade. Uma localidade aparentemente sem maiores atrativos para se visitar (o que não é o caso do RJ, onde esses só se somam), pode ser explorada inteligentemente por meio do acesso diferencial a sua geografia e história. Além disso, há uma demanda concreta também em termos da própria mobilidade urbana, como já me referi anteriormente. Não só no RJ, mas nos centros das grandes capitais brasileiras – como Brasília, Manaus, Recife, Porto Alegre e São Paulo (para ficar em apenas uma de cada Região) há hoje uma situação de trânsito perturbado, em alguns casos, caótico.
A suspensão do funcionamento do Bonde de Santa Tereza, cogitada pelo governador Sérgio Cabral, deve considerar justamente a melhoria estrutural naquele meio de transporte, especialmente sem e tratando de um estado que vai receber um evento do porte da Copa 2014. A tragédia ocorrida com o bondinho, não pode, em hipótese alguma, comprometer a belíssima e exemplar opção que esse meio de transporte dispõe para a população local, nacional e internacional que visita diariamente o Rio e seus encantos.
sábado, 27 de agosto de 2011
Sobre a angustiante sensação de morrer de olhos abertos
O que signfica a vida para quem está consciente do seu próprio fim? Quais os limites religiosos, éticos e jurídicos para manter um indivíduo sob condições vegetativas? A quem deve pertencer uma decisão fatal sobre a existência humana, em condições em que esta está profundamente comprometida em seu funcionamento orgânico e social? Essas são algumas questões sucitadas pelo curta A Janela, dirigido pelo cineasta estreante Naor Bonomo Martins. O trabalho foi bancado com os recursos do próprio autor e envolve a participação de atores amadores.
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Jan Saudek
A noção moderna de belo é escrava das formas e do pudor. O corpo, em sua natureza estravagante, sensibiliza pela singularidade. Na pureza estética da essência humana, o desejo tem a cor da diversidade.
Jan Saudek nasceu em 1935 em Praga. Começa a trabalhar como fotógrafo em 1950 ao mesmo tempo que se inicia na pintura e desenho. Trabalha com situações inspiradas em filmes de Georges Méliès, fotografando conhecidos e familiares em situações fantásticas.
A dica para esta postagem foi referenciada no pontodevista.
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Superar, o verbo vital de Edinho
Boas notícias me chegam pela internet, sobre o meu amigo e ex-aluno Edinho, que tive oportunidade de conviver no interior do Paraná pelos anos de 2004 e 2005. Ele anda a mil na ativa, como atleta, profissional e entusiasta. Nada muito surpreendente, não fosse o fato de administrar essa e outras atividades diárias sob uma cadeira e roda, com a fala limitada, assim como os movimentos dos membros. Ao saber ontem que Edinho está para se formar em Educação Física e que foi, em 2010, campeão do 12º Campeonato Brasileiro de Bocha Adaptada (Uberlândia – MG), entusiasmei-me e resolvi por aqui hoje o artigo que escrevi, inspirado na situação de Edinho, há alguns anos. Creio que a atualidade política da questão é notória em um período que se fala tanto em inclusão e acessibilidade. Sobre eventuais desatualizações de dados no texto, observo que o mesmo foi produzido em 2008, um desconto portanto é necessário nesse aspecto. Eis ele abaixo.
Com base em um senso superficial, a resposta à tais perguntas seriam respondidas através da enumeração das várias formas de expressão, a que recorrem esses seres humanos, de capacidades diferenciadas – entre os que podem custear tais suportes - para suprirem uma determinada limitação física natural: escritas e falas adaptadas; aparelhos de adaptação sonora, auditiva ou audiovisuais... seria isso argumento válido em um contexto em que predominasse sensibilidades públicas e individuais; em uma realidade social marcada pelo respeito ao próximo - tanto pelas suas qualidades semelhantes, quanto pelas suas características diferentes, enfim, onde houvesse os meios e as condições para que a grande massa de pessoas com deficiência pudesse viver em condições humanas e dignas, independente de suas dificuldades físicas.
Como esse tipo de consciência está, infelizmente, muito distante do conteúdo dos currículos da instrução escolar formal; da concepção de espaços e necessidades da maioria dos governantes públicos e da classe empresarial, é praticamente impossível se falar em comunicação em uma atribuição de sentido pleno, se não falarmos em inclusão social. E para ilustrar isso, quero relatar uma experiência de convivência que tive há alguns anos com Edinho, um pára-atleta com paralisia cerebral. O relato desse convívio deve servir aqui para sustentar a minha tese de que quando se fala em Comunicação, mais do que os sentidos físicos, é preciso considerar os sentidos antropológicos, ou seja, aqueles que tem a ver não só com o que outro percebe, mas também – e, nesse caso, fundamentalmente – sobre o que os interlocutores sentem durante o ato comunicativo.
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Outro título: vitória em Uberlândia é celebrada por Edinho |
Superar, o verbo vital de Edinho
Ação onde se estabelece uma relação, em que a mensagem dos atores é mutuamente ouvida e entendida. Essa é uma definição possível da comunicação, entendida como relação social, que abrange a grande maioria das formas de convivência humana.
Mas, considerando uma perspectiva total, e não somente majoritária, o conceito acima contemplaria todas as condições e capacidades de comunicação? Essa Questão leva à algumas outras cogitações, tipo: Como os cegos estabelecem comunicação com o mundo à sua volta, do qual mantêm apenas noção sonora? O que os surdos entendem é somente o que está escrito, ou possuem outras possibilidades de audição com relação a quem os cerca? Finalmente, as pessoas com deficiência que tem a fala afetada - como os paralíticos cerebrais - são ouvidas e entendidas como e por quem?
Com base em um senso superficial, a resposta à tais perguntas seriam respondidas através da enumeração das várias formas de expressão, a que recorrem esses seres humanos, de capacidades diferenciadas – entre os que podem custear tais suportes - para suprirem uma determinada limitação física natural: escritas e falas adaptadas; aparelhos de adaptação sonora, auditiva ou audiovisuais... seria isso argumento válido em um contexto em que predominasse sensibilidades públicas e individuais; em uma realidade social marcada pelo respeito ao próximo - tanto pelas suas qualidades semelhantes, quanto pelas suas características diferentes, enfim, onde houvesse os meios e as condições para que a grande massa de pessoas com deficiência pudesse viver em condições humanas e dignas, independente de suas dificuldades físicas.
Como esse tipo de consciência está, infelizmente, muito distante do conteúdo dos currículos da instrução escolar formal; da concepção de espaços e necessidades da maioria dos governantes públicos e da classe empresarial, é praticamente impossível se falar em comunicação em uma atribuição de sentido pleno, se não falarmos em inclusão social. E para ilustrar isso, quero relatar uma experiência de convivência que tive há alguns anos com Edinho, um pára-atleta com paralisia cerebral. O relato desse convívio deve servir aqui para sustentar a minha tese de que quando se fala em Comunicação, mais do que os sentidos físicos, é preciso considerar os sentidos antropológicos, ou seja, aqueles que tem a ver não só com o que outro percebe, mas também – e, nesse caso, fundamentalmente – sobre o que os interlocutores sentem durante o ato comunicativo.
Sensibilidades especiais
O jornalista Antônio Maria, afiado cronista que escrevia para o jornal Última Hora (RJ) nos anos 50, não tinha nenhum problema físico ou mental expressivo quando o poder crítico de sua palavra o causou uma séria hostilidade. No início da década de 60, ele teve as suas mãos covardemente pisoteadas como forma de repressão a manifestações indesejadas por agentes do governo censor. Mas foi justamente nessa ocasião que ele fez uma declaração que se tornaria célebre no jornalismo, e que e que poderia ser transposta para a realidade que move muitas pessoas com deficiência: “Que bobos, eles pensam que os jornalistas escrevem com as mãos”. Mais de quatro décadas depois percebo e entendo o que Antônio queria dizer. Edson Slonski, meu aluno no primeiro ano no curso de jornalismo, depende de cadeira de rodas para andar e escreve e fala com dificuldade, mas se nega a abandonar o propósito de exercer esse ofício.
Detentor de Paralisia Cerebral (PC), por conseqüência de uma convulsão nervosa aos 40 dias de vida, Edson - ou Edinho como é mais conhecido onde mora - tem o movimento das pernas, a coordenação motora e a voz comprometida. Isso o torna totalmente incapaz? A resposta ele mesmo dá com sua intensa rotina: distribui o seu tempo entre uma gama de atividades variadas: É pára-atleta; jornaleiro (em uma banca que trabalha sozinho a maior parte do tempo); enxadrista, além de auto-promotor (luta por patrocinadores para as competições que participa). Edinho se usa pouco as palavras, tanto escritas, quanto faladas. Gestos também não uma capacidade explora nas condições em que vive. Como explicar o respeito, simpatia e admiração que recebe diariamente de dezenas de clientes, que com ele se comunicam? E como gerencia o seu negócio e a sua vida acadêmica e social, em meio à uma sociedade que mal se entende no próprio idioma?
A resposta à isso não é tão objetiva, pois está imbricada entre vários outros fatores, que tem a ver com habilidades de auto-afirmação e auto-superação, que são cultivadas por muitas pessoas com deficiência. Tais aprimoramentos, muito mais do que auxiliar em sua integração social, contribuem para destacar diferenças qualitativas que, mais do que valorizar novas faces da própria existência, constroem laços especiais de socialização e, conseqüentemente, de expressão entre essas pessoas com deficiência e o seu círculo de convivência humana.
A resposta à isso não é tão objetiva, pois está imbricada entre vários outros fatores, que tem a ver com habilidades de auto-afirmação e auto-superação, que são cultivadas por muitas pessoas com deficiência. Tais aprimoramentos, muito mais do que auxiliar em sua integração social, contribuem para destacar diferenças qualitativas que, mais do que valorizar novas faces da própria existência, constroem laços especiais de socialização e, conseqüentemente, de expressão entre essas pessoas com deficiência e o seu círculo de convivência humana.
Como milhares de outros em condições semelhantes às suas, na contra-mão de suas limitações físicas e sociais, Edinho negou-se a assumir a passividade convidada pelos estereótipos pseudo-solidários que contaminam a construção da cidadania no Brasil: optou por não se auto-aceitar um coitadinho. Quer muito mais: Estudar, trabalhar, amar, divertir-se, enfim, viver. Nada mais do que um direito que deve ser concedido a todos, indiscriminadamente.
Ao transformar a suas limitações em uma dimensão afirmativa de seus objetivos, Edinho tem avançado progressivamente. Prova disso, é a medalha de prata que conquistou em 2002 na Copa América de Bocha, realizada na cidade de Topeka, em Kansas, Estados Unidos. Uma, entre tantas outras premiações que ostenta com orgulho na pequena banca de jornal onde trabalha. Procedente de família de baixa renda, Edinho ajuda no sustento da casa, mas queria muito mais: concluir um curso superior, de comunicação social. Graças, porém, a falta de uma política educacional qualificada para acompanhar sua formação, Edinho acabou tendo que se afastar do curso. Desistiu de fazer uma faculdade? Engano. Faz atualmente educação física, na mesma cidade.
Seria ousadia para um paralítico pleitear algo que uma parcela reduzidíssima da população brasileira almeja? Sim. Mas quem em nosso País consegue conquistar um objetivo distante sem ousar? Especialmente se considerarmos os espaços de interação, não menos reduzidos, que as pessoas com deficiência no Brasil dispõe nas políticas públicas, quadro este que começa aos poucos a mudar. E já era hora.
Nem coitadinhos, nem super-homens
Dados do censo 2000 do IBGE, divulgados pelo Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência (CEDIPOD), dão conta que há no Brasil 34.580.721 portadores de algum tipo de deficiência, cuja natureza do caso distribui-se em 16.644.842 - visual; 7.939.784 - motora; 5.735.099 – auditiva e 2.844.93 - mental e 1.416.060 - física. Considerando que cada uma dessas pessoas corresponde pelo menos a três outras (parentes, amigos, profissionais da área da saúde, fornecedores de equipamentos auxiliares, etc.) diretamente envolvidas e/ou interessadas no assunto, essa questão tem a ver com muito mais gente do que se pensa a priori: pelo menos metade da população brasileira.
Mas Edinho, como a maioria dos PCs, não é e nem deve ser visto como um super-homem. É positivo que se aprecie o seu esforço desigual por abrir frestas em meio à uma sociedade duramente competitiva. Porém, essa admiração não basta. As pessoas com deficiência precisam do apoio do Estado e das pessoas vinculadas à todas às demais dimensões sociais que envolvem a sua relação com o mundo. Um respeito e reconhecimento, através de direitos (não só no papel) que assegurem oportunidades condizentes com as suas capacidades. Por outro lado, a facilitação de sociabilidade à esses indivíduos não pode ser cultivada como mera prática de favor ou caridade. Trata-se de muito do que isso. É um dever de todos brasileiros lúcidos e conscientes de que a tolerância à diferença é um pré-requisito essencial para a consolidação de uma nação democrática.
A Associação de Paralisia Cerebral do Brasil (APCB) esclarece que a paralisia cerebral não é uma doença, mas um distúrbio ocasionado por uma lesão de alguma(S) parte(s) do cérebro. Dependendo da área afetada, e da sua extensão e localização, pode gerar outros problemas além de distúrbios neuro-motores. Acontece durante a gestação, durante o parto ou após o nascimento. É uma lesão provocada, muitas vezes, pela falta de oxigenação das células cerebrais. No caso de Edinho, a paralisia compromete apenas a área de seu cérebro referente à coordenação motora. Contudo, mesmo em outros casos, a possibilidade de ter sentimentos já é razão de sobra para que o PC seja respeitado como cidadão.
Nas telas e na vida
Muitos são os exemplos de determinação por parte dos PCs. No cinema, ilustrando essa realidade, destacaram-se os filmes Gabi – Uma história verdadeira, uma interpretação da vida da Gaby Brimmer, a mexicana que escreveu um livro apenas com um dedo, indicando palavras a partir de uma tabela, interpretada por Rachel Levin. Na versão masculina, Meu Pé Esquerdo retrata a vida do jovem Christy Brown, talentoso e perseverante artista irlandês, com paralisia cerebral, interpretado por Daniel Day-Lewis. Nesse caso também, em decorrência da doença, a única parte do corpo que ele podia controlar com precisão era, justamente, o seu pé esquerdo.
Na vida real, também sobram exemplos de que a determinação vai além da aparente incapacidade física. O Programa Especial, apresentado há mais de sete anos - antes na Tv Educativa do RJ e agora na TV Brasil - pela publicitária Juliana Oliveira, é um deles. Juliana tem 28 anos e é há seis tetraplégica por causa de um acidente de carro. Independente disso, ela mostra que pode muito além do que se imagina pelas aparências. Além de apresentar esse Programa, dedicado aos deficientes, ela faz mestrado em administração no COPPEAD / UFRJ. Também fala inglês, francês e espanhol. Para ser escolhida apresentadora, Juliana passou por três etapas de testes. O Programa Especial aborda experiências e problemas e inovações relacionadas à vida das pessoas com deficiência.
No caso de Edinho, que possui limitadas capacidades motora e fonética, o seu desempenho acadêmico no curso de comunicação certamente dependerá, mais cedo ou mais tarde, de recursos tecnológicos e apoio de especialistas, meios estes que ainda não dispõe. Mesmo com a capacidade de pensamento e reflexão em perfeita sanidade, limitações físicas impedem o pleno aproveitamento do seu cérebro. “Tem muito mais aqui dentro”, desabafou certa ocasião à uma professora diante da cobrança pela entrega de um trabalho digitado no tempo encerrado.
Mas aparentemente ciente de onde e como quer chegar, ele não deixa por menos. “eu não quero ser apenas um número”, disparou à mim, certa vez, em tom de exigência e, em outra ocasião, expressando certeza: “eu não vou desistir”. Hoje, mais do que crer nisso, jamais duvidaria. Além de prosseguir em suas atividades profissionais, sociais e esportivas, Edinho tem agora uma atividade política - é candidato a vereador nessas eleições. Quanto ao preconceito, a intolerância e a resignação, que se cuidem em União da Vitória.

All full is love - Björk Gudmundsdottir
Era ano de 1965 quando Björk Gudmundsdottir nasceu na cidade de Reikjavik, capital da Islândia. Além do jogo War, a única menção de que se tem notícia da gelada ilha nos portais do Círculo Polar Ártico foi feita por Júlio Verne em seu romance Viagem Ao Centro Da Terra. A entrada para a grande caverna ficava no topo de um vulcão extinto na Islândia e os exploradores seguem a pista de um pioneiro também islandês, chamado Arne Saknunssen. E só. Nada mais se sabe da ilha. A não ser que ela é o berço da mais incomum cantora de nossos tempos (isso até antes do lançamento do livro Rumo a Estação Islândia, de Fábio Massari). Veja o resto dessa história aqui.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
3 minutos sobre a Legalidade
"A Campanha da Legalidade, liderada por Leonle Brizola, impactou o Brasil e a América Latina pela mobilização política e popular"
Líbia e Chile, sede transcontinental de liberdade e justiça
Algo devo dizer sobre as efervescentes conturbações políticas pelo mundo. Sem querer forçar a barra, mas considerando que em tudo que envolve sociedades e seres humanos há traços afins, considero que entre o as ações violentas dos rebeldes na Líbia e as manifestações dos estudantes chilenos, por melhor educação e outros direitos, se aproximam em alguns pontos. Se lá a questão é de raízes mais profundas e condições de direitos humanos básicas, e aqui no País andino as reivindicações se focam por uma diferente orientação política e econômica, é também fato que entre esses dois Países há uma base comum de histórias marcada por ditaduras sangrentas. Assim o direito, o desejo e o movimento pela livre expressão – seja por melhores condições de trabalho e educação (Chile) ou por distribuição do poder (Líbia) – marca ambos cenários. Entre as diferenças substanciais, porém, está o fato de que o Chile vive uma democracia liberal, a despeito dos longos anos ditatoriais que passou e o que representa de retrocesso o atual retorno de um presidente conservador. Já na Líbia – país de maior IDH da África - houve, até então, um regime ditatorial de mais de 40 anos. Trata-se, portanto, de uma situação concreta de restrição de liberdades, diferença que não anula em outro ponto comum: em ambos Países há contingentes inconformados pelas condições de vida, e que tem em seu ‘DNA’ a sede pela livre expressão. Indo mais além, em termos de contextos internacionais, o quadro se complexifica, mas não deixa de expor afinidades. No oriente, há uma contaminação das manifestações por mais liberdades entre os países árabes, em efeito cascata – Egito, Yêmem, Síria (...) – que foram cruciais no cenário atual. No Chile, ainda que de modo institucionalizado, há também um cenário de transformações recentes, em que antigas lideranças carismáticas e identificadas com os movimentos sociais, assumiram o governo de seus Países (Equador, Bolívia, Brasil, e mais recentemente, Peru). Há também, portanto, um quadro de influências determinante na América Latina. Para finalizar, todavia, destaco outro ponto central, que não há como ignorar: são os movimentos da geopolítica internacional a partir dos países “Centrais” – Onu, Otan, Eua, Países europeus e seus respectivos braços locais. Aí temos, sim, a questão nevrálgica que move a ação no oriente de modo bem específico, e uma palavra é reveladora nisso: Petróleo. As “razões” de a Otan e a Onu legitimar atropeladamente as ações dos rebeldes e a deslegitimação de Khadafi, tem um sentido definido que se esconde no batido argumento da “defesa da democracia, dos direitos humanos ou dos civis”. Há, por certo, interesses gigantes que orientam cada passo desses governos que por lá agem. No caso do Chile, onde sequer há intervenções internacionais diretas, essa influência se deu lentamente, e em termos de políticas. A prerrogativa de ser a estrela pioneira e exemplar do Neoliberalismo na América Latina, tão aplaudido pelo poder financeiro internacional, concedeu ao Chile essa herança da privatização de setores essenciais de sua economia, entre eles, a educação. Nesse enfraquecimento do estado em áreas estratégicas para o desenvolvimento a ditatura Pinochetista teve papel central. Foi nela que se planejou e implementou o "El ladrillo", plano econômico gestado pelos Chicago Boys, opositores do ex governo democrático Allende, seputaldo por Pinochet. Pois bem, sem querer me alongar nessa atrevida analogia entre duas nações de tão distintas culturas e conjunturas, procurei apenas pincelar que a questão da liberdade, dos anseios pela qualidade de vida e a indignação contra a ditatura política, cultural, econômica ou religiosa está presente em todo o mundo. E quando a questão é poder, há correlções de forças que se afinam na mesma língua, acima de territórios. Assim é há milênios.
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Milton, teatro e brasilidade - combustão poética em corações civis
Musical "Ser MINAS tão GERAIS" com a musica coração civil do Milton Nascimento. Nesse musical alem do mestre Milton Nascimento, ainda "os meninos de araçuai" e o Grupo Ponto de Partida.
Sobre as invasões do produtivismo no jornalismo e as pautas sobre o MST
É bastante curioso, mas não surpreendente, o enfoque criminalizante que a imprensa grande costuma dedicar aos assuntos que envolvem o MST. Comumente, essa tendência de denunciar "invvasões" cai na superficialidade dos materiais jornalísticos produzidos. No caso dessa ocupação das terras atualmente utilizada pela empresa Cutrale, nada vi nas chamadas noticiosas sobre a acusação de que a empresa estaria se apropriando indevidamente de uma área grilada. Se não fosse a identificação da mídia corporativa com o capital do agro-negócio, poderia se falar em mera incompetência jornalística. Por outro lado, é notório também que há um tom produvista e monetarista nas coberturas da mídia sobre a agricultura no Brasil. Nesse tipo de pauta, aspectos como ambientalismo, acesso a terra e alimentação saudável ainda são distantes ou desprezíveis nos interesses dos proprietários da "livre" imprensa, e por consequência, também na conduta dos editores. Pequenos elementos que, somados, se tornam vitais na construção da (in) consciência e miopia dessa parcialidade toda.
MST ocupa área grilada da Cutrale em Iaras
22 de agosto de 2011
MST ocupa área grilada da Cutrale em Iaras
22 de agosto de 2011

Da Página do MST
Cerca de 400 integrantes do MST ocupam desde as 6h, desta segunda-feira (22/8), a Fazenda Santo Henrique, de 2,6 mil hectares, no município de Iaras, na região de Bauru.
A ocupação realizada no município de Iaras reivindica a arrecadação da área para fins de Reforma Agrária e denuncia a indevida e criminosa utilização da área pela empresa Cutrale.
A área utilizada pela Cutrale tem origem pública e, de acordo com a lei, deve ser destinada à Reforma Agrária.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tem estudos que comprovam que a área é devoluta e disputa na Justiça a posse da Fazenda Santo Henrique.

Em negociação com o órgão federal, a Cutrale admitiu que a área não é regular e fez o compromisso de repassar uma área para o assentamento das famílias acampadas na região. No entanto, a empresa não cumpriu e o Incra até agora não tomou nenhuma atitude.
Em 2009,o então superintendente do Incra em São Paulo, Raimundo Pires Silva, afirmou que a fazenda "é um patrimônio público, pertence ao povo".
A Cutrale, desde a década de 1980, está envolvida em crimes contra o trabalho e a economia brasileira, sempre se utilizando da ausência e da complacência do Estado.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, que acontece a partir de hoje em vários estados onde o MST está organizado e também em Brasília
O Movimento participa do Acampamento Nacional da Via Campesina, com o objetivo de pressionar o governo frente à paralisia no atendimento da pauta dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais.
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Análise da Mídia,
COMER CONSCIENTE
Curso sobre a flora do Pampa
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Caliandra, flor nativa do Pampa /
Divulgação Fundação Gaia
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Dentre os conteúdos, destacam-se: diversidade florística, espécies ameaçadas, potencial da flora local (plantas alimentícias, medicinais, ornamentais, melíferas, tintoriais, combustíveis, madeira, etc), problemas e potencialidades da vegetação do Pampa.
Confira o programa na Ecoagência.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Sobre as forças que operam para o barbarismo e nossa teimosia de sermos melhores humanos
Peguei-me hoje, ao acordar, pensando sobre o nível de barbarismo do ser - humano e a cultura que desenvolve ao seu redor, com relação ao próximo. E também, a respeito disso, o quanto avançamos lentamente nesse sentido. Lembro de minha infância, sobre personagens que via passar nas ruas, sobre os quais concebia apenas como “monstros” ou “estranhos”, mas que se tratavam simplesmente de pessoas não-normais. É o caso dos dependentes químicos, andarilhos que falavam sozinhos, alcoolistas, pedintes com deficiência, enfim, todo tipo de “restos humanos”, que sobram dessa nossa fábrica de exclusão chamada sociedade moderna. Não seria difícil estender para outros seres vivos, - como animais, árvores, gatos, flores, carochinhas, e tudo o mais que circula pelo mundo infantil – esse olhar indiferente, repulsivo e, comumente cruel que nos é alimentado desde a infância sobre o que não é aos adultos tidos como normal, e que por isso, deve ser mantido a distância, mesmo que descompreendido. A partir dessas memórias e reflexões não fica muito difícil entender porque, após adultos, prosseguimos tendo um olhar bárbaro e indiferente para diversos tipos de maus-tratos que ainda persistem na atualidade. Avançamos muito, é verdade. Criam-se, a cada dia, novas sensibilidades em torno das diversidades humana e social. E nomes diferentes para tratar coisas outrora criminalizadas. O maconheiro e o alcoólico de ontem é o hoje visto como um usuário ou doente, que precisa auxílio; “alejado” já é considerado como uma pessoa com deficiência; O “bicha loca” tem seu espaço na socieade como homossexual, progressivamente assimilado nos seus direitos de ser humano. Mas tais compreensões, como já disse, são lentas, parciais e atravessadas por recaídas. Assusta-me ainda, igualmente, perceber que muitas crianças de hoje prosseguem sendo alimentadas por esse olhar e por essa cultura do descaso e da repulsa com relação ao estranho. O pior disso, em se tratando de uma sociedade midiatizada, é que há discursos showrnalísticos que atiçam a raiva e a vingança a tudo aquilo que é condenável, sob um sentimento maniqueísta que comumente se assemelha a uma religiosidade: A religiosidade da moral cínica. Tudo pode acontecer, não importa o porquê, a quem e como, o importante - nessa lógica – é que o fato explicita um desvio e precisa ser eliminado seu autor. E, no mais, seja preservada a condição de paz dos homens de bem e as boas famílias. A religiosidade dessa moral, que se apropria de alguns valores humanitários apenas para explorá-los como armas perversas em sua condenação a tudo que é “sujo”, tem contribuído para potencializar esse olhar indiferente e descontextualizado sobre a vida. E em nada contribui, por outro lado, para que se fortaleça uma sensibilidade mais ampliada sobre a urgência do respeito a todas as formas de vida, a despeito de tudo o que possamos nos transformar. A pulsão de morte e a pulsão de vida, portanto, convivem no mesmo ser humano diariamente. E se nos “civilizamos” (ao lado de uma certa objetificação dos seres inferiores) é muito certo que convivemos com pensamentos e sentimentos que mal temos dimensões do que são capazes em termos de crueldades. Voltaremos a esse tema oportunamente.
Abaixo, imagens do filme Marcas do Desitno, drama baseado na história verdadeira de Rocky Dennis, um adolescente que nasceu com uma estranha deformidade no rosto e todos acham que usa uma máscara. Cher, em seu papel principal no cinema, é Rusty, a mãe do rapaz. Com a ajuda do amor descompromissado e a inabalável determinção de Rusty, Rocky enfrenta a dor, a solidão e os preconceitos para emergir como um extraordinário jovem que se torna uma inspiração para seus colegas e professores. (sinopse reprozida de cinemu, onde há também o trailler oficial).
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
“Escravo, nem pensar!”, outra frente pela vida
Ainda que tenhamos avançado muito desde as revoluções Industrial e Francesa, passando pela escravidão institucionalizada e o feudalismo, prosseguimos convivendo com requícios dessa prática nesse País, como em todo o mundo. E o motivo está no simples fato de que a história não se desenvolve por rupturas, mas por transformações. E estas, são lentas, dialéticas e agregam elementos do passado e do presente na projeção dos próximos tempos. O trabalho escravo, por exemplo é reflexo claro disso. As denúncias de violações aos direitos humanos relacionadas ao trabalho, e até assassinatos de fiscais que atuam no monitoramento das condições dos (pré) assalariados, são abundantes e freqüentes em todas as regiões do Brasil. Ainda neste mês, uma fiscalização do governo federal flagrou trabalhadores peruanos e bolivianos em situação análoga à escravidão operando em oficinas contratadas pela marca espanhola Zara, do grupo Inditex. Avisada do momento da apreensão, a Zara não enviou nenhum representante. Por causa disso, iniciativa como o programa "Escravo, nem pensar!" tem que ser aplaudidas e apoiadas. São caminhos como esse, concretos e ativos, que ajudam a iluminar as trevas da mente e do coração dos patrões que ainda pensam e agem como se no século XIX estivessem. E é assim, pela consciência ou pela força - ou por ambas - que o respeito à dignidade e ao bem-estar dos seres vivos deve se impor como pressuposto essencial quando se fala em conceitos como modernidade, desenvolviemnto ou lucratividade. Talvez assim, a associação do trabalho à uma cultura de criatividade e desenvolvimento das pleno das potencialidades humanas - ao invés de castigo e redução da vida - possa vir a se construir para as próximas gerações.
O programa “Escravo, nem pensar!” foi criado em 2004 e tem como missão:
O programa “Escravo, nem pensar!” foi criado em 2004 e tem como missão:
- Diminuir, por meio da educação, o número de trabalhadores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste aliciados para o trabalho escravo na Amazônia e no Cerrado brasileiros;
- Difundir o conhecimento a respeito de tráfico de pessoas e de trabalho escravo rural contemporâneo como forma de combater essa violação dos direitos humanos;
- Promover o engajamento de comunidades vulneráveis na luta contra o trabalho escravo.
domingo, 21 de agosto de 2011
Tempos turbulentos, reações legalistas
“Talvez Brizola pensasse nisso na manhã de 25 de agosto de 1961, um dia depois de ter pensado nos sete anos do suicídio de Getúlio Vargas, quando, num dia de chuva forte, acompanhava a solenidade militar, no Parque Farroupilha, em homenagem ao dia do soldado. Talvez pensasse nisso ou nas preparações para receber em Porto Alegre, na manhã seguinte, sábado, o presidente Jânio Quadros, que deveria instalar o seu governo, como vinha fazendo em vários pontos do Brasil, na capital gaúcha. Talvez pensasse nos elogios que Jânio lhe fizera — “Se tivesse dois ou três governadores como Brizola, o Brasil estaria salvo” –, quando estiveram juntos na Festa da Uva, em Caxias do Sul. Talvez pensasse no Gre-Nal que aconteceria no domingo. Pensasse no que pensasse, viu um oficial se aproximar do general Machado Lopes, comandante do III Exército, e sussurrar-lhe algo ao ouvido. Sentiu que algo grave acontecera. Era homem de intuições. Não podia saber, contudo, que a partir dali, daquele sussurro na manhã de chuva, a sua vida nunca mais seria a mesma.
Fragmento da obra "Vozes da Legalidade", de Juremir Machado.
Confira outros trechos do livro no Sul 21.
sábado, 20 de agosto de 2011
Uma tarde de boas notícias... e ótimas sensações
Passei uma tarde revigorante neste sábado com o pessoal da Agência da Boa Notícia Guajuviras – maioria jovens de menos de 20 anos – que está em processo de formação de sua segunda turma. O convite partiu de minha colega, Andrea de Freitas, que é gestora da equipe de comunicadores em que atuo. Mesmo já tendo produzido matérias sobre o tema, a visita in loco me permitiu perceber melhor os belos resultados do trabalho desses jovens, que agarraram firme a oportunidade disponibilizada por esse projeto, entre os vários do Território de Paz Guajuviras. E posso imaginar, a partir disso, a força transformadora que esse programa do Pronasci/MJ está operando nos quatro cantos desse País – uma das mais lindas iniciativas do governo Lula, como herança rica deixada por seu governo e prosseguida pelo atual - para o Brasil se reencontrar consigo. Pude sentir também, na ocasião, o que motivou e motiva Andrea para ter planejado essa iniciativa e, a despeito de todos obstáculos surgidos pela natureza do próprio desafio, continuar sendo uma de suas principais entusiastas. Uma palavra resume o que move tudo isso: Amor. Um amor incondicional pela possibilidade de transformação, que é visível se operar nesses jovens, por meio de seus sorrisos, empolgação e, sobretudo, pela qualidade com que exercem a “missão” de repórteres cidadãos. A minha passada no local, que também envolveu o apoio na produção que o jornalismo da TVE andou fazendo por lá, rendeu o convite a um depoimento. Tive a honra de gravar com os “repórteres cidadãos” algumas palavras sobre o meu entendimento a respeito desse projeto e de suas singularidades de formação e caminhos. Saí daquele ambiente satisfeito e seguro de que experiências como essa contribuem estruturalmente para que o jornalismo e a comunicação reencontre sua essência social: muito antes e além de uma fábrica do produto notícia - pasteurizado, lucrativo e desumanizante – é um instrumento para a transformação de indivíduos, territórios e suas coletividades. Vida longa e feliz à Agência da Boa Notícia! Confira abaixo um dos materiais audiovisuais produzidos pelos participantes desse projeto, no qual os repórteres cidadãos imprimem uma linguagem própria de seu universo, sem comprometer a alta qualidade profissional do trabalho.
30 min com Zygmunt Bauman
Entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman, autor de algumas das obras mais significativas escritas nesses últimos anos. Dentre elas, gostaríamos de lembrar, Modernidade e ambivalência e Modernidade líquida.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A cor da cultura - Projeto Cantando a História do Samba
A Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Cidan – Centro de Informação e Documentação do Artista Negro, a TV Globo e a Seppir – Secretaria especial de políticas de promoção da igualdade racial. O projeto teve seu início em 2004 e, desde então, tem realizado produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas que visam práticas positivas, valorizando a história deste segmento sob um ponto de vista afirmativo.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
TEATRO POPULAR: Abertas as inscrições da Oficina para Formação de Atores
Conheci os espetáculos do Terreira da Tribo nos tempos da faculdade. Sempre admirei a criatividade intensa e a habilidade do improviso desses atores - em suas diferentes gerações - em mobilizar pessoas, em pleno centro urbano, por meio de um teatro singularmente popular. Vejo que, mais do que conquistar seu espaço e crescente reconhecimento a nível nacional, esse grupo se consolida com suas raízes fincadas na causa em que nasceu. Essa oficina, que tomei conhecimento ontem, é prova que o brilho merecido que o grupo conquistou nessas décadas de existência apenas reforçou ainda mais a sua coerência com os segmentos populares, para que cria, difunde e multiplica sua arte.
Abertas as inscrições: Oficina para Formação de Atores da ESCOLA DE TEATRO POPULAR DA TERREIRA DA TRIBO
A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo, com o patrocínio da Petrobras, abre inscrições para a sétima turma da Oficina para Formação de Atores. As inscrições serão realizadas na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) de 1 de agosto a 2 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 14 às 18:30 horas. Informações pelo fone 3028 13 58.
A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo é aberta e gratuita a todos os interessados a partir dos 16 anos.
A Escola de Teatro Popular desenvolve a Oficina Para Formação de Atores composta por aulas teóricas e práticas, com uma carga horária de 25 horas/aulas semanais, totalizando 1.600 horas/aulas. A Oficina Para Formação de Atores oferece 25 vagas, e a seleção dos oficinandos/alunos é realizada através de entrevistas e audições, sendo aberta a todos interessados a partir dos 16 anos. Ao longo de dezoito meses de oficina, o oficinando/aluno estará passando por um processo programado de desenvolvimento, cuja primeira etapa encontra-se organizada em torno do autoconhecimento (conhecimento do ator), passando, em seguida, para a etapa de reconhecimento (ênfase colocada no trabalho de construção de personagem), para o jogo teatral (ênfase na situação dramática) e, por fim, chegando à elaboração do produto estético: a encenação. A Oficina para Formação de Atores formou seis turmas de novos atores nos períodos de 2000/01, 2002/03, 2004/05, 2005/06, 2007/08 e 2009/10.
A Oficina Para Formação de Atores - 2011/2013 será desenvolvida de 3 de outubro de 2011 a 31 de março de 2013, de segundas a sextas-feiras, das 14 às 18:30 horas, na Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo.
****
Ói Nóis Aqui Traveiz
Do Teatro Ritual a Escola de Teatro Popular
Do Teatro de Rua aos Ciclos de Debates
Da Terreira da Tribo ao Ói Nóis na Memória
Um Grupo, um Projeto
Agora com o patrocínio da PETROBRAS
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz foi o único grupo gaúcho selecionado através do edital público pelo Conselho Petrobras Cultural para ter suas atividades subvencionadas pela empresa estatal PETROBRAS, via lei Rouanet, durante o período de 2011/2012. Isso na prática significa garantir a continuidade e consequente aprimoramento do trabalho de pesquisa e criação desenvolvidos pelo Ói Nóis Aqui Traveiz ao longo de trinta e três anos de trajetória, intrinsecamente ligada à inovação estética e à democratização da cultura. Em todos os projetos que realiza, está sempre em evidência a possibilidade de unir e reunir pessoas em torno do teatro. A trajetória da Tribo sempre se pautou pela afirmação da diferença, da independência em relação ao mercado e as estruturas de poder, com encenações caracterizadas pela ousadia e liberdade criativa. As suas três principais vertentes são: o teatro de rua, nascido das manifestações políticas – de intervenção direta no cotidiano da cidade e linguagem popular – o teatro de Vivência, no sentido de experiência partilhada, em que o espectador torna-se participante da cena – e o trabalho artístico pedagógico, desenvolvido junto à comunidade local. Criou em 1984 a Terreira da Tribo, Escola de Teatro Popular voltada para a pesquisa, a formação e o estímulo à criação teatral.
Contatos:
Paula Carvalho
paula.terreira@gmail.com
(51) 8417 93 10
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
terreira.oinois@gmail.com
(51) 3286 57 20 / 9999 45 70
A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo, com o patrocínio da Petrobras, abre inscrições para a sétima turma da Oficina para Formação de Atores. As inscrições serão realizadas na Terreira da Tribo (Rua Santos Dumont, 1186) de 1 de agosto a 2 de setembro, de segunda a sexta-feira, das 14 às 18:30 horas. Informações pelo fone 3028 13 58.
A Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo é aberta e gratuita a todos os interessados a partir dos 16 anos.
A Escola de Teatro Popular desenvolve a Oficina Para Formação de Atores composta por aulas teóricas e práticas, com uma carga horária de 25 horas/aulas semanais, totalizando 1.600 horas/aulas. A Oficina Para Formação de Atores oferece 25 vagas, e a seleção dos oficinandos/alunos é realizada através de entrevistas e audições, sendo aberta a todos interessados a partir dos 16 anos. Ao longo de dezoito meses de oficina, o oficinando/aluno estará passando por um processo programado de desenvolvimento, cuja primeira etapa encontra-se organizada em torno do autoconhecimento (conhecimento do ator), passando, em seguida, para a etapa de reconhecimento (ênfase colocada no trabalho de construção de personagem), para o jogo teatral (ênfase na situação dramática) e, por fim, chegando à elaboração do produto estético: a encenação. A Oficina para Formação de Atores formou seis turmas de novos atores nos períodos de 2000/01, 2002/03, 2004/05, 2005/06, 2007/08 e 2009/10.
A Oficina Para Formação de Atores - 2011/2013 será desenvolvida de 3 de outubro de 2011 a 31 de março de 2013, de segundas a sextas-feiras, das 14 às 18:30 horas, na Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo.
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Ói Nóis Aqui Traveiz
Do Teatro Ritual a Escola de Teatro Popular
Do Teatro de Rua aos Ciclos de Debates
Da Terreira da Tribo ao Ói Nóis na Memória
Um Grupo, um Projeto
Agora com o patrocínio da PETROBRAS
A Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz foi o único grupo gaúcho selecionado através do edital público pelo Conselho Petrobras Cultural para ter suas atividades subvencionadas pela empresa estatal PETROBRAS, via lei Rouanet, durante o período de 2011/2012. Isso na prática significa garantir a continuidade e consequente aprimoramento do trabalho de pesquisa e criação desenvolvidos pelo Ói Nóis Aqui Traveiz ao longo de trinta e três anos de trajetória, intrinsecamente ligada à inovação estética e à democratização da cultura. Em todos os projetos que realiza, está sempre em evidência a possibilidade de unir e reunir pessoas em torno do teatro. A trajetória da Tribo sempre se pautou pela afirmação da diferença, da independência em relação ao mercado e as estruturas de poder, com encenações caracterizadas pela ousadia e liberdade criativa. As suas três principais vertentes são: o teatro de rua, nascido das manifestações políticas – de intervenção direta no cotidiano da cidade e linguagem popular – o teatro de Vivência, no sentido de experiência partilhada, em que o espectador torna-se participante da cena – e o trabalho artístico pedagógico, desenvolvido junto à comunidade local. Criou em 1984 a Terreira da Tribo, Escola de Teatro Popular voltada para a pesquisa, a formação e o estímulo à criação teatral.
Contatos:
Paula Carvalho
paula.terreira@gmail.com
(51) 8417 93 10
Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
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(51) 3286 57 20 / 9999 45 70
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
MARCHA DAS MARGARIDAS: Igualdade de gêneros e acesso a terra são temas da abertura oficial
A abertura oficial da Marcha das Margaridas, entre saudações e discursos, debateu a necessidade de igualdade e as dificuldades de acesso a terra. O evento aconteceu na tarde dessa terça-feira, 16, no Pavilhão de Exposições, no Parque da Cidade, em Brasília. Ministros, secretários de estado, e outras autoridades fizeram parte da mesa de abertura, além do presidente da Contag, Alberto Broch e da secretária de Mulheres da Contag, Carmen Foro, do Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz e do poeta e teólogo Leonardo Boff.
Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Confira a história desse evento, na íntegra, e acompanhe os debates da Marcha das Margaridas 2011 no site da Contag. Reproduzido de: Agência Contag de Notícias - João Paulo Biage
Margarida Alves é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.
Confira a história desse evento, na íntegra, e acompanhe os debates da Marcha das Margaridas 2011 no site da Contag. Reproduzido de: Agência Contag de Notícias - João Paulo Biage
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Paulofreirar: verbo universal, transformador e cada vez mais urgente no exercício da educação
Cada vez que entro em uma escola tradicional e vejo as estruturas reais (corredores, salas quadradas com alunos em silêncio, filas ordeiras, etc) e invisíveis (disciplinamento, controle sistemático, professores moralistas, reprimidos e repressores, aulas frias e destituídas de vida, etc) penso o quanto precisamos avançar, entre o ensino básico e o superior. E, nessas horas, me vem a mente o trabalho abnegado de Paulo Freire. Aos que argumentam que esse educador está superado, digo que superada está a visão elitista de olhar o Brasil sempre a partir de pensadores opacos e distante de nossa realidade. Temos uma história rica e abundante de lutas e experiências regionais, que transcendem seu tempo e território. E nela, nomes como Paulo Freire, Darci Ribeiro, Florestan Fernandes, Marilena Chauí, Milton Santos, entre outros, impulsionaram a construção desse pensar genuinamente brasileiro. E exatamente por isso, suas idéias nunca envelhecerão, pois são bases essenciais para o pensar o Brasil de dentro pra fora. Minha homenagem, dessa vez, a um desses nomes.
Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife, em 19 de setembro de 1921 e faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997. Sua história de vida é marcada por três períodos, caracterizados por desiguais referências de espaço e tempo. As etapas em que se divide a biografia de Paulo Freire são o Tempo de Recife, o Tempo de Exílio e o Tempo de São Paulo.
“Eu gostaria de ser lembrado como alguém que amou o mundo, as pessoas, os bichos, as árvores, a terra, a água, a vida.” (Paulo Freire)
Reproduzido de: Youtube e Centro Paulo Freire.
domingo, 14 de agosto de 2011
As Padarias Comunitárias da Grande Curitiba (PR)
Ando escrevendo pouco para o blog ultimamente, mas mantenho o propósito de alimentá-lo diariamente. A partir de uma reorganização temática, que já era um projeto de tempos atrás, começo a focar mais minhas abordagens em experiências de transformação social – economia solidária, educação popular, tecnologias sociais, etc. Com isso, sem descaracterizar esse blog como um canal de expressão, análise e crítica cultural, pretendo agregar a sua vocação um papel de ferramenta disponível às redes sociais orgânicas que atuam nos diferentes lugares do mundo por uma sociedade mais justa, humana e igualitária. Sugestões de experiências a esse respeito – seja por livros, sites ou outras produções culturais - bem como comentários sobre os assuntos aqui tratados prosseguem sendo sempre bem-vindos. Vamos transformar o Cosmonicar em um verbo cada vez mais multiplicador de generosidade nessa gigante aldeia global chamada Terra. E que todas as forças positivas do universo se aliem nessa guinada. Por um Paraíso terrestre, urgente, necessário e para todos!
sábado, 13 de agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Sobre florestas, homens e suas sínteses
Conheci Nilson Chaves durante a minha primeira - e única - viagem que fiz ao norte do País, mais precisamente à Manaus, em meados de 2008, quando fui levado pelo meu anfitrião para assistir a um show no campus de biologia da Ufam. Na ocasião, fui brindado com a voz cativante daquele compositor, ao lado de dois parceiros. Era a gravação do CD Juruti Amar, contendo músicas de Nilson Chaves, Lucinha Bastos e Mharco Monteiro em homenagem ao muncípio de Juruti. A celebração realizada para aquela pequena cidade, com mais de dois séculos de história no coração da floresta, entre o Amazonas e o Pará, me deu uma percepção sobre os fortes laços que aqueles povos tem com a sua terra e suas belezas naturais. Além de adquirir o CD autografado por esses compositores - interpretes, ampliei meu olhar e acervo cultural sobre a região norte. Nisso, descobri que, muito mais do que preciosidades do mundo vegetal e animal, há também uma floresta de cultura vigorosa naquela região. É a diversidade criativa de um Brasil que precisa ser descoberto e valorizado por outros brasis. Nessa canção, Nilson junta sua voz a outro gigante do norte -o compositor amapaense Zé Miguel - em uma declaração de amor ao Planeta Terra. Uma síntese belíssima entre natureza, sensibilidade e cultura regional.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Abecedário Cosmonicante - Estudante / Espécie estruturável e estruturante de uma época
O estudante em geral leva um tempo para perceber que é livre e poderoso. Geralmente o tempo suficiente para não poder mais voltar atrás, e intervir nas estruturas que agora, impotente, ele vê que se impuseram sobre os seus sonhos. Poucos são os que se antecipam nesse olhar, em geral, penam a solidão de estar à frente. Estranhos indesejados.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
domingo, 7 de agosto de 2011
Bola de sementes
Bolas de sementes, são pequenas bolas feitas com argila, adubos, sementes e água, que servem para espalhar, plantar flores, frutas e outras plantas, em terrenos baldios, praças, beira de estradas e áreas sem vegetação. Tem a vantagem de desacelerar o aquecimento global.
Como Fazer:
Ingredientes: Argila, sementes e substrato (ou adubo).
Modo de Fazer: 1º Faça tipo uma panqueca com uma mão cheia de argila, e pressione com força sobre substrato espalhado. Vire para o outro lado e pressione de novo. 2º Jogue as sementes sobre a panqueca. Use pelo menos três variedades de sementes, aproximadamente uma colher de chá de cada uma. Usar sementes de espécies diferentes aumenta as chances de sucesso em condições variadas. Enrole a panqueca e amasse um pouco. Adicione um pouco de água se começar a secar. 3º Faça bolinhas de mais ou menos 3 cm de diâmetro. Elas já podem ser usadas, ou você pode guardá-las em um lugar escuro e arejado para secarem, e serem usadas depois. 4º Jogue as bolas de sementes em um terreno vago. Elas funcionam melhor onde não há muita cobertura no solo. Use aproximadamente uma bola para cada 3m quadrados. Espere a chuva!
Essa eu tirei do Corvoknot
sábado, 6 de agosto de 2011
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
"O veneno está na mesa"
"O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública. O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio".
O Sul 21 também fez reportagem sobre essa produção.
O Sul 21 também fez reportagem sobre essa produção.
Marcadores:
COMER CONSCIENTE,
Filmes e Documentários
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
"O nosso trabalho é um pouco de idealismo, de fantasia por você lutar pela melhora do mundo"
Seria isso um indicativo da quebra do gelo do direito - e de outras áreas pouco explícitas ao acolhimento da arte? Penso que estamos em um mundo de questões e explicações cada vez mais complexas, no qual a poesia só tem a contribuir. Que venham, então, os inquéritos poéticos! E que nessa incorporação da palavra livre à palavra presa se carregue também o poder transformador do verso a todos aos corações endurecidos por vaidades da toga, dos títulos e de outras algemas de espírito.
Uma análise de um especialista nos dois temas e o texto do cordel-relatório do delegado, na íntegra, pode ser conferido aqui.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
A homofobia e a razão cínica
“Os heterossexuais não são discriminados pelo simples fato de serem heterossexuais, ao contrário dos homossexuais. Os heterossexuais não são vítimas de agressões verbais e físicas, de violência, não são assassinados em virtude de sua orientação sexual”.
Trecho da nota da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) que reppudiou nesta quarta-feira (3) o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo que institui Dia Municipal do Orgulho Heterossexual.
Trecho da nota da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) que reppudiou nesta quarta-feira (3) o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo que institui Dia Municipal do Orgulho Heterossexual.
Ver: Lei que institui Dia do Orgulho Hetero é obscurantista, diz ABGLT
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Isto
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está de pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Entre mergulhos, superfícies e marés
Tive um fim de semana de festa, reflexão e descanso. Uma modesta celebração em família foi oportunidade para alguns diálogos produtivos. Mas o tempo maior passei mesmo sozinho, em trabalho intelectual. Nada de estranho para quem está com prazo se estrangulando com uma monografia. Embora veja pouca TV, nunca me importo. Saber o que está ocorrendo no mundo pela telinha é muito pobre. E pelo computador, apenas mais diversificado. Tenho me convencido cada vez mais que a vida concreta, real e dinâmica, é insubstituível. Agora, é fato que, do mesmo jeito, a literatura tem sua parcela de vida a contribuir. E nisso, tenho atenção especial. O mergulho diário no que é notícia não pode, e não deve, nos afogar. A abstração é necessária, como forma de respirar periodicamente, para voltar a avançar nesse oceano da vida.
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